Neste meu novo artigo para o Portal Celulose, vamos esclarecer de forma prática as principais relações, conceitos e diferenças entre os termos sustentabilidade e ESG – muito aplicados e discutidos atualmente – de modo simples e objetivo.
Desde o começo da minha carreira profissional, no início da década de 80, no século passado, venho me deparando com o termo “sustentabilidade” ou tornar o mundo “mais sustentável” para as novas gerações.
Já o termo ESG, uma sigla que se refere a três fatores específicos que as empresas devem considerar ao avaliar seu desempenho – ambiental (E), social (S) e de governança (G) – surgiu há cerca de 20 anos atrás e tem relação direta com a performance e compromissos de cada empresa com a sociedade e suas demais partes relacionadas.
Apesar de uma enxurrada de informações disponíveis nas fontes de IA ou artigos específicos sobre estes temas, o conceito de ESG ainda é confundido por empresas e indivíduos que acreditam que se trata apenas de sustentabilidade. Mas, vamos esclarecer na prática e cronologicamente o que ambos significam para eliminarmos estas distorções.
O QUE É SUSTENTABILIDADE?
Sustentabilidade é a capacidade de usar os recursos naturais de forma responsável, sem comprometer ou prejudicar a capacidade das futuras gerações de se manterem ou se autodesenvolverem.
O conceito de sustentabilidade ganhou destaque com a definição de “desenvolvimento sustentável” pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1987, no Relatório Brundland. No entanto, foi em 2015 que a sustentabilidade se tornou objetivo global com a adoção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pela ONU.
Sustentabilidade, portanto, tem a ver com os cuidados com o planeta que todos precisamos ter, de forma responsável, visando garantir a sobrevivência e o futuro das novas gerações.
É um conceito amplo e globalizado aliando as responsabilidades econômicas, sociais e ambientais em prol de um futuro melhor para o planeta e seus habitantes (seres humanos, animais, florestas, plantas, rios, mares, etc.).
O QUE É ESG?
O termo ESG surgiu quase 20 anos atrás, em uma reunião de banqueiros patrocinada pela ONU, visando criar um “pacto global” que se tornou um critério importante no mundo dos negócios, muito voltado à conduta e postura que cada empresa deve ter nas relações e interfaces com suas partes relacionadas (acionistas, colaboradores internos, clientes, fornecedores, relações governamentais, ou seja, sociedade em geral).
De acordo com algumas fontes, o termo ESG foi criado em 2004, no relatório “Who Cares Wins” (quem se preocupa ganha, em tradução livre), elaborado pela ONU em parceria com outras entidades financeiras. Essa tradução busca transmitir a ideia de que as empresas que se preocupam com questões ambientais, sociais e de governança (ESG) tendem a ter um desempenho melhor a longo prazo.
ALGUNS EXEMPLOS PRÁTICOS DAS RELAÇÕES “SUSTENTABILIDADE E ESG”
Como já citado, a relação ESG e sustentabilidade é estreita, com o ESG servindo como uma ferramenta para avaliar o desempenho de empresas em relação a fatores ambientais, sociais e de governança, enquanto a sustentabilidade é um conceito mais amplo que visa manter o equilíbrio entre as necessidades econômicas, sociais e ambiental em prol do planeta e a sociedade que o habita, mais responsável e sustentável para as futuras gerações.
O fator ambiental (E) do ESG se refere às práticas de uma empresa em relação ao meio ambiente, incluindo a gestão de resíduos, emissões de gases de efeito estufa, uso racional de recursos naturais (água, solo, energias eólica, solar, etc.) e impacto ambiental de suas operações.
O pilar social (S) se refere às práticas de uma empresa em relação aos seus funcionários, clientes, fornecedores e comunidades locais, incluindo questões como diversidade e inclusão, direitos humanos, saúde e segurança no trabalho e envolvimento com as comunidades de sua área de abrangência.
O fator governança (G) diz respeito às práticas de uma empresa em relação à sua estrutura de governança, incluindo a composição do conselho de administração ou consultivo, remuneração dos executivos, transparência financeira e ética empresarial.
Portanto, podemos concluir resumindo desta forma:
Enquanto a sustentabilidade é um conceito mais amplo que se concentra no equilíbrio entre as necessidades econômicas, sociais e ambientais em relação ao planeta visando garantir um desenvolvimento sustentável para as próximas gerações, o ESG é um conceito específico de fatores (ambientais, sociais e de governança) que as empresas devem considerar ao avaliar seu desempenho perante as partes relacionadas de seu negócio.
Embora a sustentabilidade possa ser vista como um objetivo a ser alcançado, numa visão de curto, médio e longo prazos, o ESG é uma ferramenta para avaliar o desempenho de uma empresa em relação a esses fatores específicos.
Espero que tenha esclarecido tuas principais dúvidas em relação às sutis diferenças e sinergias entre a sustentabilidade e o ESG , e que possamos dar continuidade a este “bate-papo” nos demais canais e fóruns de comunicação do Portal Celulose e meu e-mail: [email protected]
Abraços e até a próxima oportunidade.
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