
A JBS está prestes a iniciar um novo capítulo em sua trajetória global. A empresa anunciou que recebeu a aprovação dos acionistas para realizar a tão esperada listagem de ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), com estreia marcada para 12 de junho. A operação será feita por meio de uma estrutura de dupla listagem: as ações seguirão negociadas no Brasil via BDRs (Brazilian Depositary Receipts), enquanto a empresa passará a captar recursos diretamente no mercado americano.
O movimento posiciona a JBS ao lado de outras companhias brasileiras que, ao longo dos anos, buscaram visibilidade, liquidez e acesso a capital em Wall Street — uma estratégia que fortalece sua presença global, amplia o leque de investidores e confere maior reconhecimento internacional à marca.
O Brasil em Wall Street
Com a entrada da JBS, cresce o número de empresas brasileiras com ações listadas nos Estados Unidos. Essa presença é composta por dois formatos principais: listagem direta, geralmente usada por empresas com sede internacionalizada, e ADRs (American Depositary Receipts), que representam ações brasileiras negociadas por meio de recibos nos EUA.
Empresas com listagem direta:
- Nubank (NU) – NYSE
- XP Inc. (XP) – NASDAQ
- StoneCo (STNE) – NASDAQ
- PagSeguro Digital (PAGS) – NYSE
- VTEX (VTEX) – NYSE
- CI&T (CINT) – NYSE
Empresas com ADRs listadas nos EUA:
- Vale (VALE)
- Petrobras (PBR)
- Itaú Unibanco (ITUB)
- Bradesco (BBD)
- Ambev (ABEV)
- Gerdau (GGB)
- Eletrobras (EBR)
- Embraer (ERJ)
- Suzano (SUZ)
- Ultrapar (UGP)
- Azul (AZUL)
- Gol (GOL)
- Cosan (CSAN)
- TIM Brasil (TIMB)
- Vivo (VIV)
- Natura &Co (NTCO)
- Sabesp (SBS)
- Grupo Pão de Açúcar (CBD)
- Companhia Siderúrgica Nacional (SID)
- Cemig (CIG)
Estrategista-chefe analisa listagem da JBS
Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, embora o investidor brasileiro ainda tenha preferência por empresas conhecidas e de atuação local, há um trabalho contínuo de educação financeira voltado à diversificação internacional. “Ainda existe o viés de alocação local”, explicou William. “Mas a gente trabalha esse lado educacional para mostrar que, fazendo isso, você está totalmente fora do risco país.” Para ele, mesmo empresas exportadoras brasileiras, como a JBS, ainda carregam algum grau de exposição ao Brasil. Por isso, o estrategista defende o equilíbrio no portfólio dos investidores.
William também ressaltou que o investidor brasileiro costuma comparar taxas de retorno com empresas norte-americanas. “É injusto você comparar o risco de crédito de uma empresa brasileira com uma Oracle da vida”, disse. “Obviamente que empresas maiores pagam menos, mas oferecem muito mais segurança.”
Por que a NYSE?
Para empresas globais como a JBS, listar ações nos Estados Unidos significa acessar o maior mercado de capitais do mundo, atrair grandes fundos internacionais e elevar os padrões de governança. Além disso, a operação pode aumentar a liquidez das ações e facilitar aquisições internacionais com pagamento em ações listadas em dólar.
A JBS já possui parte relevante de suas operações nos Estados Unidos e agora reforça essa presença com a nova estrutura societária. A expectativa da companhia é que a listagem agregue valor para os acionistas e fortaleça sua estratégia de crescimento sustentável no exterior.
A movimentação da JBS acompanha uma tendência observada nos últimos anos: o aumento do número de empresas brasileiras que acessam diretamente o mercado americano. Essa estratégia reflete não apenas o apetite por capital, mas também uma necessidade de diversificação, competitividade e modernização das estruturas corporativas para atender investidores globais.
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