{"id":6584,"date":"2025-02-08T12:22:05","date_gmt":"2025-02-08T15:22:05","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/6584"},"modified":"2025-02-08T12:22:05","modified_gmt":"2025-02-08T15:22:05","slug":"116-anos-da-imigracao-japonesa-no-brasil-saiba-como-comecou-e-conheca-a-historia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/6584","title":{"rendered":"116 anos da Imigra\u00e7\u00e3o japonesa no Brasil; saiba como come\u00e7ou e conhe\u00e7a a hist\u00f3ria"},"content":{"rendered":"

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O Dia Nacional da Imigra\u00e7\u00e3o Japonesa, celebrado anualmente em 18 de junho, marca a chegada ao Brasil dos primeiros imigrantes nip\u00f4nicos. Eles se tornariam uma grande comunidade integrada ao pa\u00eds. <\/figcaption><\/figure>\n
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A chegada dos japoneses teve in\u00edcio oficialmente em 18 de junho de 1908, quando o navio Kasato Maru aportou em S\u00e3o Paulo, trazendo 781 lavradores para as fazendas do interior paulista.<\/figcaption><\/figure>\n
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A chegada de imigrantes criou uma mistura na cultura local, que p\u00f4de beber da fonte de outros costumes e foi afetada por vestimentas, culin\u00e1rias e l\u00ednguas diferentes. Al\u00e9m disso, a presen\u00e7a de indiv\u00edduos de outros pa\u00edses p\u00f4de incrementar a economia nacional e impulsion\u00e1-la. <\/figcaption><\/figure>\n
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De acordo com dados do Minist\u00e9rio dos Neg\u00f3cios Estrangeiros do Jap\u00e3o de 2023, h\u00e1 cerca de 2,7 milh\u00f5es de descendentes e japoneses vivendo no Brasil, a maior comunidade nip\u00f4nica fora do pa\u00eds asi\u00e1tico. <\/figcaption><\/figure>\n
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O fluxo de imigra\u00e7\u00e3o cessou quase que totalmente em 1973, com a vinda do \u00faltimo navio de imigra\u00e7\u00e3o Nippon Maru, contando-se quase 200 mil japoneses estabelecidos no pa\u00eds, na ocasi\u00e3o.<\/figcaption><\/figure>\n
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Os descendentes de japoneses chamam-se nikkei, sendo os filhos nissei, os netos sansei, os bisnetos yonsei, e assim por diante. Os nipo-brasileiros que mudaram-se para o Jap\u00e3o em busca de trabalho e l\u00e1 estabeleceram resid\u00eancia, a partir do fim dos anos 80, foram denominados de dekasseguis.<\/figcaption><\/figure>\n
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Historicamente, o Jap\u00e3o estava superpovoado no in\u00edcio s\u00e9culo XX. Com isso, o pa\u00eds tinha ficado isolado do mundo durante os 265 anos do per\u00edodo Edo (Xogunato Tokugawa), sem guerras, epidemias trazidas do exterior ou emigra\u00e7\u00e3o. <\/figcaption><\/figure>\n
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Com as t\u00e9cnicas agr\u00edcolas da \u00e9poca, o Jap\u00e3o produzia apenas o alimento que consumia, sem praticamente forma\u00e7\u00e3o de estoques para per\u00edodos dif\u00edceis. Qualquer quebra de safra agr\u00edcola causava fome generalizada.<\/figcaption><\/figure>\n
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Foi um per\u00edodo de forte isolamento pol\u00edtico-econ\u00f4mico e r\u00edgido controle interno, regulando os feudos atrav\u00e9s do c\u00f3digo de leis. Em 1868, o per\u00edodo terminou com a Restaura\u00e7\u00e3o Meiji, quando o governo imperial (tenno) recuperou sua autoridade, marcando o fim das ditaduras feudais, iniciando a moderniza\u00e7\u00e3o.<\/figcaption><\/figure>\n
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O fim do Xogunato Tokugawa deu espa\u00e7o para um intenso projeto de moderniza\u00e7\u00e3o e abertura para o exterior durante a era Meiji. Apesar da reforma agr\u00e1ria, a mecaniza\u00e7\u00e3o da agricultura desempregou milhares de camponeses, que passaram a ser cobrados em dinheiro.<\/figcaption><\/figure>\n
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No campo, os lavradores que n\u00e3o tinham tido suas terras confiscadas por falta de pagamento de impostos mal conseguiam sustentar a fam\u00edlia. Os camponeses sem terra foram para as principais cidades, que ficaram saturadas. <\/figcaption><\/figure>\n
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A pol\u00edtica emigrat\u00f3ria colocada em pr\u00e1tica pelo governo japon\u00eas tinha como principal objetivo aliviar as tens\u00f5es sociais devido \u00e0 escassez de terras cultiv\u00e1veis e endividamento dos trabalhadores rurais.<\/figcaption><\/figure>\n
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Assim, a partir da d\u00e9cada de 1880, o Jap\u00e3o incentivou a emigra\u00e7\u00e3o de seus habitantes por meio de contratos com outros governos. Antes do Brasil, j\u00e1 havia emigra\u00e7\u00e3o de japoneses para os Estados Unidos (principalmente Hava\u00ed), Peru e M\u00e9xico. <\/figcaption><\/figure>\n
