A mostra, que foi aberta ao p\u00fablico nesta ter\u00e7a-feira (28) na Royal Academy of Arts, re\u00fane mais de 130 obras de dez artistas brasileiros; sete delas pertencentes \u00e0 Funda\u00e7\u00e3o. Uma das obras da Cole\u00e7\u00e3o FEQ que integram a exposi\u00e7\u00e3o \u201cBrasil! Brasil! The Birth of Modernism\u201d \u00e9 \u201cMenino com carneiro\u201d, de Portinari
\nHenry Nicholls\/ AFP
\nA Royal Academy of Arts, em Londres, inaugurou nesta ter\u00e7a-feira (28) a exposi\u00e7\u00e3o \u201cBrasil! Brasil! The Birth of Modernism\u201d (\u201cBrasil! Brasil! O Nascimento do Modernismo\u201d), que celebra o vigor do modernismo brasileiro com mais de 130 obras de renomados artistas. Entre os destaques est\u00e3o sete preciosidades da Cole\u00e7\u00e3o Funda\u00e7\u00e3o Edson Queiroz: Baiana (1947), Menino com carneiro (1941), Mulher e crian\u00e7as (1940) e Bumba meu boi (1956), de Candido Portinari; Baile caipira (1950-1961), de Tarsila do Amaral; e duas obras sem t\u00edtulo de Alfredo Volpi, sendo uma de 1950 e outra de 1980. A inclus\u00e3o dessas obras na mostra refor\u00e7a a import\u00e2ncia da Cole\u00e7\u00e3o, um dos mais importantes acervos privados de arte do Brasil.
\nCom curadoria internacional que inclui Roberta Saraiva Coutinho, Fabienne Eggelhoffer e Adrian Locke, a exposi\u00e7\u00e3o, que ficar\u00e1 em cartaz at\u00e9 21 de abril de 2025, oferece um mergulho em cerca de seis d\u00e9cadas de produ\u00e7\u00e3o art\u00edstica, entre 1910 e 1970. Ela destaca como o modernismo brasileiro ressignificou influ\u00eancias europeias, como o cubismo e o surrealismo, para criar uma est\u00e9tica singular profundamente conectada \u00e0 identidade nacional.
\nA presen\u00e7a das obras da Funda\u00e7\u00e3o Edson Queiroz nessa mostra internacional refor\u00e7a seu compromisso com a promo\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio cultural brasileiro, miss\u00e3o que j\u00e1 levou pe\u00e7as do acervo a diversos pa\u00edses. \u201c\u00c9 uma honra destacar a import\u00e2ncia do empr\u00e9stimo de obras do acervo hist\u00f3rico da Funda\u00e7\u00e3o Edson Queiroz para dois dos mais prestigiados museus do mundo: o museu Paul Klee, na Su\u00ed\u00e7a, e a Royal Academy of Arts, em Londres\u201d, afirma Adriana Helena Moreira, Vice-Reitora de Extens\u00e3o e Comunidade Universit\u00e1ria da Unifor.
\nA exposi\u00e7\u00e3o, que j\u00e1 havia passado pelo Zentrum Paul Klee, em Berna, Su\u00ed\u00e7a, foi um sucesso de p\u00fablico, recebendo mais de 37 mil visitantes. Agora, a inclus\u00e3o de uma s\u00e9tima obra de Candido Portinari no n\u00facleo londrino do evento refor\u00e7a a simbologia desse interc\u00e2mbio cultural. N\u00e3o por acaso, a Royal Academy j\u00e1 havia sediado uma mostra dedicada ao modernismo brasileiro em 1944, fazendo deste um retorno significativo.
\nArte brasileira em destaque
\nA sele\u00e7\u00e3o das obras emprestadas pela Funda\u00e7\u00e3o Edson Queiroz foi feita com o objetivo de traduzir a ess\u00eancia do modernismo brasileiro, marcado por uma integra\u00e7\u00e3o entre tradi\u00e7\u00e3o e inova\u00e7\u00e3o. Para Adriana Helena Moreira, \u201cesse gesto n\u00e3o \u00e9 apenas uma oportunidade de exibir a riqueza hist\u00f3rica do nosso acervo, mas tamb\u00e9m de compartilhar com o mundo a ess\u00eancia da cultura brasileira\u201d.
\nA exposi\u00e7\u00e3o \u00e9 um convite para que o p\u00fablico europeu compreenda a relev\u00e2ncia de um movimento que, ao mesmo tempo em que dialogava com correntes art\u00edsticas globais, se aprofundava nas ra\u00edzes culturais e sociais do Brasil. Adriana acrescenta: \u201cO modernismo foi um per\u00edodo em que artistas brasileiros ressignificaram as influ\u00eancias internacionais, criando uma linguagem visual \u00fanica, profundamente conectada \u00e0s nossas ra\u00edzes.\u201d
\nElo entre culturas
\nO empr\u00e9stimo das obras reflete a filosofia da Funda\u00e7\u00e3o Edson Queiroz e da Universidade de Fortaleza de promover o di\u00e1logo entre culturas por meio da arte. \u201cPara a Unifor, enquanto institui\u00e7\u00e3o de ensino, pesquisa e extens\u00e3o, \u00e9 inspirador ver como a arte pode ser um elo entre culturas e um ve\u00edculo de aprendizado global\u201d, ressalta Adriana.
\nAl\u00e9m disso, iniciativas como essa destacam o papel da arte como ferramenta de diplomacia cultural e celebram o que h\u00e1 de mais aut\u00eantico e inovador na produ\u00e7\u00e3o art\u00edstica brasileira. \u201c\u00c9 um momento de celebra\u00e7\u00e3o do que temos de mais aut\u00eantico e inovador na nossa hist\u00f3ria, e uma prova de que a arte \u00e9 um poderoso instrumento de constru\u00e7\u00e3o de pontes entre os povos\u201d, conclui.
\nModernismo brasileiro: um legado global
\nCom a participa\u00e7\u00e3o de dez dos artistas mais representativos do movimento modernista, a exposi\u00e7\u00e3o oferece ao p\u00fablico europeu uma rara oportunidade de explorar a riqueza e diversidade da arte brasileira. Al\u00e9m de Candido Portinari, Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi, a mostra contempla obras de Anita Malfatti, Lasar Segall, Fl\u00e1vio de Carvalho, Vicente de Rego Monteiro, Rubem Valentim, Geraldo de Barros e Djanira da Motta e Silva.
\n\u201cBrasil, Brasil\u201d possibilita que o modernismo brasileiro siga conquistando novos olhares e consolidando seu lugar no cen\u00e1rio art\u00edstico mundial. Assim, a Royal Academy de Londres se torna palco para a celebra\u00e7\u00e3o do Brasil como pot\u00eancia cultural, em uma iniciativa que resgata, preserva e expande os horizontes do legado modernista nacional.
\nConfira abaixo as obras da Cole\u00e7\u00e3o Funda\u00e7\u00e3o Edson Queiroz que integram a exposi\u00e7\u00e3o “Brasil, Brasil! The Birth of Modernism”.
\nObras da Funda\u00e7\u00e3o Edson Queiroz<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"