Carnaval de São Paulo: Conheça a história do Sambódromo do Anhembi

O Carnaval é uma das principais festas do Brasil, com destaque entre diversas camadas da população e da mídia. Em São Paulo, não é diferente, visto que as escolas de samba trazem cultura e muito samba no pé no Anhembi. Com isso, o Flipar relembra como foi a construção do Sambódromo paulistano, que também contou com o dedo do renomado arquiteto Oscar Niemeyer, assim como a Sapucaí, no Rio de Janeiro.
Projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, o Sambódromo de São Paulo foi inaugurado em 01 de fevereiro de 1991. Ele possui 530 metros de comprimento e 14 metros de largura. Além disso, conta com um piso de concreto estrutural antialagamento, assim como tem capacidade para cerca de 32.000 pessoas.
Quando foi inaugurada em 1991, a passarela do samba tinha capacidade para apenas 10 mil pessoas. Em 1995, com a conclusão de alguns módulos de arquibancada, sua capacidade passou para 20 mil. Já em fevereiro de 1996, com os dez setores concluídos, que foi entregue o Sambódromo com sua capacidade ampliada para 32.000 pessoas.
No local, inicialmente, cogitava-se a instalação de área verde, que foi utilizado como estacionamento ou montagem de circo nas décadas de 70 e 80. Em 4 de janeiro de 1990, foi sancionada a Lei Municipal 10.831/1990, que oficializou o Carnaval de São Paulo e atribuiu à prefeitura a organização das festividades.
O conjunto arquitetônico possuía uma passarela de 530 metros de comprimento por 14 metros de largura, abrangendo uma área total de 40.000 m², com 29.260 m² de área construída. Contemplava também arquibancadas ao longo da pista, sob as quais funcionariam um pronto-socorro com 40 leitos, creche para 400 crianças e uma escola de artes.
O conceito da obra, estimada em US$ 9 milhões, já previa múltiplos usos. Concertos musicais, exposições e festivais de cinema ao ar livre. Além de torneios de várias modalidades de esportes e outros eventos culturais e esportivos.
A inauguração ocorreu em 1º de fevereiro de 1991, ainda sem arquibancadas definitivas, devido a questões burocráticas, no governo de Luís Erundina. Mesmo com estruturas provisórias desmontáveis após os desfiles, com capacidade para 25 mil pessoas e 52 camarotes, a inauguração contou com autoridades e representantes do samba.
A abertura dos desfiles do primeiro Carnaval no Sambódromo aconteceu em 9 de fevereiro de 1991, com a apresentação das dez escolas do grupo especial. Naquele ano, as tradicionais escolas Camisa verde e branco e Rosas de Ouro dividiram o título.
Antes do Sambódromo, entre 1977 e 1991, era na Avenida Tiradentes que as Escolas de Samba desfilavam para os foliões. Em 1993, o Anhembi recebeu o nome de Pólo Cultural e Esportivo Grande Otelo, em homenagem ao sambista e comediante falecido em novembro daquele ano.
Desde Janeiro de 2022, o Sambódromo do Anhembi é gerido não mais pela São Paulo Turismo, mas pela GL events, que ganhou a licitação para concessão durante 30 anos.A empresa é responsável pela reforma, gestão, manutenção, operação e exploração comercial das estruturas.
Da mesma forma que no Rio de Janeiro, na Sapucaí, o Sambódromo de São Paulo (Anhembi) recebe as escolas de samba para os ensaios técnicos a partir de janeiro. É uma espécie de treino que as agremiações fazem, com direito à presença do público nas arquibancadas e outros setores.
No primeiro ano do Anhembi, em 1991, o Carnaval de São Paulo contou com o título de duas escolas. A Rosas de Ouro, homenageando as mulheres e a Camisa Verde Branco (tricampeã), com o samba-enredo sobre a cerveja, ficaram com o troféu. Curiosamente, as escolas também venceram, juntas, o Carnaval de 1990.
