{"id":807,"date":"2025-02-01T08:17:04","date_gmt":"2025-02-01T11:17:04","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/807"},"modified":"2025-02-01T08:17:04","modified_gmt":"2025-02-01T11:17:04","slug":"brasileiro-que-trabalha-em-cruzeiro-flagra-momento-em-que-orcas-cacam-pinguim-na-antartida-vida-selvagem-e-incrivel","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/807","title":{"rendered":"Brasileiro que trabalha em cruzeiro flagra momento em que orcas ca\u00e7am pinguim na Ant\u00e1rtida: ‘Vida selvagem \u00e9 incr\u00edvel’"},"content":{"rendered":"

Pedro Rosa, de 23 anos, \u00e9 de Sorocaba (SP) e trabalha como bartender em um cruzeiro, durante a temporada de ver\u00e3o na Ant\u00e1rtida. Bi\u00f3loga marinha fala sobre o comportamento das orcas e o trabalho de pesquisa envolvendo os animais. Brasileiro que trabalha em cruzeiro flagra momento em que orcas ca\u00e7am pinguim na Ant\u00e1rtida
\nH\u00e1 tr\u00eas meses, Pedro Rosa, de 23 anos, embarcou em uma aventura rumo \u00e0 Ant\u00e1rtida. Soube de uma vaga de bartender em um cruzeiro pela internet e decidiu se candidatar. O jovem de Sorocaba (SP) conseguiu ser selecionado e tem vivido dias \u00fanicos desde ent\u00e3o, como presenciar e registrar o momento em que tr\u00eas orcas ca\u00e7am um pinguim (assista acima).
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\nNa cena, as orcas aparecem perto do navio e Pedro conseguiu gravar o exato instante em que o pinguim \u00e9 capturado por uma das baleias. Ao g1, ele contou que fez a imagem no fim de dezembro de 2024, pr\u00f3ximo ao Natal, e considerou a experi\u00eancia como um presente. O v\u00eddeo foi publicado por ele nas redes sociais no fim de janeiro.
\n“\u00c9 muito maluco a gente conseguir ver um momento desse t\u00e3o espec\u00edfico, porque as orcas em si s\u00e3o grupos migrat\u00f3rios e n\u00e3o t\u00eam um lugar espec\u00edfico, como, por exemplo, as col\u00f4nias de pinguins. \u00c9 dif\u00edcil de encontrar, porque elas est\u00e3o passando no meio do Polo Sul. Ent\u00e3o, a gente tem que ter sorte de encontrar, e mais sorte ainda de presenciar uma cena dessa. A vida selvagem \u00e9 incr\u00edvel.”
\nPedro Rosa trabalha desde novembro em um cruzeiro na Ant\u00e1rtida
\nPedro Rosa\/Arquivo pessoal
\nPedro relata que as expedi\u00e7\u00f5es para o Polo Sul da Ant\u00e1rtida s\u00e3o restritas e que quem faz esse tipo de viagem precisa seguir regras, como n\u00e3o se aproximar dos animais. Portanto, o comando do navio sempre refor\u00e7a o que os viajantes podem ou n\u00e3o fazer para que a experi\u00eancia seja segura para todos.
\n“Aqui, a gente v\u00ea centenas de p\u00e1ssaros, pinguins de todos os tamanhos, baleias, paisagens lindas e magn\u00edficas. Eu n\u00e3o consigo fingir costume, n\u00e3o consigo me acostumar com tudo isso. Queria mostrar para todo mundo que eu conhe\u00e7o um pedacinho da Ant\u00e1rtida e mostrar como meus olhos brilham quando eu vejo alguma coisa desse jeito, sabe? A Ant\u00e1rtida \u00e9 muito legal.”
\nPara ver os animais, os turistas s\u00e3o orientados sobre as regras de seguran\u00e7a
\nPedro Rosa\/Arquivo pessoal
\nO jovem come\u00e7ou a trabalhar no continente no dia 6 de novembro de 2024, e deve permanecer at\u00e9 mar\u00e7o deste ano a bordo, j\u00e1 que as viagens ocorrem durante o ver\u00e3o.
\n“Depois de mar\u00e7o, j\u00e1 fica muito frio aqui. N\u00e3o h\u00e1 condi\u00e7\u00e3o de voc\u00ea sair l\u00e1 fora. Por exemplo, aqui, um dia normal tem -2\u00b0C e gira em torno disso. Mas no inverno \u00e9 maluquice. Tem ventos muito fortes e 40\u00b0C, n\u00e3o tem como o pessoal fazer cruzeiro.”
\nPedro j\u00e1 p\u00f4de ver de perto pinguins dos mais variados tamanhos
\nPedro Rosa\/Arquivo pessoal
\nOrcas no sul do Brasil?
\nA bi\u00f3loga marinha Marilia Olio trabalha como guia de expedi\u00e7\u00e3o em cruzeiros e gerenciamento de dados pela plataforma de ci\u00eancia cidad\u00e3 Happywhale. O site permite que as pessoas possam colaborar com imagens de baleias no oceano para que sejam estudadas.
