Equipe, que conta com quatro moradores de Sorocaba (SP), conquistou o primeiro lugar na categoria de Melhor Corte Bovino no World Butchers’ Challenge. Quatro integrantes de Sorocaba (SP) vencem uma ol\u00edmpiadas de corte bovino sediado na Fran\u00e7a
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\nCom t\u00e9cnica, paci\u00eancia e cortes precisos, um grupo formado por 12 homens – quatro deles de Sorocaba (SP) – conquistou, com o tema da Amaz\u00f4nia, o primeiro lugar na maior competi\u00e7\u00e3o mundial de a\u00e7ougueiros, o World Butchers’ Challenge, que foi sediado em Paris, capital da Fran\u00e7a, nos dias 30 e 31 de mar\u00e7o.
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\nO time, chamado “The Real Butcher Team”, que significa “A Verdadeira Equipe de A\u00e7ougueiros” na l\u00edngua portuguesa, foi criado entre 2016 e 2017, por Alder Genezzi Lopes, morador de Sorocaba, e por Fl\u00e1vio Saldanha, que vive na capital paulista. “Fundamos a equipe em um ato espont\u00e2neo, durante um festival de carne considerado o melhor evento de churrasco do mundo”, relembra Alder.
\n“Na \u00e9poca, eles ficaram sabendo de um campeonato mundial voltado para o a\u00e7ougue, que seria realizado em 2018, na Irlanda. Foi a\u00ed que surgiu a ideia de montar o time para representar o Brasil nessa categoria. No in\u00edcio, n\u00e3o foi f\u00e1cil. Um dos integrantes entrou em contato com a organiza\u00e7\u00e3o do mundial, e eles pediram alguns requisitos, como qualidades t\u00e9cnicas, conhecimentos e provar que o Brasil tinha as t\u00e9cnicas necess\u00e1rias”, complementa Jos\u00e9 Elder, outro integrante sorocabano.
\nTime com integrantes de Sorocaba (SP) vence competi\u00e7\u00e3o mundial de a\u00e7ougue sediado na Fran\u00e7a
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\nOs outros tr\u00eas integrantes de Sorocaba s\u00e3o Jos\u00e9 Eduardo Reis Dias, Wellington Rodrigo Cesar Camargo e Jos\u00e9 Elder Reis Dias. J\u00e1 os demais participantes, al\u00e9m da capital, moram em diferentes regi\u00f5es do pa\u00eds como Paran\u00e1, Sergipe, Rio Grande do Sul, Cear\u00e1. Um dos integrantes \u00e9, inclusive, natural da Argentina, pois o time tamb\u00e9m representa o \u00fanico time da Am\u00e9rica do Sul.
\nApelidado por Jos\u00e9 Eduardo como a “Copa do Mundo dos A\u00e7ougueiros”, o World Butchers’ Challenge tem o prop\u00f3sito de oferecer ao p\u00fablico uma experi\u00eancia sobre as fun\u00e7\u00f5es dos profissionais respons\u00e1veis pelos mais diversos cortes de carne.
\nA competi\u00e7\u00e3o \u00e9 feita com mais de 12 pa\u00edses, onde cada equipe representa seu respectivo pa\u00eds em uma arena. Os grupos disputam o melhor corte de carne na categoria de time, podendo tamb\u00e9m haver competi\u00e7\u00f5es individuais nas categorias Aprendiz de A\u00e7ougueiro e Jovem A\u00e7ougueiro.
\n\ud83d\udc06 Campeonato e Amaz\u00f4nia \ud83e\udd69
\nAlder Genezzi Lopes e Jos\u00e9 Elder Reis Dia s\u00e3o dois do integrantes sorocabanos do time
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\nDos cortes das carnes em formato de canoas aos temperos de origem amaz\u00f4nica, Alder revela que, para prestigiar o Brasil, o time utilizou diversas t\u00e9cnicas e elementos inspirados na Amaz\u00f4nia. No entanto, nem tudo saiu como o planejado.
\n“Na competi\u00e7\u00e3o, quer\u00edamos homenagear a Amaz\u00f4nia com as cores na mesa, temperos t\u00edpicos, al\u00e9m dos cortes das carnes em formato de barcos. No entanto, tivemos um imprevisto com o totem, pois os pedestais quebraram na viagem e acabou virando um tapete. N\u00e3o saiu como quer\u00edamos, mas deu tudo certo”, explica Alder.
\nAl\u00e9m das homenagens custeadas pela equipe, Jos\u00e9 Elder complementa que o time tamb\u00e9m precisou comprar recursos para competir na arena. Por\u00e9m, ele refor\u00e7a que, devido \u00e0 desvaloriza\u00e7\u00e3o do real brasileiro em rela\u00e7\u00e3o ao euro – moeda local utilizada na Fran\u00e7a -, a competi\u00e7\u00e3o foi dificultada.
\n“A competi\u00e7\u00e3o trouxe muitos desafios, dentro e fora da arena. Dentro da arena, o maior desafio \u00e9 o tempo de prova. No entanto, fora da arena, os desafios s\u00e3o de c\u00e2mbio. Para n\u00f3s ficou muito mais caro converter a moeda para compra de insumos e equipamentos para a competi\u00e7\u00e3o”, revela.
