Morte de congolês em quiosque no Rio completa dois anos; família pede justiça e condenação de presos


‘Não passa um dia. A gente não esquece. Eu sou mãe, todo dia pergunto por que, por quê? Aí esse dia a gente espera. O dia da condenação’, relata mãe da vítima. Família foi ao cemitério nesta quarta-feira (24). Morte de congolês em quiosque no Rio completa dois anos
O caso do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte em um quiosque na Zona Oeste do Rio em 2022, completou dois anos nesta quarta-feira (24). A família pede justiça, já que os suspeitos de cometer o crime ainda não foram julgados.
“Não passa um dia. A gente não esquece. Eu sou mãe, todo dia pergunto por que, por quê? Aí esse dia a gente espera. O dia da condenação. Pra dar a justiça dele, né?”, disse Lotsove Lolo Lavy Ivone, mãe de Moïse.
Família de Moïse no cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, nesta quarta-feira (24)
Reprodução/TV Globo
Atualmente, a família trabalha no quiosque oferecido pela prefeitura do Rio, no parque de Madureira. O local recebeu o nome de Moïse.
Três homens estão presos enquanto aguardam o resultado do processo na justiça: Fábio Pirineus Da Silva, Aleson Cristiano De Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz Da Silva.
De camisa regata preta, homem observa o espancamento e depois leva embora o bastão usado para agredir Moïse
“Moïse foi torturado e morto de forma bárbara e, a partir daí, teve a investigação, teve a prisão dos assassinos do Moïse, teve a denúncia das pessoas que viram o que ocorreram com Moïse e não fizeram nada”, disse Rodrigo Mondego, procurador da comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ.
Mondego ainda cita que corre um processo na esfera civil de reparação da família, além de um processo na esfera trabalhista: o Ministério Público do Trabalho questiona situações degradantes a que Moïse foi submetido.
O RJ1 não conseguiu contato com as defesas de Fábio, Aleson e Brendon.
Três homens detidos pela morte do congolês Moïse Kabagambe são levados para presídio de Benfica, em 2022
Reprodução e Henrique Coelho/g1
Vida difícil
Segundo os parentes, Moïse viveu uma vida inteira de muita luta: fugindo da guerra, tentando um futuro melhor em outro país e enfrentando a realidade que é começar tudo de novo no Brasil.
“Vida difícil, chegou aqui difícil, vivendo difícil, faleceu difícil. Duro. Duro”, contou a mãe, chorando.
Em uma praça , em frente ao cemitério de Irajá, a família conta que Moise costumava brincar ali. Segundo parentes, ali era o local que ele conseguia diversão em dias difíceis.
Moïse Kabagambe
Arquivo pessoal
Hoje, quem vive dias difíceis é a família, dois anos após o crime. No entanto, eles não perdem a esperança.
“A gente tem que ser forte. Para ela, para nossa família, para seguir e esperar essa justiça, né, porque até hoje vai fazer 2 anos que nada ainda, a condenação nada. Sabemos que estão presos, mas nada tá definido. O Brasil inteiro viu e o mundo inteiro viu. Só queremos justiça, entendeu?”
Prefeitura entrega quiosque no Parque Madureira para a família de Moïse Kabagambe
Reprodução/GloboNews
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