\nA pesquisadora tamb\u00e9m morou por cinco anos na Ant\u00e1rtida e, por meio da an\u00e1lise do v\u00eddeo feito por Pedro, relata que nunca tinha visto esse comportamento de orcas antes.
\n“O pinguim est\u00e1 ali, preso. Eu fiquei na d\u00favida se aquela baleia n\u00e3o quer dividir e, por isso, est\u00e1 segurando, ou se est\u00e1 usando o barco para ajudar a agarrar. No v\u00eddeo, s\u00e3o dois adultos e um mais jovem. Geralmente, elas viajam em grupos e o l\u00edder \u00e9 a f\u00eamea mais velha”, explica.
\nBrasileiro que trabalha em cruzeiro flagra momento em que orcas ca\u00e7am pinguim na Ant\u00e1rtida
\nMarilia detalha que existem cinco ec\u00f3tipos de orcas na Ant\u00e1rtida, s\u00e3o eles: A, B1, B2, C e D. Os ec\u00f3tipos s\u00e3o divididos de acordo com a maneira como elas se alimentam.
\nAs orcas do v\u00eddeo aparentam ser do ec\u00f3tipo B2 (ou gerlache, como tamb\u00e9m s\u00e3o conhecidas), que geralmente s\u00e3o menores e se alimentam de pinguins. No entanto, Marilia afirma que pesquisadores acreditam que elas se alimentam de outra coisa tamb\u00e9m, mas \u00e9 algo que ainda est\u00e1 sendo estudado.
\n“Pode ser que essas tr\u00eas estavam acompanhadas de mais orcas, mas no v\u00eddeo n\u00e3o mostra. Quando se alimentam, algumas trabalham em conjunto ou se espalham para que cada uma cace algo diferente. Se elas est\u00e3o se alimentando, \u00e9 prov\u00e1vel que sejam da mesma fam\u00edlia. Poderiam ter outras fam\u00edlias por perto, porque, quando elas v\u00e3o acasalar, elas n\u00e3o acasalam com animais do mesmo grupo.”
\nV\u00eddeo foi feito em dezembro de 2024, mas divulgado recentemente
\nPedro Rosa\/Arquivo pessoal
\nAl\u00e9m disso, conforme a pesquisadora, as orcas do ec\u00f3tipo B2 s\u00e3o mais curiosas. H\u00e1 registros desses animais se aproximando da popa do navio e brincando com bolhas.
\n“Quando as orcas v\u00e3o ca\u00e7ar os alimentos, j\u00e1 foi vista a jubarte defendendo a comida. H\u00e1 estudos cient\u00edficos sobre isso e ainda n\u00e3o existe uma explica\u00e7\u00e3o plaus\u00edvel. Falam que as jubartes podem ser mais altru\u00edstas. Esse ec\u00f3tipo B2 nunca foi visto ca\u00e7ando jubarte. \u00c9 muito legal, porque, \u00e0s vezes, as pessoas t\u00eam a imagem de que as orcas s\u00e3o assassinas, mas, nesse caso, s\u00f3 ca\u00e7am pinguins. N\u00e3o existe registro de orcas atacando pessoas na natureza, apenas em cativeiro.”
\nTemporada de ver\u00e3o \u00e9 a melhor \u00e9poca para viagens na Ant\u00e1rtica
\nPedro Rosa\/Arquivo pessoal
\nMarilia tamb\u00e9m observou que as orcas que aparecem no v\u00eddeo do Pedro possuem uma cor mais amarelada. Segundo ela, pesquisadores apontam que essa caracter\u00edstica surge por influ\u00eancia da temperatura. Um estudo publicado pela revista cient\u00edfica Biology Letters, da academia nacional de ci\u00eancias do Reino Unido, The Royal Society, em 2011, mostrou a migra\u00e7\u00e3o das baleias.
\n“Quando elas ficam muito tempo no frio, a cor delas fica meio laranja. Em alguns locais, pesquisadores colocaram sat\u00e9lite e conseguiram ver que as orcas sa\u00edram da Ant\u00e1rtida e foram at\u00e9 o Chile. Outras vieram at\u00e9 o sul do Brasil. Os pesquisadores sup\u00f5em que elas v\u00e3o para \u00e1guas mais quentes para trocar a pele. Assim, a pele volta a ficar branco e preto de novo e voltam para a Ant\u00e1rtica”, conforme explica Marilia.
\nVeja mais not\u00edcias da regi\u00e3o no g1 Sorocaba e Jundia\u00ed
\nV\u00cdDEOS: assista \u00e0s reportagens da TV TEM<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Pedro Rosa, de 23 anos, \u00e9 de Sorocaba (SP) e trabalha como bartender em um cruzeiro, durante a temporada de ver\u00e3o na Ant\u00e1rtida. Bi\u00f3loga marinha fala sobre o comportamento das orcas e o trabalho de pesquisa envolvendo os animais. Brasileiro que trabalha em cruzeiro flagra momento em que orcas ca\u00e7am… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-807","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/807","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=807"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/807\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=807"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=807"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=807"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}