Crise de confiança se intensifica e Azul cai forte, após anúncio de aumento de capital

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As ações da Azul (AZUL4) vêm acumulando quedas expressivas desde a última quinta-feira (24), quando a companhia anunciou a aprovação, pelo Conselho de Administração, de um aumento de capital de R$ 1,66 bilhão. Na sessão de quinta-feira, os papéis recuaram quase 25%, refletindo a reação negativa do mercado. Nesta segunda-feira (29), a Azul voltou a liderar as perdas do Ibovespa, com queda de 10,77%, fechando cotada a R$ 1,74.

O anúncio de uma nova oferta de ações (follow-on) foi recebido com frustração pelos investidores, ampliando a crise de confiança em relação à capacidade da empresa de entregar resultados sustentáveis no longo prazo.

Segundo João Daronco, analista da Suno Research, “a situação da Azul precisa ser analisada dentro de um contexto mais amplo”. Ele ressalta que a companhia apresenta um nível elevado de endividamento, o que a torna mais vulnerável em momentos de queda nos resultados operacionais. “Quando a performance operacional sofre, o peso da dívida se torna mais crítico”, afirmou.

Daronco também destacou que a Azul atua em um setor “extremamente desafiador”, como o de aviação, caracterizado pela alta necessidade de capital, margens pressionadas pela forte concorrência e volatilidade nos preços dos combustíveis, que compõem uma parcela relevante dos custos da companhia.

No longo prazo, a empresa não tem conseguido gerar valor significativo para os seus acionistas, seja por meio de dividendos, crescimento consistente ou programas de recompra de ações. “Esse tipo de operação [o follow-on] é entendido como um pedido da empresa por mais capital ao investidor para continuar operando, quando, na visão de muitos analistas, o papel da companhia deveria ser justamente o oposto: devolver valor ao acionista”, acrescentou.

Outro ponto levantado por Daronco é o efeito negativo da diluição acionária. “O follow-on tende a prejudicar quem investe com foco no longo prazo, pois dilui a base acionária e impacta métricas importantes como lucro por ação e valor patrimonial por ação”, explicou o analista.

Diante desse cenário, cresce a percepção de risco entre os investidores em relação à Azul, que enfrenta dificuldades para sustentar sua operação em meio a um ambiente desafiador e a uma estrutura de capital pressionada.

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