
A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos trouxe certo alívio aos mercados nesta semana. O dado de inflação veio abaixo das expectativas, sinalizando uma desaceleração no ritmo de alta dos preços. Apesar disso, para o economista Bruno Corano, o movimento ainda é sutil e não suficiente, por ora, para alterar a postura do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros.
“A inflação cedeu levemente frente ao mês anterior, e isso é positivo. Mas é importante lembrar que nos EUA essas variações são sempre muito discretas — falamos de 0,1 ponto percentual. Ainda é uma margem pequena”, explicou Corano em entrevista à BM&C News.
Inflação no radar: curvas de juros mostram leitura mista
Apesar do dado pontualmente positivo, o mercado segue dividido. Os títulos de curto prazo do Tesouro americano recuaram, enquanto os de longo prazo se apreciaram — sinal de que há ainda incerteza sobre o impacto futuro das tarifas comerciais e da política econômica sob Donald Trump.
“O efeito inflacionário das tarifas pode ainda não ter sido totalmente incorporado. É tudo muito recente. Por isso, os mercados continuam monitorando o comportamento da inflação no médio e longo prazo”, observou Corano.
Sinal de desaceleração econômica
O economista também destacou que os dados podem estar refletindo uma desaceleração da economia americana, o que, por mais que traga algum alívio inflacionário, levanta preocupações sobre a atividade.
“Na minha visão, a economia americana já está desacelerando. E infelizmente, essa é uma das formas mais eficientes de conter a inflação”, afirmou.
Após dados de inflação, Fed deve manter cautela
Segundo Corano, o Federal Reserve ainda não deve se mover em relação à taxa de juros com base em apenas um ou dois dados pontuais. “O Fed precisa ter segurança de que a inflação está de fato convergindo para a meta de 2%. Só com consistência ao longo de alguns meses é que o banco central americano pode mudar sua estratégia”, disse.
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