Após a ocupação de movimentos populares, o Memorial dos Direitos Humanos de Belo Horizonte, localizado na avenida Afonso Pena 2351, no centro, está com visitas abertas entre os dias 21 e 25 de maio. O local, que, durante a ditadura militar, era gerido pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), servia como espaço de prisão e tortura. A reivindicação é de que o lugar seja aberto, permanentemente, para conscientização acerca dos horrores praticados durante os “anos de chumbo”.
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“A ocupação não é apenas um ato simbólico – é um chamado à luta de todos os que defendem uma sociedade justa, democrática e livre de qualquer sombra autoritária. O prédio do antigo Dops deveria estar aberto como um memorial dos direitos humanos há pelo menos sete anos. Por isso, o espaço foi ocupado e agora está aberto para ser visitado por toda a sociedade”, diz o chamado feito pelos movimentos.
Pessoas interessadas em conhecer o espaço devem preencher um formulário online e a iniciativa incentiva doações para que a ocupação seja mantida. A visita possui em média uma hora e meia de duração e, nela, é possível conhecer o memorial, tirar fotos, fazer pesquisas, reportagens, etc. Além disso, há a possibilidade de conhecer o memorial por meio de excursões.
Relembre
Em abril deste ano, em meio aos 61 anos do golpe militar de 1964 no Brasil, movimentos populares ocuparam o prédio com o objetivo de transformá-lo, oficialmente, em um memorial dos direitos humanos, em homenagem às vítimas do período ditatorial.
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O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um novo procedimento preparatório, com objetivo de acompanhar a solicitação, que é pauta de atuação da entidade desde 2012, quando foi instaurado o primeiro inquérito civil sobre o tema.
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Embora o imóvel tenha sido tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) em 2016, as negociações ainda permanecem ativas em busca de uma resolução.