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O programa Money Report, exibido na BM&C News, trouxe uma discussão aprofundada sobre temas essenciais para o mercado brasileiro e global. A conversa contou com a participação de três executivos: André Barros, CEO da Ecomex, especializada em análise tributária para comércio exterior; André Calil, sócio da Next Realty, voltada para investimentos imobiliários; e Gustavo Bernhoeft, CEO da TP Corporate, braço corporativo do grupo Teresa Perez. Durante o bate-papo, os convidados abordaram temas como o turismo, os impactos da tecnologia, os desafios da reforma tributária e a influência da geopolítica no comércio e nos investimentos.
Tecnologia e desafios do comércio exterior
André Barros destacou o papel da tecnologia na análise tributária e nas operações de comércio exterior, ressaltando que, no Brasil, esse setor é altamente burocrático e impactado por regulações fiscais e aduaneiras. Segundo ele, a inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada para evitar passivos tributários e garantir compliance. “São mais de 4 bilhões de documentos transacionados no comércio global, e a tecnologia é essencial para lidar com essa complexidade“, afirmou.
Ele também mencionou que o avanço da automação nas aduanas tem permitido que a Receita Federal realize auditorias mais precisas com menor volume de inspeções. “Em 2016, 88% das cargas eram fiscalizadas e a arrecadação era de R$ 70 milhões. Em 2022, apenas 2,5% das cargas foram auditadas, mas a arrecadação subiu para R$ 380 milhões, graças ao uso de inteligência artificial“, explicou.
Turismo corporativo e a transformação pós-pandemia
Gustavo Bernhoeft analisou as mudanças no turismo corporativo, especialmente após a pandemia. Segundo ele, o modelo de viagens de negócios foi reconfigurado, tornando-se mais estratégico. “Reuniões que antes eram feitas presencialmente agora ocorrem por videoconferência. Hoje, as viagens acontecem para missões críticas, com a presença de executivos de alto nível“, afirmou.
Ele também destacou a crescente importância do Oriente Médio, especialmente Dubai e Doha, como hubs internacionais para eventos e turismo corporativo. “Dubai se consolidou como um polo para conferências, congressos e incentivos corporativos, além de ser uma porta de entrada para a Ásia e a África“, explicou Bernhoeft.
Outro ponto relevante foi o crescimento das viagens de incentivo, que representam cerca de 30% do turismo corporativo. “Empresas utilizam essas viagens para engajamento e reconhecimento de talentos, proporcionando experiências únicas que o dinheiro não compra“, pontuou.
Investimentos imobiliários e a reforma tributária
André Calil comentou sobre as tendências no setor imobiliário e como os investidores estão reagindo às mudanças na tributação. “Os fundos imobiliários sofreram impactos com a reforma tributária, mas o investimento direto em imóveis continua atraente“, afirmou.
Uma das tendências do setor, segundo Calil, é a valorização de parcerias com marcas de luxo no mercado imobiliário. “Projetos assinados por grandes marcas agregam valor aos empreendimentos, tornando-os mais desejados por investidores e compradores“, destacou.
Ele também ressaltou o crescimento da locação de curta temporada e como sua empresa implementou tecnologia para otimizar a gestão de imóveis. “Temos um modelo inspirado no europeu, com portarias digitais e algoritmos que ajustam preços de acordo com a demanda“, explicou.
A interseção entre tributação, investimentos e geopolítica
O debate também abordou os desafios da reforma tributária no Brasil, que, segundo os participantes, ainda gera incertezas. “A transição para o novo sistema levará dez anos, e muitas regras ainda não estão claras“, alertou Barros. Ele destacou que a guerra fiscal entre estados poderia ser uma ferramenta positiva para atrair investimentos, mas o governo busca eliminá-la.
No cenário global, os convidados discutiram o impacto das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos e a dependência crescente do Brasil em relação à China. “Se os EUA restringem importações do México, isso afeta o Brasil indiretamente, pois somos um parceiro comercial do México“, explicou Bernhoeft. Ao mesmo tempo, a intensificação das relações com a China pode gerar oportunidades, mas também aumentar a vulnerabilidade da economia brasileira.
Assista na íntegra:
O post Money Report: tributação, turismo de negócios e tecnologia apareceu primeiro em BMC NEWS.