{"id":49688,"date":"2025-04-03T18:24:29","date_gmt":"2025-04-03T21:24:29","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/49688"},"modified":"2025-04-03T18:24:29","modified_gmt":"2025-04-03T21:24:29","slug":"jovens-sao-agredidos-apos-ensaio-de-grupo-cultural-em-moncao-entidades-apontam-racismo-e-lgbtfobia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/49688","title":{"rendered":"Jovens s\u00e3o agredidos ap\u00f3s ensaio de grupo cultural em Mon\u00e7\u00e3o; entidades apontam racismo e LGBTfobia"},"content":{"rendered":"

Agress\u00f5es aconteceram durante um ensaio do grupo de dan\u00e7a ind\u00edgena ‘Guerreiros de Kamacaoca’, em que as v\u00edtimas fazem parte. O caso ser\u00e1 investigado pela Pol\u00edcia Civil. Entidades de prote\u00e7\u00e3o acompanham den\u00fancia de racismo e homofobia em Mon\u00e7\u00e3o
\nTr\u00eas integrantes de um grupo cultural alegam que sofreram agress\u00f5es f\u00edsicas e foram amea\u00e7ados no Gin\u00e1sio Municipal de Mon\u00e7\u00e3o, cidade a 244 km de S\u00e3o Lu\u00eds. Entidades de direitos humanos do Maranh\u00e3o apontam que os jovens podem ter sido v\u00edtimas de racismo e LGBTfobia.
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\nO caso aconteceu durante um ensaio do grupo de dan\u00e7a ind\u00edgena ‘Guerreiros de Kamacaoca’, em que eles fazem parte. Um homem e o filho dele chegaram no local exigindo que os jovens sa\u00edssem para que pudessem jogar futebol na quadra.
\nUm dos jovens relatou que as agress\u00f5es quando eles estavam saindo da quadra. Ele foi empurrados pelos suspeitos e ao revidar, foi atingido. Outros dois amigos da v\u00edtima, ao tentarem impedir as agress\u00f5es, tamb\u00e9m foram agredidos.
\n\u201cQuando eu estava saindo da quadra, ele me empurra com a m\u00e3o nos meus peitos. E isso eu revido a ele. Quando eu revido, eles tornam me dar um soco no meu rosto. E quanto eles t\u00e3o me soltando, o filho dele vem e acerta uma voadora nos meus peitos. Quando eles me chutavam me chamavam de preto, veado e outras coisas\u201d, disse uma das v\u00edtimas.
\nV\u00edtimas foram agredidas em Mon\u00e7\u00e3o
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Mirante
\nAp\u00f3s terem sido agredidos, os jovens foram buscar atendimento m\u00e9dico no Hospital Municipal de Mon\u00e7\u00e3o. Ao chegaram ao local, as v\u00edtimas relataram que os agressores chegaram logo ap\u00f3s na unidade hospitalar e teriam sido atendidos primeiro que eles. A mesma situa\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m teria acontecido na delegacia da cidade, o que gerou revolta.
\n\u201cN\u00f3s chegamos primeiro do que eles, j\u00e1 est\u00e1vamos na vez e eles chegaram, simplesmente, entraram e passaram metade da tarde. Simplesmente, quando eles sa\u00edram, alegaram que o sistema estava fora do ar\u201d, alegou uma das v\u00edtimas.
\nAutoridades pedem provid\u00eancias
\nA situa\u00e7\u00e3o gerou uma grande repercuss\u00e3o na cidade. O grupo ‘Guerreiros de Kamacaoca’, no qual as v\u00edtimas fazem parte, se manifestou sobre o caso pedindo justi\u00e7a.
\nRevoltados com a falta de assist\u00eancia, o grupo procurou o apoio de entidades de direitos humanos em S\u00e3o Lu\u00eds. O caso foi registrado na Delegacia de Combate \u00e0 Crimes Raciais e os jovens ser\u00e3o assistidos pela Defensoria P\u00fablica do Maranh\u00e3o (DPE-MA).
\nCaso ser\u00e1 investigado pela Pol\u00edcia Civil do Maranh\u00e3o
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Mirante
\nO Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Baba\u00e7u (MIQCB) divulgou uma nota de rep\u00fadio onde classificou o ato como “viol\u00eancia racista e homof\u00f3bica” (veja a nota na \u00edntegra mais abaixo).
\nO caso ser\u00e1 investigado pela Pol\u00edcia Civil do Maranh\u00e3o. At\u00e9 o momento, ningu\u00e9m foi intimado ou preso.
\nNota na \u00edntegra do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Baba\u00e7u (MIQCB)
\n\u201cO Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Baba\u00e7u (MIQCB) vem a p\u00fablico manifestar seu mais profundo rep\u00fadio ao ato de viol\u00eancia racista e homof\u00f3bica cometido contra tr\u00eas jovens no munic\u00edpio de Mon\u00e7\u00e3o (MA), na \u00faltima segunda-feira, 31 de mar\u00e7o de 2025. As agress\u00f5es ocorreram no Gin\u00e1sio Municipal da cidade, durante um ensaio do grupo de dan\u00e7a do qual os jovens fazem parte, e foram praticadas por um grupo de homens que, al\u00e9m de insultos de cunho discriminat\u00f3rio, partiram para a viol\u00eancia f\u00edsica de forma brutal e covarde.
\n\u00c9 inaceit\u00e1vel que em pleno s\u00e9culo XXI, jovens \u2014 alguns pertencentes a comunidades tradicionais quilombolas e quebradeiras de coco \u2014 ainda sejam alvo de \u00f3dio racial, homofobia e viol\u00eancia institucional, sendo agredidos por ocuparem um espa\u00e7o p\u00fablico destinado \u00e0 cultura, ao lazer e \u00e0 livre express\u00e3o de suas identidades. Refor\u00e7amos que manifesta\u00e7\u00f5es art\u00edsticas e culturais s\u00e3o formas leg\u00edtimas de resist\u00eancia, identidade e pertencimento, e devem ser protegidas e incentivadas, especialmente entre a juventude negra e perif\u00e9rica.
\nDenunciamos, ainda, a neglig\u00eancia das institui\u00e7\u00f5es locais de sa\u00fade e seguran\u00e7a p\u00fablica, que falharam em acolher adequadamente os jovens ap\u00f3s o ocorrido. A omiss\u00e3o no atendimento m\u00e9dico e o constrangimento vivido na delegacia, onde os agressores foram priorizados, agravam ainda mais a viola\u00e7\u00e3o de direitos que estas v\u00edtimas v\u00eam enfrentando.
\nO MIQCB reafirma seu compromisso com a luta contra o racismo, a LGBTfobia, a viol\u00eancia institucional e toda forma de opress\u00e3o que atinge nossos jovens, nossos territ\u00f3rios e nossas comunidades. Exigimos das autoridades competentes a imediata responsabiliza\u00e7\u00e3o dos agressores, bem como medidas de prote\u00e7\u00e3o e repara\u00e7\u00e3o \u00e0s v\u00edtimas\u201d.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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