10 mitos sobre o autismo


O que a ciência realmente diz sobre o autismo e sua complexidade. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa, que abrange diferentes níveis de habilidades e desafios. Embora a ciência tenha avançado significativamente no entendimento do autismo, muitos mitos continuam sendo perpetuados, alimentando a desinformação e dificultando a inclusão social. Abaixo, desmistificamos os 10 principais mitos sobre o autismo, com base em estudos científicos e evidências recentes.
1. Mito: “Autismo é uma doença.”
Verdade: O autismo não é uma doença, mas sim uma condição neurológica que afeta a comunicação e o comportamento. O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição) classifica o autismo como Transtorno do Espectro Autista (TEA), um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades em interação social, comunicação e comportamentos repetitivos ou restritos. Por se tratar de um espectro varia de intensidade e áreas afetadas. Não se trata de algo que precisa de cura, mas sim de suporte adaptado a cada indivíduo. A abordagem correta é oferecer suporte e intervenções que ajudem no desenvolvimento e na qualidade de vida das pessoas autistas.
2. Mito: “Todas as pessoas autistas têm deficiência intelectual.”
Verdade: O autismo não é sinônimo de deficiência intelectual. De acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), cerca de 40% das pessoas com TEA apresentam deficiência intelectual. Isso indica que a maioria dos indivíduos autistas não possui essa condição. Muitas pessoas no espectro têm capacidades cognitivas normais ou até acima da média, com habilidades que podem se destacar em áreas específicas, como matemática, música, artes, entre outras.
3. Mito: “Vacinas causam autismo.”
Verdade: Esse mito começou com um estudo fraudulento publicado em 1998 pelo gastroenterologista Andrew Wakefield, que foi posteriormente desmascarado e retratado. Desde então, inúmeros estudos de larga escala, como o realizado pela JAMA Pediatrics (2019) com aproximadamente 100 mil crianças, confirmam que não há ligação entre vacinas, como a tríplice viral (MMR), e o autismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também reitera que as vacinas são seguras e essenciais para prevenir doenças graves.
4. Mito: “Autismo é uma doença mental”
Verdade: O autismo não é uma doença mental, mas sim uma condição neurológica, presente desde o nascimento, e não causado por algum trauma, abuso ou fatores sociais.
5. Mito: “Autismo é só em crianças.”
Verdade: O autismo é uma condição que persiste ao longo da vida, e não algo que desaparece com a idade. Adultos autistas podem enfrentar diferentes desafios, especialmente na transição para a vida independente. De acordo com um estudo realizado pela Autism Research Centre em 2016, o suporte adequado pode ser fundamental na vida adulta, impactando positivamente a qualidade de vida dessas pessoas.
6. Mito: “Autismo tem cura”
Verdade: Não há cura para o autismo, mas existem tratamentos eficazes. A intervenção é terapêutica e envolve uma abordagem multiprofissional, incluindo fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e neuropsicopedagogos, conforme indicado por neuropediatras, psiquiatras infantis ou pediatras especializados. Um artigo publicado em 2012 na revista americana Behavior Analysis in Practice, da Association for Behavior Analysis International (ABAI), destaca a importância da intervenção precoce, enfatizando que ela deve ser baseada em evidências científicas e não em “terapias milagrosas”.
7. Mito: “A terapia ABA é cruel e forçada.”
Verdade: A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma terapia amplamente estudada e recomendada para crianças autistas, especialmente quando implementada por profissionais qualificados. A controvérsia em torno do ABA surge de práticas antigas que não refletem os avanços atuais. Um estudo publicado na revista Behavior Analysis in Practice em 2020 destacou que, quando realizada de maneira ética e centrada no indivíduo, a ABA pode ser extremamente eficaz, ajudando a desenvolver habilidades sociais e de comunicação.
8. Mito: “Todas os autistas são iguais.”
Verdade: O espectro autista é diverso, e isso é respaldado pela pesquisa científica. Um estudo da National Institute of Mental Health (NIMH) ligado ao Instituto Nacional de Saúde do Estados Unidos e publicado em 2020, afirma que o autismo é altamente heterogêneo, com sintomas, habilidades e desafios variando amplamente entre os indivíduos. Essa diversidade é o motivo pelo qual se utiliza o termo “espectro”.
9 Mito: “Somente meninos são autistas.”
Verdade: Embora o autismo seja mais frequentemente diagnosticado em meninos, isso não significa que meninas não sejam autistas. Pesquisas sugerem que o autismo pode se manifestar de maneira diferente em meninas, o que leva a um subdiagnóstico. De acordo com um estudo da University College London publicado em 2020, as meninas frequentemente mascaram os sintomas, adaptando-se melhor às normas sociais, o que pode atrasar o diagnóstico.
10 Mito: “Autistas não vivem de forma independente.”
Verdade: Embora algumas pessoas com autismo precisem de suporte ao longo da vida, muitas podem viver de forma independente, trabalhar e formar famílias. A independência é influenciada por vários fatores, como o acesso a intervenções adequadas, apoio familiar e social, além do desenvolvimento de habilidades funcionais desde os primeiros sinais do espectro.

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