Serrana usa georreferenciamento para combater dengue e vai multar donos de terrenos abandonados em até R$ 100 mil


Cidade tem mais de 50% de imóveis fechados e visitas de agentes recusadas, segundo Secretaria Municipal de Saúde. Prefeitura usa drones para monitorar casas em Serrana, SP
Por meio de georreferenciamento, a Secretaria Municipal de Saúde de Serrana (SP) está fazendo uma varredura em todos os bairros em busca de focos de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
A medida foi tomada há 15 dias, como forma de combater a dengue na cidade de maneira mais efetiva, e já tem apresentado resultados, segundo o secretário da pasta, Guilherme Montanari.
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Segundo ele, Serrana tem 50% dos imóveis fechados e visitas recusadas, um dos maiores percentuais do estado de São Paulo e, a partir desta semana, vai começar a multar proprietários de terrenos flagrados em situação de risco para a doença.
Os valores podem variar de R$ 1 mil a R$ 100 mil, dependendo da gravidade e reincidência dos casos.
“Dependendo se um criadouro está próximo a uma escola, um hospital, um asilo. Todo esse critério de gravidade aumenta a penalidade a ser estipulada para esse morador, para esse dono de comércio, dono de indústria”, diz Montanari.
Serrana (SP) aposta no georreferenciamento para combater o mosquito da dengue
Sérgio Oliveira/EPTV
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Em janeiro de 2023, Serrana registrou 24 casos suspeitos de dengue e três foram confirmados. Em 2024, no mesmo período, já foram 28 casos suspeitos e 13 que deram positivo.
Com o novo sistema implementado pela prefeitura, a ideia é conter e combater, cada vez mais, quaisquer focos da doença.
“A gente que frear o número de contaminados. Hoje, em comparativo com 2023, em comparativo com os últimos dias, a gente percebe que há um grande número de notificados, mas o número de positivados têm diminuído a cada dia. Isso fica também uma preocupação pra gente, pra gente não esmorecer, porque a dengue vai e volta em um ciclo e a gente não pode ter uma falsa sensação de segurança. Por isso que o sistema é importante, pra trazer números reais pra gente fazer o combate efetivo”, explica o secretário.
Monitoramento em tempo real
O projeto implantado em Serrana utiliza tecnologia para combater criadouros do mosquito por meio drones e tablets com posicionamento geográfico, que mapeiam pontos de maior risco da cidade.
Por meio de drones, Daniel Braga Santos, chefe da divisão da vigilância em saúde de Serrana (SP), mapeia focos de criadouros da dengue
Sérgio Oliveira/EPTV
Pelo drone, é possível gravar uma situação de risco em terrenos — abandonados ou não — onde o acesso é negado a agentes de saúde.
“A gente consegue ver uma piscina, grandes criadouros e, com isso, tomar medidas junto à vigilância sanitária para estar adentrando nessa residência e verificar se ali tem ou não larva do mosquito da dengue”, explica Daniel Braga Santos, chefe da divisão da vigilância em saúde.
Painel instalado na Secretaria de Saúde de Serrana (SP) faz mapeamento de focos da dengue em tempo real
Sérgio Oliveira/EPTV
Em um painel na sala da Secretaria de Saúde, uma equipe tem acesso em tempo real a possíveis focos de criadouros.
“A tecnologia nos traz em tempo real dados estatísticos e informações para que a gente possa otimizar o nosso trabalho e para que a gente possa canalizar energia naquelas localidades e naquelas situações que demandam maior energia necessária da secretaria”, aponta Montanari.
Segundo ele, a ideia é economizar tempo e recursos financeiros no combate à dengue.
“Os resultados já demonstram que a gente está conseguindo efetivamente impedir que essa doença, que as arboviroses avancem em Serrana”.
A cidade registrou 213 casos de dengue em 2023. Nas três primeiras semanas de janeiro de 2024, foram 13 ocorrências.
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