
João Almeida Dias, de 55 anos, é morador de Itapeva (SP) e acumula mais de 480 mil seguidores nas redes sociais, que acompanham os vídeos dele com os animais de diferentes espécies e com nomes de pessoas. Homem que venceu câncer vira influencer ao compartilhar rotina com animais em Itapeva
Quem convive com animais pode ter a sensação de que os pets conseguem entender o que os humanos falam, mas isso ficou ainda mais real quando um morador de uma fazenda de Itapeva, no interior de São Paulo, passou a compartilhar a rotina com bichos com os quais ele convive.
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João Almeida Dias, de 55 anos, parece que sabe exatamente o que estão pensando os seus mais de dez animais, entre os domésticos e outros silvestres que fazem “visitas” ao local, apenas pela forma como eles reagem quando o “humano favorito” aparece.
Ao g1, o administrador da fazenda conta que a rotina com os animais trouxe um sentido a mais para a vida, após descobrir um câncer no reto, no início de 2024. “Esses bichos que estou cuidando me ajudaram muito no meu câncer. A minha doença passou, fiz quimioterapia e nem lembro que tive câncer. Fui curado por meio dos meus bichinhos.”
João Almeida Dias, de 55 anos, compartilha rotina com animais em fazenda de Itapeva (SP)
Reprodução/redes sociais
Diagnóstico e cirurgia
João foi diagnosticado com a doença em janeiro de 2024, mas, após dez meses, ele já estava melhor. “Pessoal (que segue na internet) pedindo o meu nome para levar em oração e um monte de gente orando. Então, tudo isso me ajudou no meu tratamento e, dentro de um ano, eu fui curado, fiz a cirurgia.”
Na internet, ele acumula mais de 480 mil seguidores, que surgiram após ele tomar gosto pelos vídeos e começar a compartilhar os vídeos com o fiel amigo Jack, o cão de sete anos da raça border collie, em 2020. O cão é o mais velho da turma de João, que chama a atenção porque todos possuem nomes próprios.
“Tem a Julie, que também é uma border collie. Tem o Speed, um pastor belga malinois. Depois tem a Lola, ‘fiapo de manga’. Tem o Fred, um cachorrinho vira-lata também que apareceu aqui”, conta.
Além dos cachorros, há a Anica, uma maritaca; o Tico, uma calopsita; o Tião, a Abelinha e o Pikachu, que são javalis; e os papagaios Bartolo, Lola, Juninho e Louro. O cuidador reforça que todos eles vivem soltos e livres e podem ir embora a hora que quiserem, mas sempre o “visitam” na fazenda.
Turma de João, animais entre domésticos e silvestres, chama a atenção porque todos possuem nomes próprios.
Reprodução/redes sociais
“Os veadinhos, como são soltos, eles foram embora. Os tucanos, chegou a época de acasalar, eles foram embora. Os cachorros-do-mato também foram embora. As quatis estão aqui, estão soltas ali, se quiserem ir embora, vão também. Os javalis também, sabe? Está tudo solto, eles vão embora a hora que eles quiserem.”
Já no caso dos javalis, João afirma que todos foram resgatados ainda filhotes, após a mãe deles ter morrido, enquanto os papagaios foram doados por outra moradora após o marido dela morrer.
Recentemente, o morador recebeu a “visita ilustre” de duas quatis e, logo, elas também ganharam nomes: Mili e Kiki. A rotina de todos os animais é compartilhada nos vídeos que João posta.
“Pessoal pergunta o porquê eu não faço uma casinha para eles [os quatis], mas eles preferem viver nas árvores, passar chuva e frio, mas é da natureza deles, melhor do que se eu prendesse em um quarto, com cobertinha. Eles não querem saber disso, eles querem saber de ficar embaixo de uma folha e vivem bem assim”, reforça.
As quatis Mili e Kiki visitam João na fazenda em Itapeva (SP)
Reprodução/redes sociais
Cuidado com os bichos
João diz que sempre teve animais, mas que passou a gostar ainda mais a partir do momento em que ficou sozinho na fazenda, depois de se divorciar. “Na verdade, foi até o Jack [cão mais velho dele] que me incentivou a gostar dos animais, porque o Jack cuidava também.”
“Esse cachorro [Jack] gosta mais [dos animais] do que eu, aí eu comecei a gostar, ajudar a pegar esses bichos, um monte de passarinho que ele achava, eu via ele agachado no chão, eu ia lá ver e comecei a cuidar desses passarinhos.”
Não há um valor específico para o gasto mensal com comida para os animais ou com veterinário. “Não contabilizo. Só com a alegria que eles dão, não tem dinheiro que paga”, conta o homem, que também reforça a importância dos comentários que recebe na internet.
Morador de Itapeva compartilhar rotina com animais na internet
Influencer consciente
Consciente do sucesso que faz nas redes sociais, João reforça que não ganhou – e nem pretende ganhar – dinheiro com os vídeos. “Eu consegui tudo isso por meio dos meus bichinhos aqui e tudo, não estou precisando de dinheiro. Eu tenho esse compromisso com os meus seguidores.”
“O pessoal pergunta: ‘Nossa, já deve estar ganhando, monetizando’. Eu falo: ‘Não estou, porque eu não quero’. Porque, para eu ganhar dinheiro, alguém vai ter que perder. Eu tenho compromisso com os meus seguidores”, declara João.
João Almeida Dias recebe carinho e elogios dos seguidores no Instagram
Reprodução/redes sociais
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