{"id":42981,"date":"2025-03-26T18:09:30","date_gmt":"2025-03-26T21:09:30","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/42981"},"modified":"2025-03-26T18:09:30","modified_gmt":"2025-03-26T21:09:30","slug":"bolsonaro-reu-no-stf-veja-cinco-provas-que-pesaram-na-decisao-do-supremo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/42981","title":{"rendered":"Bolsonaro r\u00e9u no STF: veja cinco provas que pesaram na decis\u00e3o do Supremo"},"content":{"rendered":"
Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou a den\u00fancia da PGR (Procuradoria-Geral da Rep\u00fablica) contra sete, dos 34 acusados de tentativa de golpe de Estado ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es de 2025. Com isso, o ex-presidente, Jair Bolsonaro, torna-se r\u00e9u, assim como outros sete integrantes do N\u00facleo 1, considerado o principal da trama golpista.<\/p>\n
Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF \u2013 Foto: Rosinei Coutinho\/STF\/ND<\/p>\n<\/div>\n
Todos os ministros da Primeira Turma do Supremo votaram a favor da abertura da a\u00e7\u00e3o penal. Al\u00e9m de Bolsonaro, integram o n\u00facleo, o general Braga Netto, general Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo S\u00e9rgio Nogueira e Mauro Cid.<\/p>\n
Durante seu voto, o relator da Pet 12.100, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que Jair Bolsonaro sabia da trama para executar um golpe de Estado no Brasil. \u201cA Procuradoria-Geral da Rep\u00fablica demonstrou conhecimento de Jair Messias Bolsonaro sobre o plano criminoso Punhal Verde e Amarelo, que tinha como finalidade o monitoramento e a execu\u00e7\u00e3o de autoridades p\u00fablicas brasileiras\u201d, declarou Moraes.<\/p>\n
Ele tamb\u00e9m afirmou que a PGR apontou di\u00e1logo entre o general Mario Fernandes e o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, em 8 de dezembro de 2022. A conversa estaria \u201ccorroborando o acompanhamento de Jair Messias Bolsonaro sobre essa opera\u00e7\u00e3o criminosa e violenta\u201d, disse o ministro.<\/p>\n
Ministro Alexandre de Moraes, relator da Pet 12.100 que denuncia 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado \u2013 Foto: Rosinei Coutinho\/STF\/ND<\/p>\n<\/div>\n
Na avalia\u00e7\u00e3o do relator, as provas produzidas pela Pol\u00edcia Federal ao longo da investiga\u00e7\u00e3o da Opera\u00e7\u00e3o Tempus Veritatis j\u00e1 seriam \u201csuficientes\u201d, mas h\u00e1 ainda v\u00e1rios depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, corroborando os achados dos investigadores.<\/p>\n
Durante o julgamento, o relator apontou a descoberta da minuta de golpe na casa de Anderson Torres, o retorno dos Estados Unidos sem o celular para verifica\u00e7\u00e3o da per\u00edcia e a participa\u00e7\u00e3o em live em que Bolsonaro fez ataques \u00e0 Justi\u00e7a Eleitoral. Para ele, os atos seriam suficientes para colocar Torres na condi\u00e7\u00e3o de r\u00e9u.<\/p>\n
Em seguida, Moraes afirmou, com base na den\u00fancia da PGR, que Torres, em depoimento \u00e0 Pol\u00edcia Federal de 26 de agosto de 2021, \u201cconfessou que mentiu na transmiss\u00e3o da live, afirmando que n\u00e3o foi poss\u00edvel depreender do material que teve acesso a exist\u00eancia de fraude ou manipula\u00e7\u00e3o de votos\u201d.<\/p>\n
Durante a leitura do relat\u00f3rio, Moraes citou a descoberta de um documento na sede do PL (Partido Liberal), mencionada na den\u00fancia da PGR (Procuradoria-Geral da Rep\u00fablica), que mostrava \u201co que ocorreria ap\u00f3s o golpe de Estado, como seria a divis\u00e3o de poder\u201d.<\/p>\n
\u201cSeria a chamada opera\u00e7\u00e3o de Garantia da Lei de da Ordem, o discurso a ser proclamado pelo ent\u00e3o presidente Jair Messias Bolsonaro depois do golpe e como seria essa divis\u00e3o de poder\u201c, disse Moraes. \u201cA den\u00fancia ressalta ainda que Jair Messias Bolsonaro tinha pleno conhecimento das a\u00e7\u00f5es da organiza\u00e7\u00e3o criminosa\u201d, destacou o relator.<\/p>\n
Sess\u00e3o da Primeira Turma do STF, que tornou r\u00e9u o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete \u2013 Foto: Antonio Augusto\/STF<\/p>\n<\/div>\n
Moraes afirmou ainda, que a den\u00fancia da PGR mostra que \u201cmesmo ap\u00f3s a derrota, determinou que as For\u00e7as Armadas emitissem nota t\u00e9cnica com a finalidade de manter os seus apoiadores. O presidente determinou, ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es, que assinassem uma nota pela manuten\u00e7\u00e3o das pessoas na frente dos quart\u00e9is\u201d.<\/p>\n
Segundo o ministro, fomentar a manuten\u00e7\u00e3o das pessoas em frente aos quart\u00e9is \u00e9 considerada atitude criminosa. \u201cNingu\u00e9m mais tem d\u00favida, porque o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se deparou com o tema, j\u00e1 realizou diversas condena\u00e7\u00f5es e tamb\u00e9m mais de 500 acordos de n\u00e3o persecu\u00e7\u00e3o penal, que \u00e9 crime, \u00e9 infra\u00e7\u00e3o penal voc\u00ea acampar na frente de quart\u00e9is para pedir a decreta\u00e7\u00e3o de golpe de Estado, para pedir a volta do AI-5, da tortura, a quebra da normalidade democr\u00e1tica\u201d.<\/p>\n
Durante a sess\u00e3o, o ministro Alexandre de Moraes exibiu um v\u00eddeo para comprovar a \u201cmaterialidade\u201d dos crimes cometidos no 8 de janeiro, mostrando a gravidade do caso \u201cao inv\u00e9s de falar meia hora\u201d. A grava\u00e7\u00e3o mostrou, por exemplo, os acampamentos montados em frente a quart\u00e9is do Ex\u00e9rcito e atos violentos no dia da diploma\u00e7\u00e3o do presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva.<\/p>\n
Segundo Moraes, \u201cn\u00e3o h\u00e1 d\u00favida\u201d da materialidade dos delitos, narrados em sequ\u00eancia pela PGR, no que ele considera uma\u00a0\u201ctentativa de golpe de estado violent\u00edssimo\u201d, com \u201cincivilidade total\u201d e \u201cviol\u00eancia selvagem\u201d. \u201cIsso n\u00e3o \u00e9 viol\u00eancia?\u201d, questionou Moraes ao mostrar o v\u00eddeo. \u201cNingu\u00e9m estava passeando\u201d, seguiu, indicando que \u00e9 poss\u00edvel ver pedidos de interven\u00e7\u00e3o nas imagens.<\/p>\n
O ministro chegou a se referir ao 8 de janeiro como \u201cuma verdadeira guerra campal\u201d. \u201cNenhuma b\u00edblia \u00e9 vista, nenhum batom \u00e9 visto. Agora, a depreda\u00e7\u00e3o e o ataque ao patrim\u00f4nio \u00e9 visto\u201d, destacou.<\/p>\n