O Sambódromo do Anhembi continuou em obras para as apresentações de 1992. Durante os desfiles, a Rosas de Ouro conquistou o público e os jurados e foi tricampeã, com um enredo que homenageou São Paulo.
A Camisa Verde e Branco conquistou mais um título. Desta vez, em 1993, com um enredo sobre a superstição dos amuletos e talismãs.
Em 1993, a Vai-Vai também foi campeã com um enredo sobre a cobiça e a importância da verdadeira felicidade.
A Rosas de Ouro foi a campeã do Carnaval paulistano em 1994, com uma homenagem à cantora e atriz brasileira Ângela Maria. A apuração teve um clima tenso, que culminou com a demissão do presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo. A tradicional Vai-Vai, campeã do ano anterior, ficou em oitavo lugar e escapou do rebaixamento por apenas meio ponto.
No ano seguinte, a Gaviões da Fiel ganhou ao falar sobre o sentimento de ser gavião e as lembranças boas que ficam guardadas na memória desde a infância. A diferença para a segunda colocada, Rosas de Ouro, que tentava o bicampeonato, foi de cinco pontos.
Em 1996, a Vai-Vai levou pra casa o 8º título do Carnaval de São Paulo. A agremiação trouxe ao Anhembi um enredo sobre a biografia da empresária, atriz e cantora Lilian Gonçalves, apelidada de Rainha da Noite Paulistana por gerenciar diversas casas noturnas na década de 60 e 70.
A X-9 Paulistana, da Parada Inglesa, na Zona Norte, conquistou ontem o título do grupo especial do Carnaval de São Paulo em 1997. A agremiação homenageou a Floresta Amazônia e ficou meio ponto à frente da Vai-Vai, campeã do ano anterior.
A Vai-Vai foi a campeã do Carnaval de São Paulo de 1998. Com notas dez em quase todos os quesitos, a escola somou 298,5 pontos superando em 6,5 pontos a segunda colocada, Nenê de Vila Matilde. A agremiação cantou sobre os 90 anos da imigração japonesa.
A Vai-Vai também ficou com o título de 1999 (bicampeonato), ao desfilar com um enredo sobre as vidências do profeta francês Nostradamus. O tema místico proporcionou um belo desfile, que fez com que a agremiação da Bela Vista  faturasse mais um título no Anhembi.
Em 2000, a X-9 Paulistana levou o campeonato com a Vai-Vai, ao sacudir o Sambódromo com o enredo “Quem É Você, Café?”, em que contou o ciclo cafeeiro no Brasil acontecido didaticamente no período “inicial” de 1730 a 1770.
Além da X-9 Paulistana, a Vai-Vai também conquistou o título em 2000, sendo tricampeã do Carnaval de São Paulo. O enredo foi sobre a história de 500 anos do Brasil.
Em 2001, a tradicional Nenê de Vila Matilde conquistou o último título de sua história, até então. Com um enredo sobre a negritude, a escola conquistou um título que não vinha há 16 anos, conquista esta que foi dividida com a Vai-Vai. No entanto, caso houvesse o desempate, ela seria considerada campeã sozinha, já que conquistou apenas uma nota 9,5 contra quatro notas 9,5 da escola da Bela Vista.
A Vai-Vai também foi campeã do carnaval 2001, pela 12. ª vez em sua história, se tornando a primeira tetracampeã do Sambódromo do Anhembi. A escola fez uma analogia sobre alegria e paz através da luz.
O critério de desempate, que voltou a vigorar neste ano no Carnaval de São Paulo, nem precisou ser usado. Com nota máxima em todos os quesitos, a Gaviões da Fiel tornou-se a campeã em 2002. A escola levou o título com enredo sobre a história do jogo de xadrez e também de lutas políticas e sociais.
A Mocidade Alegre foi a campeã do Carnaval 2004 de São Paulo. A escola obteve 200 pontos (a nota máxima), com o enredo “Do além-mar à terra da garoa, salve essa gente boa” e um samba que caiu no gosto popular. Foi uma homenagem aos imigrantes,que ajudaram a construir a cidade.
