Aqui fala uma mãe: não tirem nosso diretor

Sou mãe de três alunos matriculados na escola escola municipal Ibrahim Nobre, uma das escolas que teve seu diretor afastado pela Prefeitura de São Paulo. Venho por intermédio deste desabafo mostrar o quanto o diretor da nossa escola,  Leonardo Manini, fez e faz para a escola. 

Mães de colegas que estudaram na escola antes de o Leo ser diretor falam sempre que a escola era horrível: não era pintada, mal tinha cadeira pra se sentar, os muros eram todos pichados, não havia sala de leitura, bosque e muito menos alunos felizes!  Com a chegada do Leo, tudo foi se modificando aos poucos e hoje a escola se tornou agradável, onde todos os alunos, professores e funcionárias da limpeza se sentem bem e importantes.

Tenho uma filha no 2º ano, uma na 3º ano e um menino no 5º ano e é por isso que tenho total autoridade de falar as grandes melhorias feita na escola com a ótima gestão sendo efetuada pelo diretor Leonardo. Antigamente era raro um passeio para fora da escola ou alguma atividade para que as crianças quisessem permanecer na escola, mas depois de muito diálogo, companheirismo, respeito, organização, responsabilidade e, o principal, amor, tudo mudou. O Léo foi, junto com seus companheiros, fornecendo professores para projetos como robótica, culinária, Academia Estudantil de Letras, horta, futebol, vôlei, reforço para alunos com aprendizagem mais atrasada… Foi feito também um trabalho maravilhoso para construção de lugares mais afetuosos para que os próprios alunos quisessem permanecer na escola. 

O Léo teve que lutar muito, pois impuseram uma obra que demorou muito mais que uma eternidade para acabar. Foi com a garra e perseverança dele e dos demais que foram dando um jeitinho aqui, outro ali, fazendo tudo ir melhorando. Das escolas do bairro, é a mais bem arrumada e com quadras cobertas! Meus filhos adoram ficar na escola. O meu menino estuda no período da manhã das 7h às 11h45 e no período da tarde está sempre fazendo um projeto por lá e as meninas também, nos horários delas. Os projetos são oferecido pela escola sem custo algum. Até mesmo os professores e o diretor se juntam para comprar alimentos para o projeto de culinária.

Bom, como deu pra ver, a escola Ibrahim Nobre é muito mais que uma escola. Ali digo que tudo é feito por uma verdadeira amizade construída com muito amor, carinho, respeito, confiança, segurança, lealdade, companheirismo e afeto. Posso dizer por pelo menos 99,99%, se não 100% da população: Não queremos um interventor na escola! Todos nós da comunidade conhecemos e sabemos como o Leonardo conhece nossas crianças e adolescentes e isso tem que permanecer. Chega de arbitrariedade contra a população, contra quem sabemos que cuida dos nossos direitos dentro da escola e sabe cuidar dos alunos, professores, faxineiros, pais e todos ao redor.

Aqui é uma mãe que confia em um trabalho feito com todo amor e carinho dentro de uma escola que era escondida, apagada, sem nenhum estímulo para os alunos. Hoje temos alunos que entraram para Etec [Escola Técnica Estadual]. Só ano passado, entraram cinco alunos, com um índice muito bom. Também tem uma outra coisa muito impactante: a escola Ibrahim Nobre tem muitos alunos especiais, com autismo de todos os graus, crianças com outros tipos de problemas, crianças de abrigos, que são integradas igualmente.

Então, por favor, não mude o que está ótimo. Melhorem o que é preciso. Aqui vem um desabafo de uma mãe onde está todos os dias na porta da escola vendo e acompanhando o que acontece. Nos ajudem a reverter isso e mostrar que a união faz a força, juntos somos todo “nobre”! 

*Tawany Siqueira do Nascimento é mãe de quatro filhos, dos quais três são estudantes da Emef Ibrahim Nobre, localizada no distrito do Rio Pequeno, na zona oeste da cidade de São Paulo.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.