As principais negociações comerciais entre autoridades estadunidenses e chinesas em Londres se estenderão pelo segundo dia, com os dois lados buscando reforçar uma trégua tarifária instável. Uma fonte familiarizada com as negociações disse à AFP que as conversas foram encerradas na noite desta segunda-feira (9) e devem ser reiniciadas na terça-feira, às 10h.
A reunião na capital britânica ocorreu depois que Washington acusou Pequim de violar o acordo de Genebra para reduzir as tarifas incrivelmente altas. Esse acordo reduziu temporariamente as novas tarifas dos EUA sobre produtos chineses de 145% para 30%, e as contramedidas chinesas de 125% para 10%.
Mas Trump disse recentemente que a China “violou totalmente” o acordo, em referência ao envio de terras raras por Pequim, essenciais para produtos como baterias de veículos elétricos. A questão foi levantada na semana passada nas primeiras conversas telefônicas anunciadas publicamente por Trump com o presidente chinês, Xi Jinping, desde o retorno do republicano à Casa Branca.
“Os EUA querem que essas remessas sejam restabelecidas, enquanto a China quer que os EUA repensem as restrições à imigração de estudantes, as restrições ao acesso à tecnologia incluindo microchips, e que facilitem o acesso dos fornecedores de tecnologia chineses aos consumidores dos EUA”, disse à AFP Kathleen Brooks, diretora de pesquisa do grupo comercial XTB.
Ao longo de suas negociações com Washington, a China também iniciou discussões com outros parceiros comerciais – incluindo o Japão e a Coreia do Sul – para tentar construir uma frente unida para combater as tarifas de Trump. Na quinta-feira, Pequim e Canadá concordaram em regularizar seus canais de comunicação.
Na quinta-feira, Pequim e Canadá concordaram em regularizar seus canais de comunicação após laços tensos. Pequim também propôs o estabelecimento de um “canal verde” para facilitar as exportações de terras raras para a União Europeia e acelerar a aprovação de algumas licenças de exportação. Espera-se que a China realize uma cúpula com a UE em julho, marcando os 50 anos desde que Pequim e Bruxelas estabeleceram laços diplomáticos.
*Com AFP