Dono de empresa de segurança facilitou furto de R$ 300 mil de caixas eletrônicos em MT e negociou divisão com criminoso, diz polícia


Joelton Caitano dos Santos, dono da empresa responsável pela segurança de caixas eletrônicos foi preso em São Paulo, nesta quarta-feira (14). Joelton Caitano dos Santos é dono da empresa Banktec
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Joelton Caitano dos Santos, dono da empresa Banktec, responsável pela segurança de caixas eletrônicos, é um dos suspeitos presos pelo furto de R$ 300 mil de caixas eletrônicos em Sorriso, a 240 km de Cuiabá, em agosto do ano passado. Segundo a polícia, ele repassou informações aos criminosos para facilitar o furto.
O g1 tentou localizar a defesa de Joelton Santos, mas não tinha conseguido até a última atualização desta reportagem.
O empresário foi preso na operação policial que cumpriu mandados de prisão, busca, apreensão e bloqueio de contas bancárias nas cidades de Mauá, Araraquara e São Paulo, nesta quarta-feira (14).
Conforme investigações, Joelton repassava informações privilegiadas para facilitar a abertura dos caixas eletrônicos. Foram cumpridos mandados de busca na casa dele, na matriz e na filial da empresa.
Segundo a polícia, a Banktec possui contrato de prestação de serviços de segurança de cofres para os Correios.
Foram cumpridos mandados de busca na matriz e na filial da empresa Banktec.
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Ao todo, 10 pessoas foram presas durante a operação. Outros três alvos da operação estão foragidos, sendo um deles na Austrália. Um áudio entre um dos suspeitos e Joelton ajudou a Polícia Civil de Mato Grosso a identificar os envolvidos no crime (ouça abaixo).
Na gravação, o criminoso argumenta com Joelton, que todos os envolvidos no esquema devem receber uma parte proporcional do valor furtado, incluindo um intermediário do furto, o qual não teve a identidade revelada. Ele alerta ainda que repassar uma quantia menor ao informante “poderia causar conflitos dentro do grupo”. Veja trecho do diálogo abaixo:
“É o seguinte mano, o cara [intermediário] tem acesso lá a tudo. O cara quer uma parte igual, é o mínimo que ele que ele tá exigindo, ele tá passando as informações privilegiadas. Exemplo, vai fazer o trampo lá em três ou quatro (pessoas), certo? É mandar pelo menos uma parte igual para ele, aí beleza. Eu e você que estamos só intermediando aí pros cara, mandam uma parte e daí divide”
Áudio mostra bandido de SP falando sobre divisão de furto em MT
Segundo o delegado responsável pelo caso, Suede Dias, o grupo escolheu o município de Sorriso (MT) porque esse foi o destino de um dos equipamentos sabotados por eles, dentro do caminhão que transportava os caixas eletrônicos. As investigações revelaram que isso era possível porque eles tinham informações privilegiadas de dentro da própria empresa de segurança bancária.
“Durante o trajeto, os criminosos violavam os equipamentos, entrando nos caminhões e manipulando os terminais para facilitar a abertura. Depois que esses terminais eram instalados, eles retornavam ao local e apenas completavam o furto do dinheiro”, explicou.
Os alvos das prisões são os integrantes do grupo criminoso, todos do estado de São Paulo. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop.
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Operação Chave Mestra
Grupo escolheu o município por ter acesso a informações privilegiadas de funcionários
No dia 22 de agosto do ano passado, a Delegacia de Sorriso foi acionada após o arrombamento de um caixa eletrônico do Banco Bradesco, instalado na Prefeitura do município. A operação desta terça contou com o apoio da Delegacia de Polícia de Sorriso e do DEIC, da Polícia Civil de São Paulo.
Dois homens participaram do crime. Eles chegaram juntos ao local, disfarçados com uniformes, e se passaram por técnicos de manutenção. Um terceiro suspeito acompanhava a ação à distância (assista acima).
Como o terminal costumava apresentar defeitos, a presença de técnicos não levantou suspeitas e os criminosos conseguiram acessar o equipamento sem serem notados.
Segundo a polícia, após o furto aos caixas, o dinheiro foi distribuído e depositado em várias contas bancárias.
Os alvos das prisões são os integrantes do grupo criminoso, todos do Estado de São Paulo.
Polícia Civil
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