{"id":5158,"date":"2025-02-06T15:42:01","date_gmt":"2025-02-06T18:42:01","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/5158"},"modified":"2025-02-06T15:42:01","modified_gmt":"2025-02-06T18:42:01","slug":"diferentes-parasitas-ativam-producao-de-teias-reforcadas-em-aranhas-zumbis","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/5158","title":{"rendered":"Diferentes parasitas ativam produ\u00e7\u00e3o de teias refor\u00e7adas em \u2018aranhas zumbis\u2019"},"content":{"rendered":"

Pesquisa revela que esp\u00e9cies totalmente diferentes podem ser capazes de induzir a manipula\u00e7\u00e3o comportamental de aranhas atrav\u00e9s da produ\u00e7\u00e3o de horm\u00f4nios pr\u00e9- ecdise; entenda. Aranha Colonus sp. (Salticidae) infectada pelo fungo Gibellula sp. (Cordycipitaceae).
\nStephen J. Saltamachia
\nPesquisadores descobriram que parasitas completamente diferentes, do ponto de vista evolutivo, utilizam a mesma estrat\u00e9gia para induzir que \u2018aranhas zumbis\u2019 reforcem as pr\u00f3prias teias. A constru\u00e7\u00e3o dessa teia refor\u00e7ada garante um ambiente mais seguro para o parasita completar o seu desenvolvimento ap\u00f3s a morte do aracn\u00eddeo.
\nO artigo, que foi publicado no Biological Journal of the Linnean Society, no \u00faltimo dia 25, explora a rela\u00e7\u00e3o das vespas de Darwin (fam\u00edlia Ichneumonidae), das vespas ca\u00e7adoras (fam\u00edlia Pompilidae), das moscas parasitas (fam\u00edlia Acroceridae) e dos fungos parasitas (g\u00eanero Gibellula) com diversas esp\u00e9cies de aranhas.
\nNaturalmente, quando essas aranhas est\u00e3o prestes a realizar a ecdise, que \u00e9 a troca do exoesqueleto, constroem uma teia refor\u00e7ada para minimizar o risco de queda durante o processo, \u00e0 medida que ficar\u00e3o mais vulner\u00e1veis.
\nAranha Pax islamita (Zodariidae) parasitada pelo d\u00edptero Ogcodes sp. (Acroceridae) dentro do abrigo constru\u00eddo antes de sua morte pelo parasita, semelhante ao utilizado durante a ecdise
\nPek\u00e1r, Lubin
\n\u201cO nosso estudo prop\u00f5e que grupos completamente diferentes de parasitas descobriram uma forma de induzir a ecdise em um momento em que as aranhas n\u00e3o estariam fazendo isso\u201d, explica Thiago G. Kloss, do Departamento de Biologia Geral da Universidade Federal de Vi\u00e7osa, que foi o bi\u00f3logo orientador do estudo.
\nDessa forma, as vespas e moscas, depois de matarem as aranhas, conseguem utilizar a teia modificada para fixarem os casulos, que permanecem aderidos \u00e0 estrutura at\u00e9 a emerg\u00eancia do adulto. Assim, a teia modificada oferece maior prote\u00e7\u00e3o para a pupa desses insetos hospedeiros.
\n\u201cNo caso dos fungos, a teia modificada \u00e9 essencial para manter o cad\u00e1ver da aranha fixado na vegeta\u00e7\u00e3o, geralmente na face inferior das folhas, evitando sua queda no solo durante o desenvolvimento do fungo\u201d, diz o pesquisador.
\nEstruturas de seda constru\u00eddas por aranhas com comportamento alterado, parasitadas por diferentes parasitas.
\nThiago G Kloss
\nA ci\u00eancia j\u00e1 sabia desse modo de \u2018manipula\u00e7\u00e3o comportamental\u2019 entre as vespas Darwin e as aranhas. Entretanto, a novidade proposta no atual estudo \u00e9 que outras esp\u00e9cies de vespas, al\u00e9m de fungos e moscas, criaram a mesma estrat\u00e9gia de induzir a ecdise antes de matar a aranha hospedeira, sendo isso uma poss\u00edvel converg\u00eancia evolutiva.
\nOs bi\u00f3logos chegaram a essa conclus\u00e3o por meio de uma revis\u00e3o sistem\u00e1tica de todos os trabalhos publicados sobre o tema, avaliando as semelhan\u00e7as entre as teias.
\nO nosso fato \u00e9 que a teia das aranhas parasitadas por diferentes grupos de parasitas \u00e9 id\u00eantica \u00e0 teia de ecdise constru\u00edda normalmente por essas aranhas. Isso sugere que eles ativam o mecanismo inato da ecdise, mas ainda n\u00e3o conhecemos os detalhes do mecanismo molecular utilizado por esses parasitas
\n\u00c9 por meio do aumento de um horm\u00f4nio chamado ecdisona que a aranha recebe o sinal de come\u00e7ar a refor\u00e7ar a teia pr\u00e9-ecdise, mas agora o pr\u00f3ximo passo \u00e9 descobrir como esp\u00e9cies diferentes conseguem induzir a produ\u00e7\u00e3o desse composto. O estudo prop\u00f5e diversas possibilidades que poder\u00e3o ser investigadas nos pr\u00f3ximos anos.
\nTeia modificada constru\u00edda por aranhas parasitadas pela vespa de Darwin Polysphincta janzeni (Ichneumonidae), estrutura id\u00eantica \u00e0 teia de ecdise
\nThiago G. Kloss
\nO trabalho foi liderado pelo aluno \u00cdtalo Mendes Delazari, do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Ecologia-UFV, tendo tamb\u00e9m a participa\u00e7\u00e3o da p\u00f3s-doutoranda Thairine Mendes-Pereira, do Departamento de Entomologia-UFV e do aluno Stephen J. Saltamachia, da University of Louisiana at Lafayette.
\nV\u00cdDEOS: Destaques Terra da Gente
\nVeja mais conte\u00fados sobre natureza no Terra da Gente<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Pesquisa revela que esp\u00e9cies totalmente diferentes podem ser capazes de induzir a manipula\u00e7\u00e3o comportamental de aranhas atrav\u00e9s da produ\u00e7\u00e3o de horm\u00f4nios pr\u00e9- ecdise; entenda. Aranha Colonus sp. (Salticidae) infectada pelo fungo Gibellula sp. (Cordycipitaceae). Stephen J. Saltamachia Pesquisadores descobriram que parasitas completamente diferentes, do ponto de vista evolutivo, utilizam a… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-5158","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5158","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=5158"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5158\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=5158"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=5158"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=5158"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}