Racismo em BH: quem é o garçom procurado pela polícia por gravar vídeo ofensivo

Funcionário de bar que fez ataques racistas está foragido há 7 mesesReprodução/redes sociais

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acionou a polícia para apurar um crime de racismo cometido por Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos. Em um vídeo que viralizou na internet, ele criticou a abolição da escravidão no Brasil e disse que pessoas pretas “têm que entrar no chicote e no tronco”.

O conteúdo foi publicado nas redes sociais do próprio suspeito, na madrugada da última sexta-feira (18). Ele era funcionário de um bar no bairro Universitário, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, e foi demitido após a repercussão do caso.

No vídeo, Alessandro criticou a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel para extinguir a escravidão no Brasil, em 1888, e fez um discurso com ofensas racistas. Leia a transcrição da fala no vídeo:

“É, rapaz. Trabalhar em bar não é fácil, não. Tem que aturar cada uma. Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo, tem conversa não. Ai, ai… […]. Vê se preto tem razão pra reclamar de p* de copo. Tem que tomar água do vaso essa desgraça. Falar pra você, viu… Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça toda no chicote, amarrar no tronco e chicote estalando no lombo. Amarrar na caixa de ferro e deixar o dia todo no sol esses demônios. Falar pra você, viu… Eu tenho que aturar macaco aqui me enchendo o saco. […]” .

Alessandro Pereira de Oliveira trabalhava há cerca de quatro meses no bar e, segundo o proprietário, nunca tinha apresentado problemas. Após ser demitido, o homem não voltou ao local.

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Antecedentes criminais

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Alessandro Pereira de Oliveira tem quatro passagens pelo sistema prisional. Na última vez em que esteve preso, ele recebeu o benefício de saída temporária pela Justiça e não retornou no prazo determinado. O homem está foragido da Justiça há sete meses. 

Ainda segundo a Sejusp, o homem ainda não deu entrada no sistema prisional desde a repercussão do vídeo. 

Quatro passagens pela polícia

Em 2017, o Alessandro foi preso pela primeira vez e ficou um mês no sistema prisional até ter o alvará de soltura concedido pela Justiça. 

Depois, em janeiro de 2018, ele foi preso novamente, e ficou em cárcere por um ano e sete meses. Já em 2022, o homem voltou a ser preso. Ele estava no sistema prisional até 26 de março, quando teve o benefício de saída temporária concedido pela Justiça e não retornou no prazo determinado. 

O Ministério Público de Minas informou que foi acionado no domingo (20) em relação ao caso. O coordenador da Coordenadoria de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação, Allender Barreto Lima da Silva, instaurou Notícia de Fato e a encaminhou à 18ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Igualdade Racial, Apoio Comunitário e Fiscalização da Atividade Policial de Belo Horizonte, que analisará o caso. 

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