Projeto em São José dos Campos prevê distribuição de dispositivos para rastreamento de crianças e adolescentes autistas


Prefeitura da cidade publicou um decreto que prevê a destruição dos GPSs. A ideia é que os aparelhos sejam entregues para famílias selecionadas até o fim do ano. Dispositivo de rastreamento para autistas em São José
A Prefeitura de São José dos Campos prevê a distribuição de dispositivos que façam o rastreamento de crianças e adolescentes autistas da cidade. O objetivo é ajudar famílias nas chamadas ‘fugas repentinas’, que são comuns em pessoas com autismo.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp
Um decreto que prevê a distribuição dos dispositivos foi publicado pela prefeitura neste mês, como uma alternativa para evitar fugas. A iniciativa será destinada a crianças com níveis de suporte 2 e 3.
Projeto em São José dos Campos prevê distribuição de dispositivos para rastreamento de crianças e adolescentes autistas
Reprodução/TV Vanguarda
Famílias de crianças matriculadas na rede municipal de ensino ou em situação de vulnerabilidade, que estejam cadastradas em programas de benefício social, serão priorizadas. Antes de receber o aparelho, pais e responsáveis vão passar por treinamento.
“A gente espera que o dispositivo seja usado naquele momento em que outros recursos não são suficientes. Por isso que é importante a formação e o apoio da família. As escolas vão fazer isso e os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) também vão desenvolver essa orientação. Já existe o Rede de Inclusão ao Autista (RIA), que também vai reforçar esse protocolo”, afirma Jhonis Santos, secretário de Educação e Cidadania de São José dos Campos.
De acordo com a prefeitura, outros detalhes ainda precisam ser acertados, como a marca dos dispositivos GPSs que serão comprados. A ideia é que os aparelhos sejam entregues até o fim do ano.
Criança autista é encontrada morta em córrego de São José dos Campos
Arquivo pessoal
Tragédia em São José
O decreto foi publicado pela Prefeitura de São José dos Campos pouco tempo após uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ter sido encontrada morta em um córrego da cidade.
No dia 24 de março deste ano, Samuel Gusmão Ristori abriu o portão da casa em que morava e saiu sozinho. Ele desapareceu e, horas depois, foi encontrado morto.
Vídeo mostra últimos momentos em vida de criança autista encontrada morta em São José
As ‘fugas repentinas’ são comuns na vida de pessoas com autismo e preocupam as famílias. O comportamento pode ser motivado por diversos fatores, como sensibilidade sensorial, ansiedade, dificuldade na comunicação ou busca por estímulos.
Dermatologista em São José, a Camila Kallaur é mãe de um menino autista, de 13 anos, e conta que já passou por um grande susto quando a criança sumiu em uma viagem da família.
“A gente já tinha um pré-cuidado. Então a gente sempre saía com roupas iguais, ele ficava identificada com uma correntinha e com um crachá com o nome dele. Mas não foi suficiente. Em um piscar de olhos, em uma fração de segundos, a gente estava no meio de uma multidão, sem o Henrique. Nesse momento bate um desespero, a gente pensa nas piores coisas”, lembra Camila.
Projeto em São José dos Campos prevê distribuição de dispositivos para rastreamento de crianças e adolescentes autistas
Reprodução/TV Vanguarda
Para evitar problemas com esse, a própria família decidiu comprar um dispositivo para rastreamento, que funciona como um GPS, e indica a localização da criança ou do adolescente autista que esteja perdido.
“A gente gosta de colocar o dispositivo embaixo da sola do tênis. É uma sola um pouco mais grossa, para ele não perceber e passar despercebido. Às vezes nós também costuramos na parte de dentro da roupa, em um pedaço do tecido”, diz Camila.
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina
Adicionar aos favoritos o Link permanente.