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No in\u00edcio do s\u00e9culo XX, tamb\u00e9m houve grandes fluxos de emigra\u00e7\u00e3o japonesa para colonizar os territ\u00f3rios rec\u00e9m-conquistados da Coreia e Taiwan. Praticamente todos os imigrantes que formaram grandes col\u00f4nias retornaram ao Jap\u00e3o depois do fim da Segunda Guerra Mundial.<\/figcaption><\/figure>\n
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Em abril de 1905, chegou ao Brasil o Ministro Fukashi Sugimura, sendo bem recebido tanto pelas autoridades locais como pelo povo. Parte desse tratamento se deve a vit\u00f3ria japonesa na Guerra Russo-Japonesa, frente ao grande Imp\u00e9rio Russo. <\/figcaption><\/figure>\n
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O relat\u00f3rio produzido por Sugimura aumentou o interesse do Jap\u00e3o pelo Brasil. Influenciados tamb\u00e9m pelas palestras proferidas pelo secret\u00e1rio Kumaichi Horiguchi, come\u00e7aram a surgir japoneses decididos a viajar individualmente para a Am\u00e9rica do Sul.<\/figcaption><\/figure>\n
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Com a expans\u00e3o das planta\u00e7\u00f5es de caf\u00e9, havia demanda por m\u00e3o de obra barata na zona rural paulista no final do s\u00e9culo XIX e no in\u00edcio do s\u00e9culo XX. A economia cafeeira foi o grande motor do Brasil desde a segunda metade do s\u00e9culo XIX at\u00e9 a d\u00e9cada de 1920.<\/figcaption><\/figure>\n
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A primeira visita oficial para se tentar buscar um acordo diplom\u00e1tico e comercial, com o Jap\u00e3o, ocorreu em 1880. No dia 16 de novembro daquele ano, o vice-almirante Artur Silveira de Mota iniciou, em T\u00f3quio, as conversa\u00e7\u00f5es para o estabelecimento de um Tratado de Amizade, Com\u00e9rcio e Navega\u00e7\u00e3o.<\/figcaption><\/figure>\n
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Mota foi recebido pelo vice-ministro de Neg\u00f3cios Estrangeiros, Kagenori Ueno. Mas o tratado s\u00f3 seria assinado em 1885, pelo ministro plenipotenci\u00e1rio brasileiro Gabriel de Toledo Piza e Almeida e o ministro plenipotenci\u00e1rio japon\u00eas Sone Arasuke. <\/figcaption><\/figure>\n
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A imigra\u00e7\u00e3o de asi\u00e1ticos foi praticamente proibida em 1890. Neste ano, o decreto n\u00ba 528 assinado pelo presidente Deodoro da Fonseca e pelo ministro da Agricultura Francisco Glic\u00e9rio determinava que a entrada de imigrantes da \u00c1frica e da \u00c1sia seria permitida apenas com autoriza\u00e7\u00e3o do Congresso Nacional. <\/figcaption><\/figure>\n
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Era o eurocentrismo da \u00e9poca, que imperava tamb\u00e9m no Brasil, que foi col\u00f4nia de Portugal. Somente em 1892, foi aprovada a lei n\u00ba 97 que permitia a entrada de imigrantes chineses e japoneses no Brasil e, assim, o decreto n\u00ba 528 de 1890 perdeu seu efeito.<\/figcaption><\/figure>\n
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Apesar do preconceito, o interesse na m\u00e3o de obra era muito grande e a vinda de um navio com imigrantes japoneses come\u00e7ou a ser planejada para 1897. Por volta de 1901, os pre\u00e7os internacionais do caf\u00e9 haviam se recuperado e o governo do Brasil voltou a estudar o recebimento de imigrantes japoneses<\/figcaption><\/figure>\n
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O contrato entre Ryo Mizuno, presidente da Kokoku Shokumin Kaisha (Companhia Imperial de Emigra\u00e7\u00e3o), e o secret\u00e1rio de Assuntos da Agricultura, Carlos Jos\u00e9 de Arruda Botelho, representando o governo paulista, foi assinado em 6 de novembro de 1907. <\/figcaption><\/figure>\n
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O Kasato Maru \u00e9 considerado pela historiografia oficial como o primeiro navio a aportar no Brasil com imigrantes japoneses. A viagem de 52 dias come\u00e7ou no porto de Kobe e terminou no Porto de Santos em 18 de Junho de 1908. Vieram 781 pessoas, sendo 186 mulheres que compunham 165 fam\u00edlias.<\/figcaption><\/figure>\n
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Esses imigrantes foram trabalhar nos cafezais do oeste paulista. Naquela \u00e9poca, antes de embarcarem, todos eram obrigados a passar por um processo, no qual faziam exames m\u00e9dicos e tinham aulas b\u00e1sicas de portugu\u00eas<\/figcaption><\/figure>\n
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Somente em 28 de junho de 1910, chegou a Santos outro navio, o Ryojun Maru, trazendo mais 906 imigrantes japoneses, que constitu\u00edam 247 fam\u00edlias, divididas entre 518 homens e 391 mulheres, que foram enviados para trabalhar em 17 fazendas de caf\u00e9 no Estado de S\u00e3o Paulo.<\/figcaption><\/figure>\n
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Os anos 60 foram marcados, em muitos aspectos, pela integra\u00e7\u00e3o dos nikkeis \u00e0 sociedade brasileira. Al\u00e9m da participa\u00e7\u00e3o ativa na vida pol\u00edtica por meio de seus representantes nas casas legislativas, eles come\u00e7aram a despontar nas \u00e1reas culturais, notadamente na grande imprensa <\/figcaption><\/figure>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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