{"id":49283,"date":"2025-04-03T12:24:14","date_gmt":"2025-04-03T15:24:14","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/49283"},"modified":"2025-04-03T12:24:14","modified_gmt":"2025-04-03T15:24:14","slug":"tarifas-de-trump-risco-para-o-crescimento-global-avalia-gestor-da-warren","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/49283","title":{"rendered":"Tarifas de Trump: \u201crisco para o crescimento global\u201d avalia gestor da Warren"},"content":{"rendered":"
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova tabela de tarifas sobre produtos importados, com al\u00edquotas que variam de 10% a 54%, dependendo da rela\u00e7\u00e3o comercial com o pa\u00eds exportador. Entre os alvos est\u00e3o a China (54%), a Uni\u00e3o Europeia (20%) e o Brasil (10%). Segundo Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren, a medida faz parte da estrat\u00e9gia de Trump de \u201cdevolver aos EUA a capacidade de fabrica\u00e7\u00e3o estrategicamente importante<\/strong>\u201c, numa tentativa de reindustrializar o pa\u00eds e agradar sua base pol\u00edtica mais conservadora. \u201c\u00c9 uma agenda voltada para dentro, com foco em reativar a ind\u00fastria americana e proteger empregos locais, mesmo ao custo de instabilidade global<\/strong>\u201d, avalia.<\/p>\n Na vis\u00e3o de Nobre, as tarifas anunciadas elevaram o n\u00edvel de incerteza global, provocando uma rea\u00e7\u00e3o imediata nos mercados financeiros. \u201c Os mercados temem tanto uma desacelera\u00e7\u00e3o mais forte da economia global quanto o risco de recess\u00e3o nos Estados Unidos<\/strong>\u201d, aponta o especialista. Ele tamb\u00e9m destaca que o impacto pode se estender para os consumidores americanos, por meio de press\u00f5es inflacion\u00e1rias causadas pelo aumento nos custos de produtos importados. \u201cAs tarifas podem encarecer a vida das fam\u00edlias nos EUA, o que gera um efeito pol\u00edtico reverso para o pr\u00f3prio Trump<\/strong>\u201d, diz.<\/p>\n A rea\u00e7\u00e3o do mercado foi r\u00e1pida: o S&P 500 reverteu ganhos e caiu 1,7% no intraday, enquanto o Nasdaq recuou cerca de 2,4%, refletindo o peso das empresas de tecnologia \u2014 mais expostas ao com\u00e9rcio global \u2014 sobre os \u00edndices. \u201cAs Magnificent Seven, que t\u00eam grande parte da receita fora dos EUA, s\u00e3o diretamente afetadas por esse tipo de medida, o que amplia a volatilidade nos \u00edndices como o Nasdaq<\/strong>\u201d, explica Nobre. Ele tamb\u00e9m destaca que o an\u00fancio inicial de uma tarifa-base de 10% deu algum al\u00edvio moment\u00e2neo ao mercado, mas a divulga\u00e7\u00e3o posterior dos n\u00fameros reais \u2014 com tarifas muito mais altas \u2014 provocou a revers\u00e3o do movimento.<\/p>\n Com a escalada de tens\u00f5es, investidores est\u00e3o migrando para ativos considerados mais seguros, num t\u00edpico movimento de Fly to Quality. \u201cO ouro \u00e9 a classe de ativo com melhor performance no ano, e tem se destacado ainda mais com o aumento da incerteza. Al\u00e9m disso, o pr\u00f3prio decreto do Trump isenta o ouro das tarifas, o que ajuda na atratividade<\/strong>\u201d, afirma Nobre. Segundo ele, os treasuries norte-americanos de curto prazo tamb\u00e9m ganham espa\u00e7o. \u201cCom o mercado precificando at\u00e9 tr\u00eas cortes de juros do Fed este ano, e o d\u00f3lar perdendo for\u00e7a frente a moedas emergentes, os treasuries de dois anos, por exemplo, se tornam uma excelente op\u00e7\u00e3o de prote\u00e7\u00e3o<\/strong>\u201d, complementa.<\/p>\n Apesar do ambiente desafiador, o especialista v\u00ea o Brasil como um dos pa\u00edses menos prejudicados pela nova pol\u00edtica tarif\u00e1ria dos EUA. \u201cA tarifa de 10% sobre o Brasil \u00e9 relativamente baixa quando comparada a outros pa\u00edses emergentes. Isso pode at\u00e9 abrir espa\u00e7o para que o Brasil ganhe novos mercados, principalmente na \u00c1sia, onde j\u00e1 temos forte presen\u00e7a e know-how em exporta\u00e7\u00e3o<\/strong>\u201d, aponta. Ele tamb\u00e9m observa que o real tem sido uma das moedas emergentes com melhor performance no ano, refletindo um diferencial positivo em rela\u00e7\u00e3o a outros pares.<\/p>\n Por fim, Frederico Nobre recomenda cautela com a\u00e7\u00f5es globais, especialmente no curto prazo. \u201cO cen\u00e1rio para a renda vari\u00e1vel ficou mais nebuloso. As tarifas n\u00e3o s\u00e3o boas para o crescimento global e podem reduzir lucros corporativos, dependendo do grau de repasse dos custos<\/strong>\u201d, diz. Ele tamb\u00e9m lembra que, embora os impactos variem de pa\u00eds para pa\u00eds, a China tende a ser mais afetada do que economias como a da Uni\u00e3o Europeia ou mesmo o Brasil. \u201cA tend\u00eancia \u00e9 o mercado ficar na defensiva enquanto espera por poss\u00edveis contramedidas dos pa\u00edses afetados pelas tarifas de Trump<\/strong>\u201d, conclui.<\/p>\n O post Tarifas de Trump: \u201crisco para o crescimento global\u201d avalia gestor da Warren apareceu primeiro em BM&C NEWS.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova tabela de tarifas sobre produtos importados, com al\u00edquotas que variam de 10% a 54%, dependendo da rela\u00e7\u00e3o comercial com o pa\u00eds exportador. Entre os alvos est\u00e3o a China (54%), a Uni\u00e3o Europeia (20%) e o Brasil (10%). Segundo Frederico Nobre,… Continue lendo Tarifas de Trump aumentam riscos globais e eleva avers\u00e3o a risco <\/h3>\n
Bolsa americana reage mal \u00e0s tarifas<\/h3>\n
Fly to Quality: ouro e treasuries ganham protagonismo em meio \u00e0 turbul\u00eancia<\/h3>\n
Brasil pode sair menos prejudicado e at\u00e9 ganhar espa\u00e7o nos fluxos comerciais<\/h3>\n
Cen\u00e1rio nebuloso para a\u00e7\u00f5es globais e cautela no curto prazo<\/h3>\n
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