EUA se preparam para a chegada do furacão que pode ser o pior em mais de 100 anos a atingir a Flórida


Milton voltou a ser considerado um furacão de categoria 5 – a mais alta na escala de risco. No total, 12 milhões de pessoas estão sob alerta. O mundo está prestes a testemunhar mais uma consequência da chamada emergência climática. Os Estados Unidos se preparam para a chegada de um furacão que pode ser o pior em mais de 100 anos a atingir a Flórida.
São quilômetros de congestionamento em busca de segurança. Mais de 1 milhão – dos 3 milhões – de moradores da região de Tampa foram orientados a deixar suas casas com a aproximação do furacão Milton. É a maior ordem de retirada de civis desde 2017. O aeroporto da cidade fechou na manhã desta terça-feira (8). No total, 12 milhões de pessoas estão sob alerta.
A brasileira Ana Paula Rubstein mora em Tampa há 15 anos. A casa dela fica em uma região onde a saída não é obrigatória. Ela protegeu as janelas com pedaços de madeira e armazenou água em casa para se preparar para a passagem do furacão.
“Hoje, eu estava falando com uma amiga. Ela falou: ‘Como você está?’. Eu falei: ‘É um misto’. Tem horas que eu acho que vai dar tudo certo, que o furacão não vai chegar, vai diminuir a força, vai ficar fraco. Como outros, que iam bater em Tampa e desviaram ou foram para outra região. Mas a questão é que se não bate aqui, bate em outro lugar. Então, alguém vai acabar ficando prejudicado. A gente não sabe, né? A gente está em uma região segura, que nunca aconteceu nada, mas a mãe natureza não tem regras. Quem decide ficar… Essa é uma área que não é de evacuação. Mas o que que acontece? A gente deixa o pessoal que precisa evacuar. Quem que precisa evacuar? São as pessoas que estão na linha da praia. Aquele pessoal não tem como não evacuar”, diz.
EUA se preparam para a chegada do furacão que pode ser o pior em mais de 100 anos a atingir a Flórida
Jornal Nacional/ Reprodução
A população da região da Baia de Tampa foi embora. É quase uma área fantasma. O Milton deve chegar lá nesta quarta-feira (9) no final do dia, com ventos de 285 km/h.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, pediu que a população se prepare para o pior. Segundo ele, há 8 mil homens da Guarda Nacional prontos para atuar na região.
“Nós podemos reconstruir casas e negócios. Nós podemos reerguer a vida das pessoas, mas só se elas sobreviverem à tempestade”, disse Ron DeSantis.
DeSantis ressaltou que há risco de tempestades muito fortes para quase toda a costa oeste do estado, com inundações que podem chegar a até 4,5 m.
Em Orlando, a expectativa é de que os impactos não sejam tão fortes. Mesmo assim, moradores vão passar os próximos dias abrigados em segurança. Eles estocaram água e alimentos.
“Estou assustada porque você nunca sabe o que vai acontecer. Eu e minha família já estamos preparados”, diz uma moradora.
Flórida, nos EUA: moradores estocaram água e alimentos
Jornal Nacional/ Reprodução
A região ainda se recupera do furacão Helene, que passou há duas semanas e causou destruição. Mais de dez pessoas morreram no estado. Houve estragos ainda maiores na Geórgia e na Carolina do Norte. Ao todo, a passagem do Helene matou mais de 230 pessoas.
Nesta terça-feira (8), o furacão Milton passou pela costa do México, a 830 km da Flórida. Os ventos fortes derrubaram postes de energia e árvores. Segundo as autoridades locais, não houve vítimas.
No fim da tarde desta terça-feira (8), o Milton voltou a ser considerado um furacão de categoria 5 – a mais alta na escala de risco.
O presidente americano, Joe Biden, aprovou declarações de emergência para a Flórida e pediu às companhias aéreas que ajudem na retirada das pessoas.
“Se você recebeu uma ordem para sair de casa, você deve segui-la agora. Você já deveria ter saído de casa. É uma questão de vida ou morte. E isso não é um exagero”, disse Joe Biden.
O jornal americano “The New York Times” revelou que a Agência Federal de Desastres americana está sobrecarregada por causa do excesso de desastres naturais acontecendo ao mesmo tempo no país. Por isso, menos de 10% dos funcionários estão disponíveis para responder a um dos piores furacões em um século.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Dan Watson, da diretor da Agência Federal de Desastres, respondeu que eles estão com uma presença robusta na Flórida. Ele avaliou que os furacões estão ficando mais frequentes e mais intensos, e que as equipes estão se adaptando para responder a essa nova realidade.
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