“É totalmente irreal”, dizem familiares um mês após morte de jovem na Rua da Lama

Breno Rezende de Carvalho
Breno Rezende de Carvalho, jovem morto na Rua da Lama

A terça-feira (15) representa uma marca amarga para familiares e amigos de Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos, assassinado a facada na Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória.

A data marca exatamente um mês do assassinato brutal do jovem, após uma discussão por R$ 16 no pagamento de uma cerveja.

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Exatos 30 dias depois do crime, o sentimento de irrealidade ainda paira sobre as vidas de familiares e amigos de Breno, como conta a irmã do jovem, Lara Rezende Machado.

É totalmente irreal, parece que isso é de outro mundo, nunca pensamos que perderíamos o Breno assim, é uma sensação de irrealidade e revolta, porque o que fizeram com ele é completamente revoltante, desabafa a jovem.

Breno foi assassinado com uma facada no peito por Vilson Luiz Ballan, de 39 anos, na madrugada de 15 de março. Ele fugiu da cena do crime logo depois de esfaquear o jovem e se entregou à polícia após o período de flagrante.

Vilson segue preso, mas de acordo com a irmã de Breno, a prisão traz pouco ou quase nenhum consolo à família.

“O monstro que fez isso está preso, mas ainda pode ver a sua família, ainda vai ter oportunidade de ser feliz com eles, mas é nós? Vamos viver com essa saudade para sempre, com esse sentimento de revolta e irrealidade”, afirmou.

“Não era para ter ido agora”, diz irmã

Lara e Breno moravam juntos quando o crime aconteceu no mês passado. Segundo ela, a proximidade com o irmão era algo que valorizava muito. O laço entre os dois foi brutalmente desfeito naquela madrugada.

“Me lembro dele como um porto seguro, uma pessoa pura e inteligente, um irmão mais velho que era minha segurança. Era um amor imensurável e indescritível, não era para ele ter ido agora”, disse.

Dois dias após o crime, familiares e amigos se juntaram em frente ao bar Sofá da Hebe, onde Breno foi assassinado, para um protesto. Segundo a jovem, não há previsão de novas manifestações para esta terça-feira.

“Dias parecem mais longos”, afirma a tia do jovem

Quem também ainda não se conformou com a morte de Breno foi a tia dele, Ludmila Machado. Ela, que é irmã do padrasto do jovem, relata que a família não se recuperou do impacto causado pelo crime.

Ela divide com a irmã do jovem a sensação de irrealidade com o falecimento do sobrinho e que espera que o responsável continue preso.

Total sensação de irrealidade. Parece tudo uma mentira, mas infelizmente não é. Os dias parecem mais longos. Esperamos que a polícia apresente o inquérito o quanto antes, não queremos correr o risco de o assassino ser solto, relatou.

Homenagem dos amigos

Após a morte de Breno, um grupo de 10 amigos decidiu homenageá-lo e marcou na pele as letras que ele utilizava para assinar.

Foto: Acervo pessoal

Um desses amigos é Nathan Milagre Gomes, que estava com o amigo no dia do crime, inclusive, no momento em que foi esfaqueado. Segundo ele, tudo aconteceu muito rápido e mesmo com diversas pessoas acionando o socorro, o jovem não resistiu.

Foi tudo muito rápido, acionamos o socorro e muita gente também acionou, a rua estava cheia. Quando liguei, por exemplo, me disseram que a viatura já havia sido enviada, porque uma pessoa tinha ligado. Até liguei de novo, porque só a polícia tinha chegado. Quando o Samu chegou e desceu a maca para pegá-lo, constataram o óbito.

Para a marca de um mês, os 10 amigos decidiram se juntar em uma pequena reunião. Um jantar para entre uma bebida e outra, dividir histórias e lembranças sobre Breno.

“Vamos fazer um jantar em memória e relembrar os bons momentos. Era algo que a gente fazia muito com ele e vamos fazer em memória dele. Era ele que conseguia reunir nosso grupo. Lembro muito da alegria e solidariedade dele, estar com Breno era certeza de um dia e uma noite divertida, como aquela estava sendo, inclusive”, disse.

Defesa do investigado e bares

O crime ocorreu após uma discussão entre Breno e Vilson, no bar Caldeirão, cujo o dono é irmão do acusado. Pouco depois, a vítima atravessou a rua e foi para o Sofá da Hebe, bar do autor do crime, que fica em frente. Câmeras registraram o crime.

Vilson Luiz Ballan, acusado de matar Bruno de Carvalho na Rua da Lama
Vilson Luiz Ballan, acusado de matar Bruno de Carvalho na Rua da Lama. Foto: Divulgação

À época da prisão de Vilson, Adilso, irmão dele, afirmou não ter nenhum envolvimento com o crime.

Segundo informações de uma pessoa próxima aos donos dos bares, o Sofá da Hebe permanecerá fechado e todos os equipamentos do bar já foram retirados do estabelecimento.

A defesa de Vilson Luiz Ballan foi procurada para comentar o caso, mas não houve retorno. O espaço permanece aberto.

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