Download de apps de namoro sofre queda; entenda motivos para a “crise”

Recentemente, têm surgido vários vídeos e análises nas redes sociais sobre um desencantamento e sobrecarga com os aplicativos de namoro. De acordo com alguns relatos, principalmente de mulheres, em vez de trazer novas possibilidades de encontros, essas plataformas têm sido fonte de frustração.

Uma pesquisa realizada pela revista Forbes Health relatou que as gerações mais jovens são as que mais sentem o esgotamento, que pode estar associado justamente à utilização frequente. No geral, 54% das adultas que usaram um aplicativo ou site de namoro no ano passado dizem ter se sentido inseguras em relação ao número de mensagens que receberam, enquanto 36% afirmaram que se sentem sobrecarregadas.

A psicóloga e terapeuta sexual Alessandra Araújo aponta que o desencantamentos por aplicativos de namoro se deve a vários fatores, sendo o principal o excesso de opções e a superficialidade das interações.

“As pessoas podem ficar sobrecarregadas por tantas escolhas, o que gera a ilusão de que sempre há alguém ‘melhor’ por perto. Além disso, os aplicativos muitas vezes incentivam interações rápidas, mas superficiais, com uma ênfase maior na aparência do que em valores, interesses ou compatibilidade emocional”, defende.

E não é à toa que muitas pessoas se frustram, certo? De acordo com profissional, também é comum que o comportamento on-line seja diferente do presencial, o que gera decepções quando as expectativas virtuais não se concretizam no mundo real.

Dating burnout ou “esgotamento de encontros”

Esse termo está relacionado a estudos que examinam o comportamento das pessoas em aplicativos de namoro e indicam a existência de um problema associado ao desgaste mental e emocional extremos.

Embora deslizar para um lado ou outro tenha se tornado algo popular, é comum sentir frustração e desânimo devido à falta de empatia ou à existência de interações superficiais. Alessandra acentua que é um esgotamento emocional que muitas pessoas sentem após passarem por várias experiências frustrantes e repetitivas de encontros.

“Esse fenômeno está fortemente relacionado aos aplicativos de relacionamento, porque eles promovem um ciclo constante de matches, conversas e encontros que, muitas vezes, não evoluem para algo concreto”, ressalta.

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Além disso, a sensação de estar “sempre buscando” ou de que “não há conexão real” pode levar ao cansaço, à desmotivação e à sensação de fadiga emocional, afetando a disposição para continuar tentando, destaca a profissional.

Flerte à moda antiga

Ao mesmo tempo que os aplicativos oferecem diversas opções, o flerte ao vivo tem voltado ao centro das interações porque, diferente dos aplicativos, ele permite uma conexão autêntica e imediata, “onde se pode sentir a química e a energia da pessoa em tempo real. Esse contato direto muitas vezes é mais envolvente e significativo do que o digital, além de menos frustrante do ponto de vista emocional”, acrescenta.

Para isso, é necessário perder a vergonha de abordar alguém pessoalmente. Para isso, a psicóloga afirma que é importante trabalhar a autoestima e a confiança — além de praticar a socialização em contextos menos desafiadores, como conversas casuais em ambientes descontraídos.

“Para estar disposto a encontrar o amor fora das telas, é importante reconectar-se com o mundo real e cultivar relacionamentos genuínos. Participar de atividades sociais, como grupos de interesse ou hobbies, pode ser uma forma natural de conhecer pessoas que compartilhem valores ou interesses comuns”, salienta a especialista.

Mesmo assim, é importante manter uma postura de mente aberta e lembrar que o “não” faz parte do processo e ajuda a encarar a situação de forma leve. “Aceitar que o flerte é uma forma natural de se conectar com o outro pode tornar a experiência menos intimidante”, acrescenta.

Por fim, mas não menos importante, é essencial desenvolver paciência e abertura emocional, permitindo que as interações fluam de maneira orgânica, sem a pressão imediata de encontrar o “amor da vida”. Para isso, Alessandra reforça que praticar “presença” e valorizar encontros presenciais, nos quais há troca de olhares, gestos e energia, também favorece esse processo.

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