<\/p>\n

O \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a infla\u00e7\u00e3o, registrou alta de 0,16% em janeiro, marcando a menor varia\u00e7\u00e3o para o m\u00eas desde a implementa\u00e7\u00e3o do Plano Real, em 1994, segundo dados divulgados pelo IBGE. A desacelera\u00e7\u00e3o frente \u00e0 taxa de 0,52% em dezembro foi impulsionada pela queda no grupo Habita\u00e7\u00e3o (-3,08%), que contribuiu com um impacto negativo de 0,46 ponto percentual. Por outro lado, os grupos Transportes (1,30%) e Alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas (0,96%) foram os principais respons\u00e1veis pela press\u00e3o inflacion\u00e1ria, adicionando conjuntamente 0,48 ponto percentual ao \u00edndice. No acumulado de 12 meses, o IPCA registra avan\u00e7o de 4,83%, mantendo-se acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central.<\/p>\n

Infla\u00e7\u00e3o surpreende, mas press\u00f5es futuras mant\u00eam cautela do BC<\/h2>\n

Apesar da desacelera\u00e7\u00e3o do IPCA para 0,16% em janeiro, dentro das expectativas do mercado, a abertura do \u00edndice revela sinais de press\u00e3o inflacion\u00e1ria para os pr\u00f3ximos meses. Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, \u201creajustes promovidos por prefeituras ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es, aumento no transporte p\u00fablico e combust\u00edveis foram determinantes para a composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice<\/strong>\u201c. O b\u00f4nus da Usina de Itaipu teve papel fundamental na redu\u00e7\u00e3o do indicador, mas a acelera\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os de servi\u00e7os, de 0,66% para 0,78%, e dos n\u00facleos subjacentes refor\u00e7a um cen\u00e1rio menos favor\u00e1vel. Com a proje\u00e7\u00e3o de um IPCA superior a 1% em fevereiro, Cruz avalia que \u201ca possibilidade de o Banco Central interromper os cortes na taxa Selic em 14,25% \u00e9 baixa, j\u00e1 que a infla\u00e7\u00e3o deve continuar pressionando a autoridade monet\u00e1ria nos pr\u00f3ximos meses<\/strong>\u201c.<\/p>\n

IPCA de janeiro sem grandes surpresas para o mercado<\/h2>\n

Para \u00c9tore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, \u201co desvio nas estimativas se concentrou principalmente na energia el\u00e9trica, cuja retra\u00e7\u00e3o foi menor do que o esperado\u201d afirmou o economista. Sanchez avalia que essa din\u00e2mica reduz a possibilidade de uma devolu\u00e7\u00e3o significativa da infla\u00e7\u00e3o em fevereiro, tornando o \u00edndice do pr\u00f3ximo m\u00eas potencialmente mais brando. No entanto, os n\u00facleos de infla\u00e7\u00e3o vieram pressionados, com a m\u00e9dia subindo 0,61%, acima da proje\u00e7\u00e3o de 0,57%, e os servi\u00e7os subjacentes avan\u00e7ando 0,86%. Apesar disso, o economista aponta que \u201cos dados ficaram dentro do esperado, sem grandes impactos na condu\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica monet\u00e1ria, embora o cen\u00e1rio de sobreaquecimento siga exigindo aten\u00e7\u00e3o\u201d<\/strong>.<\/p>\n

Infla\u00e7\u00e3o desacelera, mas press\u00e3o sobre alimentos e transportes mant\u00e9m alerta<\/h2>\n

Para o economista \u00c1lvaro Bandeira, \u201ca desacelera\u00e7\u00e3o foi sustentada principalmente pela forte queda nos pre\u00e7os de habita\u00e7\u00e3o e energia, que ajudaram a segurar a infla\u00e7\u00e3o no m\u00eas<\/strong>\u201c. No entanto, os grupos de alimenta\u00e7\u00e3o e transportes continuam pressionando, afetando especialmente as camadas mais pobres da popula\u00e7\u00e3o. A taxa de difus\u00e3o recuou para 65%, um dado positivo, mas insuficiente para alterar a expectativa de um ciclo mais agressivo na pol\u00edtica monet\u00e1ria. Com a infla\u00e7\u00e3o persistente e n\u00facleos ainda elevados, Bandeira avalia que \u201co Banco Central pode levar a taxa Selic para at\u00e9 15,5% at\u00e9 meados do ano, buscando conter os impactos da alta dos pre\u00e7os\u201d, conclui o economista.<\/p>\n

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