Câncer de mama: brasileiros criam exame menos invasivo e mais barato que a mamografia

O exame contra câncer de mama, menos invasivo e doloroso, está em fase de desenvolvimento por cientistas da USP, em São Paulo. - Foto: Freepik

Só de olhar aquele aparelho de mamografia, muitas mulheres já sentem dor. Não é fácil. Mas pesquisadores brasileiros conseguiram desenvolver um exame bem menos invasivo para detectar câncer de mama e outras anormalidades. Ele tem um dispositivo que usa micro-ondas em vez de radiação ionizante e foi desenvolvido na Escola Politécnica (Poi) da Universidade de São Paulo e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

O professor Bruno Sanches, da Poli-USP, disse que o método baseado em um exame de imagem é parecido com o radar, que transmite um sinal e pega o sinal retornado utilizando ondas eletromagnéticas. E o melhor: é barato. A ideia é que o aparelho para o exame custe em torno de R$ 1 mil e seja transportado com facilidade para qualquer lugar.

Sanches também explicou que o método funciona, principalmente para mulheres com seios densos, que nem sempre conseguem ter resultados por meio da mamografia. Em geral, são mulheres mais jovens.

Exame eficiente e profundo

O novo exame utiliza ondas eletromagnéticas – e não raios-X, que podem ser prejudiciais à saúde. Segundo o pesquisador, o objetivo não é substituir a mamografia, mas, sim, complementá-la.

O aparelho para fazer o exame não é inovador, mas é bem mais barato do que os existentes no mercado estrangeiro. Para produzir um desses aqui, são desembolsados mais ou menos 175 dólares. Já um mamógrafo tradicional pode custar de 65 mil a 240 mil dólares.

Inicialmente, o protótipo emite o pulso eletromagnético, que passa pela pele e identifica as diferentes densidades dos tecidos que compõem a mama. Em seguida, o sinal retorna com as informações, gravadas em um microchip. Um algoritmo decodifica os dados e gera um mapa.

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Várias vantagens e praticidade

O protótipo pode ser transportado para qualquer local, inclusive onde não há hospitais nem centros clínicos.

A ideia é, no futuro, fazer a automamografia.

“A gente fica muito feliz de colocar o Brasil no mapa dos seletos países que têm essa tecnologia. São bem poucos. Hoje em dia a mamografia é uma tecnologia que pode ser muito benéfica”, disse o pesquisador, segundo a USP.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS), o exame de mamografia deve ser realizado a cada dois anos, a partir dos 50.

Nele, é possível verificar não só o câncer de mama, como outras anormalidades no corpo da mulher.

O exame usa micro-ondas e o aparelho deve custar em torno de R$ 1 mil podendo ser transportado com facilidade. Foto: Agência Brasil O exame usa micro-ondas e o aparelho deve custar em torno de R$ 1 mil podendo ser transportado com facilidade. Foto: Agência Brasil

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