{"id":5530,"date":"2025-02-07T06:12:03","date_gmt":"2025-02-07T09:12:03","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/5530"},"modified":"2025-02-07T06:12:03","modified_gmt":"2025-02-07T09:12:03","slug":"funcionarios-publicos-em-goias-faziam-cursos-online-sem-aulas-para-conseguir-aumento-salarial-revela-investigacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/5530","title":{"rendered":"Funcion\u00e1rios p\u00fablicos em Goi\u00e1s faziam cursos online sem aulas para conseguir aumento salarial, revela investiga\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"

A fraude veio \u00e0 tona em Perol\u00e2ndia, interior de Goi\u00e1s. O objetivo dos servidores era ganhar uma gratifica\u00e7\u00e3o de at\u00e9 30% nos sal\u00e1rios. Investiga\u00e7\u00e3o revela que funcion\u00e1rios p\u00fablicos em Goi\u00e1s faziam cursos online sem aulas para conseguir aumento salarial
\nUma investiga\u00e7\u00e3o revelou um esquema envolvendo cursos 100% on-line e livres, sem aulas e nem professores. As institui\u00e7\u00f5es ofereciam diplomas, com apenas uma prova que poderia ser feita em poucos minutos. Veja no v\u00eddeo acima.
\nA fraude veio \u00e0 tona em Perol\u00e2ndia, interior de Goi\u00e1s, ap\u00f3s 67 dos 114 funcion\u00e1rios p\u00fablicos da prefeitura apresentarem certificados de diversos cursos livres, com o total de horas suficientes para receber um aumento salarial. O objetivo dos servidores era ganhar uma gratifica\u00e7\u00e3o de at\u00e9 30% nos sal\u00e1rios.
\nDe acordo com o estatuto do funcionalismo do munic\u00edpio de Perol\u00e2ndia, essa gratifica\u00e7\u00e3o \u00e9 progressiva, come\u00e7ando em 5% para quem apresenta diploma com 180 horas de curso, chegando at\u00e9 30% para quem fizesse cursos com mais de mil horas de dura\u00e7\u00e3o.
\nDuas servidoras p\u00fablicas, que pediram para n\u00e3o serem identificadas, come\u00e7aram a desconfiar.
\n\u201cO que nos chamou aten\u00e7\u00e3o foi a quantidade de diplomas protocolados, mais ainda por ser da mesma institui\u00e7\u00e3o de ensino, n\u00e9? Um ou outro me pediu tipo, quantas horas eu preciso fazer para ganhar 30%, que \u00e9 o m\u00e1ximo que a gente paga. ‘Ah, 1080 horas’. A\u00ed, tipo, me pedia hoje, amanh\u00e3 chegava com os certificados. Falei, tem alguma coisa errada a\u00ed\u201d, conta.
\nDiante da desconfian\u00e7a sobre a legalidade dos certificados, o Minist\u00e9rio P\u00fablico chamou para depor alguns servidores que fizeram os cursos. O Fant\u00e1stico n\u00e3o os identificou porque, para o MP, eles ainda n\u00e3o s\u00e3o considerados suspeitos.
\n“A maioria dos funcion\u00e1rios tinha feito, n\u00e9? A\u00ed eu falei, eu vou fazer tamb\u00e9m, n\u00e9? Todo mundo fez. Eu pensei assim, para mim \u00e9 uma chance, n\u00e9, de ter um aumentinho, n\u00e9? Mas n\u00e3o foi assim, de m\u00e1 f\u00e9”, diz uma funcion\u00e1ria p\u00fablica.
\nFicou clara a facilidade para realizar os cursos, que custavam cerca de R$ 25 cada um.
\nPromotor: O senhor n\u00e3o chegou nem a ler a apostila?
\nFuncion\u00e1rio: N\u00e3o, nem sei mexer em computador.
\nPromotor: Voc\u00ea n\u00e3o chegou a fazer aula, n\u00e9?
\nFuncion\u00e1rio: N\u00e3o, s\u00f3 a prova mesmo. Fiz quatro cursos.
\nInvestiga\u00e7\u00e3o revela que funcion\u00e1rios p\u00fablicos em Goi\u00e1s faziam cursos online sem aulas para conseguir aumento salarial
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Globo
\nDiplomas em poucos minutos
\nCurso de 272 horas \u00e9 realizado em 13 minutos
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Globo
\nUm agente do servi\u00e7o de intelig\u00eancia do Minist\u00e9rio P\u00fablico, usando nome falso, se matriculou e concluiu rapidamente dois cursos on-line em uma das escolas investigadas.
