Menina levada com lesões a UPA foi vítima de massagem cardíaca errada, diz polícia

A menina Agatha Ester menina levada morta a UPA de Vila Velha
Agatha Ester, menina levada morta a UPA de Vila Velha. Foto: Reprodução/TV Vitória

Reviravolta: a menina Aghata Ester Santos Barbosa, de 1 ano e 6 meses, levada com lesões pelo corpo para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra, em Vila Velha, foi vítima de massagem cardíaca errada.

A mãe e o padrasto da criança chegaram a ser presos suspeitos de agressão. A polícia pediu a revogação da prisão dos dois. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) disse que eles ainda estão no presídio.

Nesta terça-feira (27), a Polícia Civil detalhou que, durante as investigações, verificou “há indícios de que a lesão tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga. Portanto, não se configura crime”.

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Aghata deu entrada no hospital no dia 10 de maio, um sábado. A família disse que ela havia caído e desmaiado enquanto estava brincando. No entanto, ao dar entrada no hospital, foi feito um alerta de agressão porque a menina apresentava lesões por todo o corpo, provocadas por terceiros.

A criança havia sido levada à mesma unidade de saúde para tratar uma infecção urinária uma semana antes de morrer, no dia 3 de maio. O casal afirmou na segunda internação de que ela poderia ter sido vítima de um quadro agravado da doença.

Porém, após exames, foi concluído que a criança morreu por conta de graves lesões, contrariando a versão do padrasto, de 38 anos, e da mãe, de 31, que acabaram detidos.

Investigação não identificou elementos que justificassem a prisão

A Polícia Civil declarou que, durante as investigações, realizadas por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), não foram identificados elementos que justificassem a manutenção da prisão preventiva. Por essa razão, a autoridade policial representou pela revogação da prisão.

Há fortes indícios de que a lesão inicialmente constatada tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga, sem formação técnica, no calor do desespero e realizada no corpo frágil de uma bebê.

A polícia ainda concluiu que esse ato não é identificado como crime. “Importante destacar que a criança apresentava um quadro clínico debilitado e estava sendo levada diariamente à UPA de Riviera da Barra para receber medicação venosa e ser avaliada”, acrescentou a polícia.

A instituição finaliza dizendo que “durante as investigações realizadas não foram identificadas qualquer conduta que desacredite a mãe da criança ou seu namorado, que estava responsável pela menor no momento dos fatos”.

Equipe médica atuou por mais de 30 minutos

Na data do atendimento médico, a Prefeitura de Vila Velha disse que Agatha deu entrada na UPA de Riviera da Barra às 14h51 já em parada cardíaca. De acordo com os médicos, ela apresentava sinais que indicavam graves lesões.

Os médicos informaram que a criança estava com midríase bilateral, ou seja, tinha as pupilas dilatadas e não reagia a estímulos de luz. Além disso, foi identificado um quadro de cianótica, que indicava que ela estava com uma coloração acinzentada e azulada na boca e extremidades.

A equipe médica realizou manobras e conseguiu fazer com que Agatha respirasse sozinha por alguns segundos, mas logo depois ela sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Os médicos trabalharam por mais 14 minutos com manobras de ressuscitação, mas a menina não resistiu e morreu às 15h25, 34 minutos depois de dar entrada na UPA.

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