O Império da Casa Verde foi bicampeão do carnaval de São Paulo em 2006. A escola da zona norte esteve atrás da Mocidade Alegre na maior parte do tempo e despontou apenas no final, quando a disputa embolou. Com o enredo “Do boi mítico ao boi real”, a agremiação conquistou o segundo título de sua história ao falar sobre a pecuária.
Após 16 anos sem vitória, a Rosas de Ouro foi campeã do carnaval de São Paulo em 2010. A escola ergueu a taça ao falar do cacau e da delícia de um dos presentes mais gostosos de se ganhar: o chocolate.
Com 3.500 componentes e 25 alas, a Mocidade Alegre, em 2012, comemorou o centenário do escritor Jorge Amado homenageando o candomblé, a capoeira e as festas populares que integram o universo do livro “Tenda dos Milagres”, romance publicado em 1969. Na apuração, a agremiação conquistou o título do carnaval de São Paulo
A escola de samba Mocidade Alegre foi a campeã do carnaval de São Paulo em 2013. A agremiação conquistou o bicampeonato com o enredo “A sedução me fez provar, me entregar à tentação… da versão original, qual será o final?”
A Mocidade Alegre foi tricampeã do Grupo Especial do carnaval de São Paulo em 2014. Foi o segundo tricampeonato da história da escola (o outro tinha sido entre 1971 e 1973). Assinado pelos carnavalescos Sidnei França e Márcio Gonçalves, o desfile encantou o público ao falar sobre as diferentes maneiras de vivenciar a fé.
Em 2015, a disputa foi acirrada entre Vai-Vai e Mocidade Alegre. A taça foi conquistada pela escola do bixiga após uma virada no quesito evolução, último da lista. Até a abertura dos quatro envelopes finais, a Mocidade liderava, mas terminou em segundo com 269,6 pontos. A escola encantou o público ao homenagear a cantora Elis Regina.
A Acadêmicos do Tatuapé foi a campeã do carnaval 2017 de São Paulo. Depois do vice em 2016, a agremiação da Zona Leste levou seu primeiro título com uma homenagem à Mãe África. O campeonato veio no critério de desempate: a escola ficou com a mesma pontuação da Dragões da Real (269,7 pontos), mas teve melhor desempenho no quesito samba-enredo.
A Acadêmicos do Tatuapé foi bicampeã do carnaval 2018 de São Paulo, ao contar a história e tradições do Maranhão. O título só foi garantido na apuração da última nota, e pelos critérios de desempate. A escola ficou com a mesma pontuação da Mocidade Alegre, Mancha Verde e Tom Maior (270 pontos), mas teve melhor desempenho no quesito alegoria.
A Mancha Verde foi a campeã do carnaval 2019 de São Paulo, de forma inédita. A escola levou o troféu com desfile sobre a princesa africana Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares, e discutiu escravidão, direitos de negros e mulheres e intolerância religiosa na avenida.
A Águia de Ouro foi a grande campeã do carnaval 2020 de São Paulo.Foi a primeira vez em 43 anos que a agremiação levou o título de campeã do carnaval paulistano. A escola levou o troféu com enredo sobre a evolução do conhecimento humano, da Idade da Pedra à esperança nos robôs e, em um carro sobre a educação, fez uma homenagem a Paulo Freire.
A grande campeã do Carnaval SP 2023 foi a Mocidade Alegre. Com disputa acirrada com a Mancha Verde, segunda colocada do grupo e vice-campeã, a definição ficou para a última nota do quesito fantasia. A Morada do Samba trouxe para o Anhembi a história de um samurai negro. Yasuke, um moçambicano que integrou a comitiva jesuíta italiana, tornou-se o primeiro samurai negro da história do Japão.
Além de abrigar o desfile das escolas de samba paulistanas, o sambódromo já foi palco de outros acontecimentos, como: Programas televisivos (Popstars e Ídolos)
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