\n“O primeiro curso que eu fiz foi de 13 minutos, equivalente a 272 horas, e o outro curso foi de 260 horas. Eu terminei, entre a escolha do curso, a inscri\u00e7\u00e3o no curso e a finaliza\u00e7\u00e3o do curso com a prova, eu demorei 18 minutos”, relata o agente.
\n“Todos n\u00f3s, os nossos familiares, quando precisam de servi\u00e7os m\u00e9dicos, esperam que existam pessoas qualificadas e n\u00e3o que tiraram diplomas em poucos minutos. Isso \u00e9 um absurdo e isso coloca em risco a vida das pessoas, porque n\u00f3s temos profissionais desqualificados com diplomas que n\u00e3o existem na realidade”, ressalta o promotor Fabr\u00edcio Lamas.
\nInvestiga\u00e7\u00f5es e pris\u00f5es
\nInvestiga\u00e7\u00e3o revela fraudes de escolas online que ofereciam cursos livres
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Globo
\nAs investiga\u00e7\u00f5es avan\u00e7aram e os promotores descobriram um esquema de confec\u00e7\u00e3o de certificados e carteirinhas de estudantes falsos que eram vendidos para todo Brasil. Quatro pessoas foram presas, a quase 1.500 quil\u00f4metros de Perol\u00e2ndia, em S\u00e3o Louren\u00e7o, Minas Gerais, onde funcionavam as escolas de cursos on-line Escon e Fajon.
\nJo\u00e3o Renato Antunes de Andrade, M\u00f4nica Renata da Silva e os irm\u00e3os Fernando e Adriano Fonseca Santos s\u00e3o suspeitos de organiza\u00e7\u00e3o criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideol\u00f3gica.
\nDe acordo com o Minist\u00e9rio P\u00fablico, de 2020 a 2023, os investigados ganharam mais de 17 milh\u00f5es de reais com os cursos on-line. Os promotores suspeitam que parte desse montante, cerca de 4 milh\u00f5es de reais, era lavado em uma f\u00e1brica de embalagem de pap\u00e9is, que pertence ao mesmo grupo. Assim, a organiza\u00e7\u00e3o criminosa conseguia legalizar parte do dinheiro obtido com a venda das carteirinhas de estudante e dos certificados falsos.
\nA defesa dos presos diz que as escolas n\u00e3o cometeram nenhum crime e responsabilizou os estudantes e as entidades que valorizam esses cursos, mais do que eles representam de verdade.
\nO Minist\u00e9rio da Educa\u00e7\u00e3o disse em nota que “as pessoas interessadas em obter diplomas em cursos espec\u00edficos devem consultar os canais oficiais para verificar se o curso \u00e9 devidamente credenciado, para que o diploma expedido tenha validade”. “A mesma orienta\u00e7\u00e3o vale para prefeituras ou outros \u00f3rg\u00e3os que utilizam os diplomas de seus funcion\u00e1rios para fins de progress\u00e3o ou processo seletivo”.
\nA Secretaria de Educa\u00e7\u00e3o de Minas Gerais tamb\u00e9m se manifestou em nota dizendo que… “A educa\u00e7\u00e3o n\u00e3o formal, de livre oferta, n\u00e3o requer credenciamento ou autoriza\u00e7\u00e3o para funcionamento, mas n\u00e3o pode emitir diplomas conferindo grau de escolaridade, nem d\u00e3o direito ao prosseguimento de estudos ou habilita\u00e7\u00e3o profissional”.
\nEmbora os servidores da prefeitura de Perol\u00e2ndia n\u00e3o sejam investigados, a prefeita disse que vai suspender o pagamento das gratifica\u00e7\u00f5es.
\nO pr\u00f3ximo passo dos promotores \u00e9 identificar e separar todos os certificados e carteirinhas apreendidos e encaminhar esse material para o Minist\u00e9rio P\u00fablico de cada estado para que as investiga\u00e7\u00f5es continuem.
\nVeja a reportagem completa abaixo:
\nQuatro pessoas s\u00e3o presas pela venda de 50 mil diplomas falsos e milhares de carteirinhas
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