Dólar em alta: Galípolo nega haver “ataque especulativo” do mercado

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que o argumento de “ataque especulativo coordenado” do mercado sobre o dólar “não representa bem” o cenário atual.

“Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem. Eu acho que a gente pode estar explicando como o movimento vem acontecendo no mercado hoje”, disse durante entrevista coletiva para detalhar os dados do relatório de inflação, nesta quinta-feira (19/12).

Segundo Galípolo, “não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico”, ou seja, não é uma coisa só que anda em um único sentido de forma coordenada.

“Basta a gente entender que o mercado funciona geralmente com posições contrárias. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores”, disse.

Lula e Haddad concordam com visão de Galípolo

O futuro presidente do BC informou que sua interpretação é “bem compreendida e aceita” nas interlocuções com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O próprio presidente da República concorda. Eu acho que  às vezes existe muito ruído do ponto de vista de comunicação, e é normal que aconteça esse ruído. Mas, acho que é importante esclarecer essa visão”, reforçou.

Embora Galípolo alegado uma aceitação do primeiro escalão do governo federal, o ministro Haddad não descartou, nessa quarta-feira (18/12), a possibilidade de o dólar estar sofrendo ataques especulativos.

Ao ser questionado se a alta do dólar tem sido fruto de “ataques especulativos”, ele disse: “Pode estar havendo [ataques especulativos no dólar], não estou querendo aqui fazer juízo sobre isso, porque a Fazenda trabalha com os fundamentos. E esses movimentos mais especulativos são coibidos com a intervenção do Tesouro e Banco Central. Então, funciona assim”.

No entanto, Haddad reiterou que prefere “trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal, para estabilizar isso”.

Confira a declaração do ministro:

Adicionar aos favoritos o Link permanente.