Adolescente tem 40% do corpo queimado após namorado atear fogo nela, diz polícia

Segundo a polícia, suspeito forçou a vítima a dizer que tinha se ferido enquanto cozinhava com álcool. Ela foi transferida para um hospital em Brasília, especializado em vítimas de queimaduras. Adolescente tem 40% do corpo queimado, em Santo Antônio do Descoberto
Reprodução/Polícia Militar
A Polícia Militar prendeu um homem, de 36 anos, suspeito de colocar fogo na companheira, uma adolescente de 17 anos, em Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal. A jovem teve 40% do corpo queimado e recebeu os primeiros socorros no hospital municipal, mas foi transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, pois a unidade é especializada em atendimento a vítimas de queimaduras.
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O g1 não conseguiu localizar a defesa do homem. Conforme o Tribunal de Justiça de Goiás, ele vai passar por audiência de custódia na tarde de terça-feira (23).
O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (22), na residência do casal. Segundo relato da PM, durante uma discussão, o suspeito jogou álcool na adolescente e ateou fogo. A vítima correu para o banheiro para tentar apagar as chamas, mas mesmo assim, ficou gravemente ferida.
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A PM narra que o homem, então, levou a vítima ao hospital da cidade, mas a orientou a dizer que as queimaduras tinham sido causadas quando ela estava cozinhando sem gás, utilizando álcool. A adolescente concordou e, de fato, contou essa versão à equipe médica e também aos policiais militares que foram chamados na unidade.
Porém, a médica que atendeu ao caso continuou desconfiando do relato e, por se tratar de uma vítima menor de idade, acionou o Conselho Tutelar. Em conversa com os conselheiros, longe do suspeito, a adolescente revelou que havia sido vítima de violência do namorado.
Os conselheiros acionaram a Polícia Civil. O delegado que investiga o caso, Adriano Jaime, disse que a partir disso, policiais civis e militares começaram a procurar pelo homem, que a essa altura, já tinha ido embora do hospital, acreditando que a companheira o havia defendido.
“Eu estive pessoalmente na casa dos familiares, conversei com eles tentando localizar o rapaz. Todos eles falaram que ele era violento, agressivo, usuário de crack e que quando bebe é mais violento ainda”, afirma o delegado.
Horas depois, a PM conseguiu localizar o suspeito e o prendeu em flagrante por tentativa de feminicídio. “Até aquele momento, ele estava acreditando que a mulher não tinha mudado a versão dos fatos”, detalhou o delegado.
Colchão de adolescente que teve 40% do corpo queimado foi encontrado parcialmente incendiado, em Santo Antônio do Descoberto
Reprodução/Polícia Militar
Queimaduras graves
No hospital municipal, a adolescente recebeu os primeiros cuidados. Os médicos constataram que a jovem teve 40% do corpo queimado, com queimadura de 2º e 3º grau.
Por conta da gravidade, ela precisou ser transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, que é especialista em vítimas de queimaduras.
O g1 tentou contato com a unidade médica em busca de mais informações sobre o estado de saúde da adolescente, mas até a última atualização desta reportagem não houve nenhum retorno.
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Histórico violento
O delegado Adriano Jaime explicou que o suspeito possui um histórico violento. Além do que foi relatado pelos familiares, a polícia também constatou que ele possui antecedentes pelos crimes de violência doméstica, furto e outros crimes.
“Ele tem antecedentes de lesão corporal contra uma ex-companheira e contra a mãe dele em uma mesma situação. Ele agrediu a ex companheira e a mãe foi entrar no meio e ele agrediu a mãe. Agora que ele queimou a atual namorada”, relata o delegado.
O investigador também detalha que o suspeito, em outubro do ano passado, havia xingado a vítima atual. A adolescente chamou a polícia e foi levada para a Central de Flagrantes, mas lá, sentiu medo de continuar com a denúncia e retirou a queixa, tendo solicitado somente medidas protetivas contra o homem.
“As medidas protetivas foram deferidas no mesmo dia, mas ele e ela mudaram de endereço e a Justiça não encontrou nem ele e nem ela para intimá-los. Então, não tem nem como imputar ele o descumprimento, tendo visto que ele não foi intimado”, detalha.
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