
Flagrante feito na manhã desta segunda-feira (9) mostra grupo de peixes próximo à superfície e à costa, entre veleiros ancorados, na Praia do Canto, em Vitória. Balé de cardumes chama a atenção na Baía das Tartarugas, em Vitória
Um voo feito com drone na manhã desta segunda-feira (9) pela região conhecida como Baía das Tartarugas, próximo à Curva da Jurema, em Vitória, registrou um verdadeiro balé de cardumes. Os animais estão próximos à superfície, agitados e aparecem prateados devido à luz do Sol.
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O responsável pelas imagens foi o empresário Fernando Pandolpho Ferreira, de 68 anos, que há cerca de dois anos tem como hobby fazer imagens com drone. O registro foi feito por volta das 7h30. Depois, os vídeos foram publicados nas redes sociais e arrancaram elogios.
“Todo dia é uma surpresa. Geralmente, filmo canoas, caiaques, sempre tem alguma coisa, um cardume de manjubas, de tainhas… As manjubas tinham dado uma sumida, em fevereiro tinha bastante. Mas hoje, logo cedo, eu vi pelo reflexo que elas já estavam fazendo no mar que ia ter, que eu ia conseguir filmar”, contou Fernando.
Balé de cardumes chama a atenção na Baía das Tartarugas, em Vitória, Espírito Santo.
Fernando Pandolpho Ferreira
O g1 mostrou as imagens para o biólogo e pesquisador do Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira da Universidade Federal do Espírito Santo (PMAP-Ufes), João Gasparini, que explicou que não é possível cravar qual é a espécie de peixes. Mas ele acredita que podem ser dois tipos: manjubas ou sardinhas.
“Pode ser sardinha ou manjuba. Existem pelo menos quatro espécies de sardinhas e dez de manjubas, mas eu não vou bater o martelo. São peixes pequenos, de no máximo dez, 15 centímetros, e todos eles prateados. Então, é difícil identificar, assim, de uma filmagem do alto. Só se a gente coletasse um para analisar”, explicou.
De toda forma, o biólogo explicou que sardinha e manjubas são animais próximos, peixes basais, que ocorrem principalmente em fundos de baía, enseadas, estuários e manguezais, muito parecido com o que é o cenário na Baía das Tartarugas, onde as imagens foram feitas.
Cardume chama a atenção na Baía das Tartarugas, em Vitória. Na metade de cima da foto, os peixes maiores são tainhas. Espírito Santo.
Fernando Pandolpho Ferreira
“É uma região com uma água misturada, que vem água doce do Rio Santa Maria, água doce do Canal da Passagem e ali se encontra com o mar. São espécies filtradoras, por isso, ficam em cima da água, se alimentando. Nitidamente, elas estão se alimentando de plâncton”, apontou.
O especialista ressaltou que em alguns momentos é possível ver alguns peixes um pouco maiores, um cardume de tainhas. Que não são filtradoras, mas comem algas e também são muito comuns na Baía das Tartarugas.
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Balé de cardumes chama a atenção na Baía das Tartarugas, em Vitória
O fenômeno não é migratório, mas pode ser mais evidente em algumas épocas do ano, quando há aumento da quantidade de plâncton.
“É um indicativo muito bom de que ali nós temos ainda espécies que comem plâncton. Então, é uma água que está relativamente boa. A gente tem que sempre ter cuidado com essa emissão de esgoto dentro da Baía das Tartarugas e dentro da Baía do Espírito Santo, em geral. Ainda tem muitas áreas que recebem um esgoto muito pesado, como o canal Bigossi, que passa embaixo da Terceira Ponte, em Vila Velha. […] Se a gente conseguir despoluir a baía, essa cena de ver raias, botos, cardumes de sardinha ou de manjuba vai ficar cada vez mais corriqueira”.
Balé de cardumes chama a atenção na Baía das Tartarugas, em Vitória, Espírito Santo.
Fernando Pandolpho Ferreira
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