
O governo brasileiro afirmou que as novas tarifas impostas por Donald Trump podem favorecer a aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia. No entanto, especialistas como o professor Marcus Vinicius de Freitas, em entrevista ao programa BM&C News, avaliam que essa possibilidade ainda é incerta e enfrenta barreiras significativas, principalmente no setor agrícola europeu.
Freitas destacou que a postura protecionista da União Europeia em relação ao setor agrícola pode dificultar qualquer avanço substancial no acordo. “Os europeus são extremamente protecionistas na questão agrícola, e a impressão que eu tenho é de que eles não vão querer fazer uma mudança nesse cenário“, afirmou. Ele também ressaltou que a necessidade de aprovação pelos parlamentos dos países europeus pode representar um obstáculo adicional ao avanço das negociações.
Mercosul-UE: oportunidade para reforçar laços com a China
Apesar das dificuldades com a União Europeia, Freitas acredita que esse contexto pode ser um momento oportuno para o Brasil fortalecer relações comerciais com a China. “Talvez seja o momento para o Brasil buscar um acordo de livre comércio mais intenso com a China, ampliando nossa relação bilateral“, sugeriu.
Entretanto, para que isso aconteça, o professor alertou que seria necessário rever o próprio modelo do Mercosul. “Para negociar com a China, precisaríamos transformar o Mercosul em uma área de livre comércio, pois atualmente somos obrigados a negociar em bloco“, explicou.
A discussão sobre o futuro do acordo Mercosul-UE segue em aberto, mas a sinalização do governo brasileiro mostra que há um esforço para aproveitar as movimentações do cenário global a seu favor. Resta saber se as barreiras políticas e comerciais permitirão que essa expectativa se concretize.
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