Mãe e filha mantidas em cárcere privado em Guararema são resgatadas pelo Ministério Público


De acordo com o MP, as duas viviam em situação de extrema vulnerabilidade. Elas viviam com um idoso, de 74 anos, que é marido da idosa e pai da jovem. Caso foi denunciado na Delegacia de Guararema em março
Alessandro Batata/TV Diário
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) resgatou uma idosa, de 69 anos, e a filha dela, de 32 anos, que viviam em situação de extrema vulnerabilidade em uma casa em Guararema. Elas viviam com um idoso, de 74 anos, que é marido da idosa e pai da jovem. Segundo relatos, a mulher de 32 anos era estuprada. O caso foi denunciado em março na delegacia da cidade.
Segundo o MP, mãe e filha têm deficiência intelectual, viviam em situação precária e era vítimas de violência doméstica. O resgate foi nesta quarta-feira (21), após o MP aceitar uma solicitação da Prefeitura de Guararema. Elas foram encaminhadas para uma instituição que acolhe mulheres vítimas de violência.
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De acordo com o MP, a casa onde as mulheres viviam não tinha acesso aos sistemas de água e esgoto e qualquer condição de higiene. O idoso não permitia que elas tivessem acesso a serviços de saúde e assistência social.
Além disso, profissionais da equipe multiprofissional de atenção domiciliar constataram que mãe e filha tinham nódulos significativos nas mamas.
Após diversas tentativas de retirar as vítimas do imóvel, o MP acionou a Promotoria de Justiça que obteve uma medida protetiva para o resgate.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) informou que o caso é investigado sob sigilo por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Guararema .
De acordo com a SSP, foram requisitadas medidas protetivas às vítimas que foram deferidas e o autor cientificado. Ele permanece internado em uma instituição hospitalar fora do município.
Denúncia
A situação de mãe e filha foi denunciada à polícia em março. De acordo com o boletim de ocorrência, durante uma visita de rotina de uma equipe da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social , o marido da idosa e pai da jovem recusou atendimento médico e proibiu a filha de sair do quarto.
A equipe avisou que ele não poderia proibir a filha de receber atendimento médico e orientou a mãe a acompanhar a filha.
Neste momento, de maneira submissa, a mulher perguntou se poderia ir com a menina. Por sua vez, o idoso, de maneira autoritária, se levantou e afirmou que se ela fosse não voltaria mais para casa.
A companheira insistiu e o homem se alterou e ameaçou agredi-la, afirmando que ela “não manda em nada” e que só mora com ele. A vítima se abaixou deixando claro que temia o homem.
A família é acompanhada desde 2019, conforme aponta a denúncia, após relatos de uma possível gravidez da filha. Ela foi submetida a um exame que testou negativo.
Vizinhos relataram que ao falarem com a mulher mais velha, ela respondia, em tom de tristeza, dizendo que o companheiro teria “mexido com a menina a noite toda. Ela chegou a ser questionada pela equipe, mas mudou de assunto por medo do homem.
Diante disso, foi determinado um exame de corpo de delito sexológico na filha. No boletim registrado em março, consta a necessidade de medidas protetivas nos termos da Lei Maria da Penha para afastar o autor do convívio das mulheres e proibir o contato com as vítimas.
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