\nTime homenageou a Amaz\u00f4nia simulando canoas no World Butchers’ Challenge
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\nAlder ainda acrescenta que o fato de a competi\u00e7\u00e3o ter sido realizada t\u00e3o longe do Brasil representou um grande desafio para a equipe. Segundo ele, enquanto os outros times contavam com apoio do governo, a equipe brasileira precisou arcar com todos os custos.
\n“A dist\u00e2ncia tamb\u00e9m dificulta um pouco. Os outros pa\u00edses t\u00eam ajuda do governo e n\u00f3s corremos atr\u00e1s de empresas no setor privado para realizar o feito da participa\u00e7\u00e3o. Mas, mesmo com todas as dificuldades, conseguimos um feito incr\u00edvel, que \u00e9 trazer o pr\u00eamio de Melhor Corte Bovino em Paris. Foi muito, muito produtivo e prazeroso!”
\nJos\u00e9 Elder explica que, na competi\u00e7\u00e3o, foram designadas in\u00fameras carca\u00e7as para cada equipe. De su\u00ednos a cordeiros inteiros, os profissionais tiveram apenas tr\u00eas horas e meia para realizar cortes limpos, precisos e criativos. “Tr\u00eas horas e meia parecem muito, mas, para todas as obriga\u00e7\u00f5es que s\u00e3o exigidas, torna-se pouco tempo”, diz.
\n“Cada time recebe meia carca\u00e7a bovina, meia carca\u00e7a su\u00edna, um cordeiro inteiro e cinco frangos. Durante o tempo designado, precisamos desossar, fazer cortes de churrasco, assado de forno, recheados, cortes elaborados e criativos que proporcionam praticidade para o consumidor e valor agregado para o a\u00e7ougue, al\u00e9m de tr\u00eas receitas de lingui\u00e7a – sendo uma su\u00edna, uma bovina e uma gourmet – e, para finalizar, expor todos esses produtos em uma mesa de exposi\u00e7\u00e3o”, explica.
\n“Nesse tempo, cada equipe deve apresentar desde o uniforme at\u00e9 o descarte do lixo corretamente. Tudo \u00e9 avaliado e observado pelo painel de ju\u00edzes, que, fazendo a avalia\u00e7\u00e3o de tudo, levam as notas para finalizar e premiar os melhores do mundo em v\u00e1rios quesitos: melhor corte, melhor apresenta\u00e7\u00e3o de corte, melhor tempo de preparo dos cortes, melhor organiza\u00e7\u00e3o e, como citei, melhor descarte do lixo final, melhor limpeza do ambiente de trabalho, entre outros”, acrescenta Jos\u00e9 Eduardo, um dos integrantes sorocabanos.
\nWellington Rodrigo Cesar Camargo e Jos\u00e9 Eduardo Reis Dias s\u00e3o os outros dois integrantes sorocabanos
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\n\ud83c\udf56 ‘Realiza\u00e7\u00e3o de um sonho’
\nViajar para outro pa\u00eds, ganhar o primeiro lugar e ver o seu pa\u00eds reconhecido mundialmente. Definitivamente, essas conquistas mudaram a perspectiva da vida de Wellington.
\n“Participar dessa competi\u00e7\u00e3o \u00e9 a realiza\u00e7\u00e3o de um sonho, porque \u00e9 o mais alto n\u00edvel que um profissional e artes\u00e3o da carne pode chegar. Um reconhecimento enorme. Para mim, \u00e9 uma honra fazer parte dessa equipe”, revela.
\n“Foram meses de treinamento e prepara\u00e7\u00e3o para representar o Brasil dentre as grandes sele\u00e7\u00f5es mundiais. Uma grande honra poder representar o nosso pa\u00eds mundo afora”, complementa Jos\u00e9 Eduardo.
\nRepresentar o Brasil e uma classe profissional foram grandes desafios que a equipe n\u00e3o mediu esfor\u00e7os para superar e ir al\u00e9m das expectativas. Para Jos\u00e9 Elder, \u00e9 at\u00e9 mesmo dif\u00edcil expressar em palavras a satisfa\u00e7\u00e3o de ter tido a chance de mostrar sua capacidade junto ao time.
\n“Foi uma experi\u00eancia \u00fanica e inexplic\u00e1vel com palavras. Experienciar todo meu amor e toda minha dedica\u00e7\u00e3o pela profiss\u00e3o sendo reconhecido mundialmente \u00e9, com certeza, um presente valioso que a vida me deu”, desabafa.
\nA troca de conhecimentos e as amizades feitas com os outros integrantes de outras equipes foram um trof\u00e9u a mais para cada participante deste evento, onde todos, independente de nacionalidade, lutam pelo mesmo prop\u00f3sito: a valoriza\u00e7\u00e3o e o reconhecimento da sociedade que os a\u00e7ougueiros do mundo todo merecem.
\nTime homenageou a Amaz\u00f4nia no World Butchers’ Challenge
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\n*Colaborou sob supervis\u00e3o de J\u00falia Martins
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