O secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), Fábio Damasceno, classificou como irresponsável a paralisação realizada por rodoviários na manhã desta terça-feira (10) após a morte do manobrista Clóvis Brás Júnior, de 34 anos.
A manifestação interrompeu a circulação dos coletivos do sistema Transcol em várias linhas da Grande Vitória e afetou milhares de passageiros.
Não podemos ter esse tipo de atitude irresponsável, que prejudica tanto a nossa população. São pessoas que precisam ir ao médico, precisam estudar, vão perder o dia de trabalho. A gente não pode deixar esse tipo de situação acontecer.
A paralisação começou ainda durante a madrugada e foi encerrada por volta das 8 horas. Mesmo após o retorno gradual dos ônibus, passageiros enfrentaram longas filas e esperas nos terminais do Transcol.
Crime foi execução, aponta polícia
Clóvis Brás foi morto a tiros na noite de segunda (9) ao chegar para trabalhar na garagem da empresa Santa Zita, em Cariacica. Segundo testemunhas, o manobrista tinha acabado de estacionar o carro quando foi surpreendido pelo criminoso.
A Polícia Civil já descartou a hipótese de latrocínio, pois nada foi levado da vítima. A principal linha de investigação aponta para execução, segundo explica o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
Estamos procurando imagens de câmeras e acredito que até o final do dia teremos respostas mais concretas. Não vemos relação com o transporte coletivo. Foi um fato isolado.
VEJA A ENTREVISTA COMPLETA COM O DELEGADO:
Sindicato nega novas paralisações
Em nota oficial, o Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários-ES) informou que o protesto foi um ato pontual, motivado pela revolta dos trabalhadores após a morte do colega.
Comunicamos que a paralisação do transporte rodoviário ocorrido na manhã de hoje foi um protesto pontual e já foi encerrado. Todo o serviço do sistema Transcol está operando. É falsa a notícia de que haverá uma nova paralisação hoje, disse o sindicato.
Durante a manifestação pela manhã, motoristas cobraram mais segurança na região onde funciona a garagem. Para o sindicato, o local é ermo e vulnerável.
Mesmo sem previsão de novas paralisações, usuários ainda enfrentavam dificuldades para embarcar nos coletivos ao longo da tarde.
Cerca de 600 mil pessoas afetadas
Em nota, a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) e a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES) lamentaram a paralisação e destacaram que a medida prejudica cerca de 600 mil cidadãos que dependem do sistema para se deslocar ao trabalho, escola e demais compromissos diários.
“Cerca de 1.700 ônibus deixaram de operar, desde as 5h até as 7h35”, diz a nota.
Ainda no comunicado, a secretaria e a Ceturb-ES lamentam “profundamente a morte do colaborador” e dizem que o caso ainda está sob investigação da Polícia Civil e, até o momento, não há elementos que comprovem qualquer relação direta com a atividade profissional da vítima ou com o sistema Transcol.
“O funcionário não estava em atividade no momento do crime, mas chegando à garagem da empresa onde atuava”, finaliza.
