Família de “Bibiu” contesta versão de policial sobre confronto armado

Janilson Victor Gomes, o “Bibiu”, foi morto por um policial militar de folga em Anchieta. Foto: Reprodução/ TV Vitória

A família do homem que foi morto por um policial militar de folga na última quarta-feira (21) no bairro Cantagalo, em Anchieta, contesta a versão de confronto armado registrado pela Polícia Militar. Segundo os familiares, Janilson Victor Gomes , o “Bibiu”, 35 anos, não portava arma.

O cabo da PM envolvido no caso prestou depoimento na Delegacia Regional de Guarapari, onde foi autuado por homicídio e encaminhado ao presídio militar.

Janilson foi sepultado na tarde de quinta-feira (22), no cemitério municipal de Anchieta.

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Homem armado estaria perto da quadra do Cantagalo

Segundo informações da PM, o policial teria recebido uma ligação do irmão, relatando a presença de um homem armado próximo à quadra do bairro Cantagalo, onde acontecia um jogo de futebol. O cabo, então, decidiu ir até o local.

Relatos apontam que um homem armado teria forçado um jovem a se ajoelhar e apontado a arma contra ele. Um outro homem teria informado que o jovem não era quem o suspeito imaginava e ele foi liberado.

De acordo com a polícia, Bibiu tinha passagens por furto, roubo e associação ao tráfico de drogas, além de já ter sido preso.

Família diz que Bibiu estava com um pote de bolo

A versão da família é diferente da apresentada pelos militares. Segundo parentes, Bibiu teria ido até a quadra apenas para pedir que parassem as discussões. Logo depois, o policial teria chegado e efetuado o disparo na frente da casa da vítima.

Na versão do cabo, Bibiu teria feito movimentos suspeitos e segurava um objeto que ele acreditou ser uma arma. O policial efetuou quatro disparos contra ele.

No entanto, a família afirma que o objeto era um pote de bolo, e considera a ação do policial como desproporcional.

“Na ocorrência estava escrito que houve confronto, mas ele não estava armado. A gente tem as câmeras de vigilância. Se ele queria saber se ele estava com drogas ou estava armado, por que não atirou na perna ou no braço?”, questionou uma familiar.

A vítima foi baleada no peito, em frente à própria casa, onde morava desde a infância. Ele havia sido alvo de duas tentativas de homicídio recentes, segundo os familiares, mas atualmente não estaria envolvido com nenhuma organização criminosa.

“O enteado perguntou porque ele tinha matado o pai. Ele não falou nada. A sobrinha estava do lado, só deu tempo de a mãe empurrar a criança de 11 anos porque senão ela teria sido alvejada. Ele só parou os disparos depois que a irmã se jogou por cima dele, relatou uma parente da vítima.

Após a morte, o policial foi encaminhado à Delegacia Regional de Guarapari, onde foi ouvido e autuado por homicídio. Em seguida, foi transferido para o presídio militar, onde permanece à disposição da Justiça.

A Polícia Civil investiga o caso, que está sendo tratado como homicídio. A Corregedoria da PM também acompanha a apuração dos fatos.

*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record

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