{"id":6339,"date":"2025-02-08T00:22:08","date_gmt":"2025-02-08T03:22:08","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/6339"},"modified":"2025-02-08T00:22:08","modified_gmt":"2025-02-08T03:22:08","slug":"mossul-recupera-sua-identidade-com-reconstrucao-de-minarete-iconico","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/6339","title":{"rendered":"Mossul recupera sua identidade com reconstru\u00e7\u00e3o de minarete ic\u00f4nico"},"content":{"rendered":"
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A obra de reconstru\u00e7\u00e3o da mesquita Al Nuri e seu minarete Al Hadba, em 3 de fevereiro de 2025 em Mossul, IraqueZaid AL-OBEIDI <\/span><\/figcaption><\/figure>\n

Zaid AL-OBEIDI <\/p>\n

O emblem\u00e1tico minarete Al Hadba voltou a brilhar em Mossul, um s\u00edmbolo da prote\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio iraquiano, ap\u00f3s ter sido destru\u00eddo durante os combates contra os extremistas do grupo Estado Isl\u00e2mico, que fizeram da cidade sua fortaleza.<\/p>\n

O minarete faz parte da hist\u00f3rica mesquita Al Nuri, onde o ex-l\u00edder do grupo EI, Abu Bakr al Baghdadi, proclamou seu “califado” em julho de 2024, mergulhando grandes partes do Iraque e da S\u00edria no horror.<\/p>\n

Al Hadba e Al Nuri s\u00e3o alguns dos monumentos restaurados com o apoio da Unesco, que h\u00e1 cinco anos trabalha na reabilita\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio desta grande cidade do norte do Iraque.<\/p>\n

O minarete Al Hadba, apelidado de “a corcunda”, “\u00e9 uma c\u00f3pia exata do que era, constru\u00eddo com os mesmos tijolos”, afirma Abdallah Mahmud, do departamento de antiguidades iraquiano.<\/p>\n

“Al Hadba \u00e9 nossa identidade. Restaur\u00e1-lo foi devolver a identidade \u00e0 cidade”, destaca.<\/p>\n

Sua inclina\u00e7\u00e3o de 160 cm foi preservada, exatamente como na d\u00e9cada de 1960. Mas suas funda\u00e7\u00f5es foram refor\u00e7adas para evitar o afundamento progressivo observado desde sua constru\u00e7\u00e3o, no s\u00e9culo XII.<\/p>\n

“O interior precisou de 96.000 tijolos novos, mas reutilizamos 26.000 antigos para o exterior”, explica Mahmud.<\/p>\n

Dois dias antes da conclus\u00e3o da obra, centenas de oper\u00e1rios continuavam trabalhando ao redor da mesquita Al Nuri, dando os \u00faltimos retoques em colunas, c\u00fapula e p\u00e1tio.<\/p>\n

O mihrab, nicho que indica a dire\u00e7\u00e3o de Meca aos fi\u00e9is, foi restaurado em grande parte com suas pedras originais, mas o minbar, de onde o im\u00e3 faz seu serm\u00e3o, perdeu a maioria de seus componentes originais.<\/p>\n

– Devolver a vida –<\/p>\n

Imad Zaki, antigo muezim da mesquita, acompanha os avan\u00e7os das obras diariamente. “Hoje, sente-se a espiritualidade. \u00c9 como se nossas almas finalmente encontrassem a paz”, comenta o homem de 52 anos.<\/p>\n

Destru\u00eddos em junho de 2017, durante a batalha contra o EI, a mesquita e o minarete foram dinamitados antes da retirada dos jihadistas, segundo as autoridades iraquianas.<\/p>\n

A cidade antiga de Mossul ficou destru\u00edda em 80% e mais de 12.000 toneladas de escombros foram retirados dos principais s\u00edtios do projeto de reabilita\u00e7\u00e3o da Unesco, que inclui as igrejas de Al Tahira e Nossa Senhora da Hora, assim como 124 casas hist\u00f3ricas.<\/p>\n

A igreja de Al Tahira, inaugurada em 1862, recuperou seus arcos, pilares esculpidos e vitrais coloridos.<\/p>\n

Durante sua restaura\u00e7\u00e3o, os oper\u00e1rios descobriram uma adega subterr\u00e2nea e grandes \u00e2nforas que eram usadas antigamente para a conserva\u00e7\u00e3o do vinho. Agora, um teto de vidro permite aos visitantes observarem o interior.<\/p>\n

O objetivo do projeto \u00e9 restaurar os monumentos emblem\u00e1ticos “e devolver a vida” a Mossul, explica Mar\u00eda Acetoso, chefe do projeto do escrit\u00f3rio da Unesco no Iraque.<\/p>\n

Mossul “parecia uma cidade fantasma quando cheguei em 2019. Cinco anos depois, a mudan\u00e7a \u00e9 enorme”, confirma.<\/p>\n

– Seguros –<\/p>\n

Os s\u00edtios restaurados ser\u00e3o inaugurados pelas autoridades iraquianas nas pr\u00f3ximas semanas.<\/p>\n

Mas embora a vida tenha voltado aos caf\u00e9s e \u00e0s ruas, a cidade ainda tem as marcas dos combates. Em casas em ru\u00ednas pode-se ler a inscri\u00e7\u00e3o “segura”, indicando que foram desminadas.<\/p>\n

Mas as janelas quebradas e as paredes rachadas s\u00e3o testemunhas do ex\u00edlio de seus propriet\u00e1rios, especialmente os crist\u00e3os, que n\u00e3o retornaram.<\/p>\n

Mohamed Kasem, de 59 anos, reconstruiu seu lar. Mossul “precisa de muito” para voltar a ser o que era, ressalta. A cidade “precisa que os crist\u00e3os retornem”, ressalta.<\/p>\n

Em frente \u00e0 mesquita Al Nuri, Sad Mohamed, de 65 anos, tamb\u00e9m espera a volta dos visitantes.<\/p>\n

Apesar da nostalgia pelo que foi perdido, um sorriso ilumina seu rosto ao ver o minarete.<\/p>\n

“Um dia abrimos a janela e vimos a bandeira preta do EI sobre Al Hadba”, lembra. “Hoje, o minarete se ergue novamente junto \u00e0 mesquita e \u00e0s igrejas. Agora, nos sentimos seguros”, confessa.<\/p>\n<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A obra de reconstru\u00e7\u00e3o da mesquita Al Nuri e seu minarete Al Hadba, em 3 de fevereiro de 2025 em Mossul, IraqueZaid AL-OBEIDI Zaid AL-OBEIDI O emblem\u00e1tico minarete Al Hadba voltou a brilhar em Mossul, um s\u00edmbolo da prote\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio iraquiano, ap\u00f3s ter sido destru\u00eddo durante os combates contra… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-6339","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6339","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=6339"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6339\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=6339"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=6339"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=6339"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}