
Morreu nesta sexta-feira (23) o fotógrafo Sebastião Salgado, aos 81 anos. Em fevereiro deste ano, ele foi homenageado pela escola de samba Independente de Boa Vista. A águia de Cariacica foi campeã no Carnaval de Vitória 2025 com o enredo que exaltou a história e o trabalho do artista.
A agremiação do bairro Itaquari destacou momentos marcantes da vida do fotógrafo no desfile assinado pelo carnavalesco Cahê Rodrigues.
LEIA TAMBÉM:
A comissão de frente retratou a chegada dele à Capital capixaba, onde ele conheceu Lélia Salgado, que futuramente se tornou sua esposa. O desfile no Sambão do Povo exaltou trabalhos icônicos do artista, que teve a carreira dedicada a dar visibilidade a vulnerabilidades sociais.
Em dezembro de 2024, na última visita de Salgado ao Espírito Santo, o carnavalesco teve a oportunidade de conversar com o artista, homenageado ainda em vida.
“Recebo com profunda tristeza a notícia da morte de Sebastião Salgado. Tive a honra de contar pessoalmente a ele tudo que estávamos preparando para homenageá-lo. Sei que ele vibrou e ficou feliz com o desfile. O mundo perde um dos maiores fotógrafos humanitários que já existiu, mas sua obra será eterna, assim como o desfile da Boa Vista“, disse Cahê ao Folha Vitória.
O legado de Sebastião Salgado, maior fotógrafo brasileiro
Sebastião Salgado nasceu em Aimorés, em Minas Gerais, em fevereiro de 1944. Ainda jovem, ele veio para Vitória, no Espírito Santo. Foi na Capital capixaba que ele conheceu Lélia Salgado, com quem se casou.
Salgado traz fotografias que retratam temas sociais e ambientais, dosadas nas tonalidades de preto e branco. Ele é reconhecido hoje como um dos maiores fotógrafos do mundo.
Ao longo da carreira, mundialmente reconhecida, Salgado fez contribuições em diversas organizações humanitárias. Entre elas, estão o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia Internacional.
Desde abril de 2016, o Sebastião era membro da Academia de Belas-Artes de Paris pertencente ao Institut de France.
Em abril de 1998, Sebastião fundou o Instituto Terra, uma organização não governamental para recuperar a Mata Atlântica e as nascentes da antiga Fazenda Bulcão, local onde passou a infância com a família. Foi o Instituto que confirmou a morte do fotógrafo nesta sexta.