
Rafael Aliste esteve no evento de moto com o empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior. No 1° depoimento, ele havia dito que o rapaz estava muito agitado. Polícia colhe novos depoimentos sobre morte de empresário em Interlagos
O amigo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, que foi encontrado morto no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, presta depoimento novamente à Polícia Civil nesta quinta-feira (12).
Rafael Aliste foi a última pessoa vista publicamente com Adalberto no evento de motos onde depois o empresário desapareceu, em 30 de maio.
O amigo chegou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pouco depois das 11h para o novo depoimento.
No seu primeiro depoimento, ele contou que deixou Adalberto no local por volta das 21h e foi para casa. Imagens do condomínio onde ele mora mostram realmente a chegada dele no local por volta das 23h.
Ele contou que, no dia seguinte, voltou ao local com a mulher de Adalberto para procurá-lo, mas foi assaltado e perdeu o celular e a moto.
Em seu primeiro depoimento, Aliste disse que, no evento, após beber e fumar maconha, o amigo estava “alterado e bastante agitado”. A polícia já ouviu mais de 15 pessoas no caso, entre eles a esposa do empresário.
Empresário grava vídeo no Autódromo de Interlagos horas antes de desaparecer
Outros depoimentos já estão marcados. Uma das hipóteses é a de que Adalberto tenha morrido após receber um mata-leão aplicado por um segurança já que ele tinha deixado o carro em uma área que não era o estacionamento oficial do evento.
Nesta quinta (12), há expectativa de que fiquem prontos os laudos periciais. O corpo foi encontrado dentro de um buraco numa área em obras do autódromo.
Investigação do DHPP
Veja como foi o resgate do empresário encontrado dentro de buraco em SP
O corpo do empresário foi encontrado sem calça e sem tênis. Há a suspeita de que, se ele foi colocado no buraco por alguém, essa pessoa tinha muito conhecimento sobre o local.
Na quarta (11), uma outra linha de investigação perdeu força: a que cogitava que ele tenha sofrido um golpe “boa noite, Cinderela” em seu carro, já que foram encontradas marcas de sangue em pelo menos quatro pontos do veículo. Segundo a polícia, no entanto, as marcas já poderiam estar ali previamente, assim o sangue não estaria diretamente relacionado à morte.
Exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) não identificaram fraturas ou sinais de trauma no corpo da vítima.
Pontos-chave mapeados pela investigação da morte de empresário no autódromo.
Reprodução
Veja abaixo a cronologia da investigação e os últimos eventos antes da morte – descobertos até o momento:
30 de maio – Desaparecimento de Adalberto
12h30: chegou sozinho ao evento no autódromo
19h48: mandou a última mensagem para a esposa, Fernanda
20h30: última movimentação financeira dele, no valor de R$ 34, sugerindo a possível compra de bebidas no festival.
21h12: Esposa respondeu à mensagem, mas ele não recebeu
3 de junho – Corpo de Adalberto foi encontrado em um buraco de três metros de profundidade e resgatado pela polícia;
4 e 5 de junho – Encontraram duas calças e um par de botas em lixeiras perto do autódromo. A família não confirmou serem do empresário;
7 de junho – Polícia Civil encontrou marcas de sangue no carro dele (a polícia solicitou um exame de confronto genético para confirmar se o sangue é do empresário);
9 de junho – Três organizadores do evento de motos conversaram com a polícia sobre o evento;
10 de junho – Cinco seguranças que trabalham no local foram depor. A polícia mapeou o possível trajeto feito por Adalberto;
12 de junho – O amigo de Adalberto que esteve com ele no dia de sua morte presta novo depoimento.
Adalberto (à esquerda) com o amigo Paul; vítima foi encontrada em buraco no Autódromo de Interlagos
Reprodução/@Piloto.Paul.Robison via Instagram
Mapa mostra localização da obra em que corpo de empresário foi encontrado
Arte/g1 Design