Porsche Macan vira SUV elétrico e dá adeus aos motores a combustão

Após atrasos e diversos flagras em sessões de testes, a segunda geração do Porsche Macan finalmente foi revelada. O SUV abandona os motores a combustão e será o segundo carro 100% elétrico fabricado pela Porsche, se juntando ao Taycan.

A segunda geração do Macan parece uma evolução natural do segundo facelift apresentado para o modelo a combustão. A silhueta geral parece a mesma da geração anterior, mas o teto apresenta um caimento um pouco mais abrupto.

A dianteira lembra muito o Taycan, até por conta dos formatos dos novos faróis e por não ostentar uma grade. Há apenas uma pequena passagem de ar na base do para-choque dianteiro, que também abriga os sensores dos sistemas de auxílio à condução. O para-choque agora ganha luzes auxiliares, mostrando que a Porsche está atenta às tendências visuais do mercado.

A traseira mescla elementos vistos em outros carros da marca. O novo Macan apresenta linhas bem limpas, uma lanterna que percorre toda a seção e é bem similar à apresentada pelo Taycan e também o 911, guardadas às devidas proporções, claro. A novidade é o acabamento preto que acompanha as lanternas e “saídas de ar” nas laterais. 

Segundo a Porsche, é a primeira vez que a marca precisa adicionar o toque de sua linha elétrica em um produto que já possuía uma identidade estabelecida. As imagens iniciais mostram que o Macan EV ainda mantém certas características e dimensões de um Macan.

O modelo agora utiliza a plataforma PPE (Plataforma Premium Elétrica, em português), que foi desenvolvida em parceria com a Audi. Medindo 4,78 m de comprimento; 1,67 m de altura; 2,15 m de largura, o novo Macan é 5,8 cm maior que o antecessor, 7,6 cm mais alto e 22,4 cm mais largo. O espaço para bagagem também foi aprimorado e o Macan elétrico ganhou 124 litros de capacidade (540 no total), sendo 80 litros onde originalmente ficaria o capô nas variantes a combustão.

Internamente, o Macan ficou muito mais tecnológico e abandonou o painel de instrumentos analógicos, afinal, não há mais necessidade de exibir as rotações do motor. A cabine está mais próxima do Cayenne, mas também traz elementos do Taycan. O painel de instrumentos é curvo e conta com 12,6 polegadas, e a central multimídia de 10,9” utiliza o sistema operacional Android. Há ainda o opcional de outra tela de 10,9” para o passageiro. 

A nova plataforma elétrica vai permitir ao Macan EV dois motores elétricos (um por eixo), bateria de 100 kWh e 800 Volts, com desenho e composição química diferentes das utilizadas no Taycan. A velocidade de recarga agora é de 270 kW, superior às velocidades suportadas pela maioria dos carregadores atuais, mas em capacidades máximas, o Macan conseguirá recarregar de 10 a 80 % das baterias em 21 minutos.

A autonomia será de 519 km na versão “Turbo” e 613 km no Macan “4”.

Como um bom Porsche, espera-se desempenho esportivo, apesar do Macan ser um SUV, e agora, elétrico. A fabricante não decepciona quem esperava esse comportamento. A versão “de entrada”, a “4”, será equipada com 408 cv e 66,3 kgfm de torque, enquanto a Turbo com 640 cv e 115 kgfm de torque.

Mais versões devem surgir no futuro, como uma opção apenas com tração traseira, e mais acessível que o Macan 4, bem como uma Turbo S.

Sem condução com apenas um pedal

Um recurso muito comum em vários carros elétricos é o modo “one pedal”, que permite que o motorista conduza o veículo sem pisar nos freios, com os motores reduzindo a velocidade assim que o pedal não recebe mais carga.

Entretanto, a Porsche não é muito entusiasta dessa ideia. Para o Macan EV, a fabricante desenvolveu um sistema que se aproxima da desaceleração vista em um motor a combustão. Segundo Jörg Kerner, responsável pela linha Macan, a recuperação de energia com o sistema One Pedal não é muito eficiente.

É bem provável que, clientes acostumados com outros carros elétricos queiram esses sistema ao comprar ou realizar um test-drive no Macan, entretanto, segundo Kerner, eles terão que se acostumar. Um botão para a função até poderia ter sido instalado, mas a resposta do executivo é simples: “Poderíamos, mas não queremos”.

A ver se a Audi irá instalar esse sistema One Pedal Driving no Q6 e-tron, que também utilizará a plataforma PPE. O Audi Q8 e-tron, por exemplo, conta com essa função.