
Escolas, hospitais, delegacias, tribunais, parques, museus e bibliotecas adotam geração solar própria. No DF, duas escolas do Gama foram pioneiras. Energia 100% limpa, gerada em uma usina solar própria.
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Mais de 15 mil imóveis da administração pública no país, incluindo edifícios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, usam energia solar. O levantamento é da Associação Brasileira de Energia de Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), e foi divulgado na última semana.
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De acordo com a entidade, esses sistemas de energia representam aproximadamente R$ 2 bilhões em investimentos acumulados na tecnologia. Ao todo, são mais de 435,4 megawatts em sistemas fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos para abastecer prédios públicos.
Em 2024, 3,5 mil prédios públicos, como escolas, hospitais, delegacias, tribunais, parques, museus e bibliotecas adotaram a própria geração solar. Como o Parque Villa-Lobos, o Palácio dos Bandeirantes, a Cidade Universitária em São Paulo, o Aquário do Rio de Janeiro e o Estádio do Maracanã.
No Distrito Federal, duas escolas do Gama foram pioneiras no uso de energia solar: o Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi) e o Centro de Educação Fundamental (CEF) 11. Ambas implantaram os sistemas em 2022 (saiba mais abaixo).
Redução de custos
Cemi do Gama passou a utilizar as 80 placas fotovoltaicas em um dos blocos da escola
Divulgação
Com o uso da energia solar, as duas escolas públicas de Brasília reduziram os gastos. Segundo a coordenadora regional de ensino Cássia Nunes, atualmente elas pagam apenas a taxa mínima de energia, que é de R$ 80.
“As escolas têm um aproveitamento de quase 100% na conta de luz. Sem falar que elas produzem energia para além do que necessitam em cada unidade, alimentam as salas de aula, o laboratório, a parte administrativa e a cozinha”, diz Cássia.
🔎Pelo balanço da ABSOLAR, os imóveis do poder público são atendidos por mais de 9,2 mil sistemas fotovoltaicos instalados no próprio local ou em terrenos destinados a esta finalidade.
🔎Mesmo assim, os prédios públicos representam apenas 0,3% dos sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil e 1,2% dos estabelecimentos beneficiados.
Segundo a fintech Meu Financiamento Solar, um prédio comercial que gastava R$ 54,5 mil, com potência do sistema de 2 ,5kWp, tem uma taxa de retorno anual de 44% com economia anual de R$ 24 mil (veja abaixo na tabela).
Simulação de preços com o uso de energia solar
“A fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país. O seu uso em edifícios públicos ajuda a reduzir os gastos com energia elétrica, fortalece a geração de empregos verdes locais de qualidades e contribui para a sustentabilidade do Brasil”, afirma Rodrigo Sauaia, da ABSOLAR.
Bons exemplos
Usina fotovoltaica do Supremo Tribunal Federal (STF)
Divulgação/STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) inaugurou sua própria usina fotovoltaica em março desse ano. O sistema conta com 380 módulos fotovoltaicos e tem capacidade para produzir mais de 370 megawatt-hora (MWh) anualmente – energia suficiente para abastecer mensalmente cerca de 1.850 residências brasileiras.
Mais de 90% da energia consumida pelo STF passou a ser proveniente de fontes renováveis. A iniciativa integra o Programa de Eficiência Energética da Neoenergia Brasilia, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, essa é uma das ações mais relevantes da gestão no enfrentamento das mudanças climáticas.
“A mudança climática e o aquecimento global são desafios definidores do nosso tempo. Cada instituição deve contribuir para essa transição e, onde não for possível reduzir emissões, buscar compensá-las”, diz o ministro.
Fachada do Palácio do Alvorada, em Brasília
Ichiro Guerra/ Presidência da República
Neste mês, o Palácio da Alvorada iniciou a construção de uma usina de energia solar na propriedade, que funciona como residência oficial da Presidência da República.
A usina terá capacidade para 1.095 kWp (quilowatt-pico) — o suficiente para suprir integralmente o consumo no prédio. Com isso, o governo estima economizar R$ 1 milhão por ano.
Em nota divulgada à imprensa, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a obra tem investimento estimado em R$ 3,5 milhões, viabilizados pelo Programa de Eficiência Energética (PEE).
Segundo a agência, o programa tem o objetivo de “promover o uso eficiente da energia elétrica em diversos usos finais, reduzindo desperdícios e otimizando o consumo em diversos setores”.
O PEE determina a obrigatoriedade de aplicação de recursos por parte das concessionárias em ações de eficiência energética.
“Com ênfase na substituição de equipamentos por modelos mais eficientes e melhoria dos hábitos de consumo, o PEE busca beneficiar diretamente os consumidores, por meio da redução de despesas com energia elétrica, e o setor elétrico, ao contribuir para a otimização e postergação de investimentos em infraestrutura na rede”, diz a Aneel.
🔎O programa é aberto à participação de diferentes entidades, inclusive empresas de conservação de energia (Escos) e consumidores finais, e conta com um processo estruturado de chamada pública para seleção dos projetos.
O projeto do Palácio do Alvorada, por exemplo, é de responsabilidade da Neoenergia Brasília, em parceria com o governo federal.
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