Cutucar o nariz com o dedo é um hábito comum, muitas vezes praticado de forma inconsciente por pessoas de todas as idades.
Embora socialmente desaprovado e considerado anti-higiênico, o ato de inserir o dedo no nariz pode parecer inofensivo à primeira vista. No entanto, essa prática pode trazer uma série de malefícios à saúde, além de contribuir para problemas sociais, psicológicos e até médicos mais sérios.
Os riscos de cutucar o nariz
O interior das fossas nasais é revestido por uma mucosa delicada, altamente vascularizada e sensível. Ao cutucar o nariz com frequência, o atrito constante do dedo pode lesionar essa mucosa, causando irritações, microfissuras e pequenas feridas.
Essas lesões, além de dolorosas, podem levar a sangramentos nasais, especialmente em pessoas que vivem em ambientes mais secos. Em casos mais graves, essas pequenas feridas podem infeccionar, abrindo caminho para problemas mais sérios.
Aumento da vulnerabilidade a infecções
Outro risco importante associado ao hábito de cutucar o nariz com o dedo é o aumento da vulnerabilidade a infecções. As mãos, especialmente quando não estão lavadas, carregam uma enorme quantidade de microrganismos, como vírus, bactérias e fungos.
Ao inserir o dedo no nariz, esses agentes podem ser introduzidos diretamente nas vias respiratórias, facilitando a ocorrência de doenças como resfriados, sinusites e até mesmo infecções bacterianas mais sérias.
Além disso, o vestíbulo nasal é colonizado por muitas bactérias inofensivas, mas que podem se tornar perigosas ao atingirem as camadas mais profundas da pele, através das escoriações provocadas pelo dedo. Há registros médicos de casos extremos em que infecções nasais se tornaram tão graves que se espalharam para outras partes do corpo, incluindo o sistema nervoso central, devido à proximidade anatômica entre os vasos sanguíneos do rosto e os intracranianos.
Do ponto de vista epidemiológico, o hábito de cutucar o nariz também pode contribuir para a disseminação de doenças contagiosas. Ao tocar o nariz e depois encostar em objetos de uso comum, como maçanetas, telefones, teclados ou corrimãos, a pessoa pode deixar vírus e bactérias nesses locais, contaminando outras pessoas.
Isso é particularmente relevante em tempos de surtos de doenças respiratórias, como a gripe ou a COVID-19, nas quais a higiene das mãos e o não contato com o rosto são medidas básicas de prevenção.
Cutucar o nariz pode estar associado ao psicológico
Embora muitos não levem isso em consideração, o ato de cutucar o nariz com frequência pode estar associado a distúrbios de comportamento compulsivo, em relação ao impulso repetitivo e incontrolável de cutucar o nariz, mesmo quando há consciência dos danos. Tal condição pode afetar a autoestima, o convívio social e gerar ansiedade, vergonha e isolamento.
Além disso, o hábito pode se tornar um vício comportamental, semelhante a roer unhas ou arrancar cabelos. Pessoas que praticam esses atos de forma crônica podem precisar de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico para identificar causas emocionais subjacentes, como estresse, ansiedade ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
O impacto na vida social
No aspecto social, o hábito de cutucar o nariz é frequentemente visto como repulsivo e inadequado, especialmente em ambientes públicos ou profissionais. Mesmo quando feito de maneira discreta, ele pode ser notado por colegas ou desconhecidos, gerando desconforto, julgamentos negativos e até afastamento social.
Em contextos profissionais, tal comportamento pode prejudicar a imagem de uma pessoa, afetando sua credibilidade, oportunidades de crescimento e até sua permanência em determinados cargos.
Como parar de cutucar o nariz
Diante de todos esses malefícios, é importante buscar alternativas mais saudáveis para lidar com o incômodo nasal. Se o nariz está constantemente obstruído ou com excesso de muco, o uso de soro fisiológico ou lavagens nasais com soluções salinas pode ser uma alternativa eficaz e segura.
Além disso, manter as mãos sempre limpas, cortar regularmente as unhas e evitar ambientes muito secos também são medidas preventivas importantes.
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Se o hábito se tornou frequente e difícil de controlar, o ideal é buscar ajuda médica ou psicológica. Em alguns casos, o simples aumento da consciência sobre o comportamento e seus riscos já é suficiente para que a pessoa comece a evitá-lo. Em outros, pode ser necessário investigar causas emocionais e estabelecer estratégias terapêuticas personalizadas.
Apesar de parecer um gesto inocente, cutucar o nariz com o dedo pode ter consequências negativas que vão muito além do simples constrangimento social.
A conscientização sobre esses riscos é o primeiro passo para mudar o comportamento e adotar práticas mais saudáveis, preservando tanto a saúde física quanto o bem-estar emocional e social.
