{"id":3446,"date":"2025-02-04T17:02:06","date_gmt":"2025-02-04T20:02:06","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/3446"},"modified":"2025-02-04T17:02:06","modified_gmt":"2025-02-04T20:02:06","slug":"apos-impasse-judicial-ibama-autoriza-derrubada-de-corredor-de-mata-atlantica-para-expansao-de-aterro-sanitario-que-recebe-lixo-de-curitiba-e-regiao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/3446","title":{"rendered":"Ap\u00f3s impasse judicial, Ibama autoriza derrubada de corredor de Mata Atl\u00e2ntica para expans\u00e3o de aterro sanit\u00e1rio que recebe lixo de Curitiba e Regi\u00e3o"},"content":{"rendered":"

Segundo empresa que administra o local, sem o corte da vegeta\u00e7\u00e3o, vida \u00fatil do aterro terminaria no fim de mar\u00e7o. Local recebe, diariamente, 2.858,17 toneladas de lixo de Curitiba e outras 25 cidades. Ibama autoriza amplia\u00e7\u00e3o de aterro sanit\u00e1rio que atende Curitiba
\nO Instituto Brasileiro de Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama) autorizou, na segunda-feira (3), a derrubada de um corredor de Mata Atl\u00e2ntica para a expans\u00e3o do aterro sanit\u00e1rio de Fazenda Rio Grande, na Regi\u00e3o Metropolitana de Curitiba.
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\nO local recebe, diariamente, 2.858,17 toneladas de lixo de Curitiba e outras 25 cidades da Regi\u00e3o Metropolitana, que formam o Cons\u00f3rcio Intermunicipal para Gest\u00e3o de Res\u00edduos S\u00f3lidos Urbanos (Conresol).
\nSegundo o grupo e a Estre Ambiental, empresa que administra o aterro sanit\u00e1rio, sem o corte da vegeta\u00e7\u00e3o, a vida \u00fatil do aterro terminaria no fim de mar\u00e7o.
\nA autoriza\u00e7\u00e3o do Ibama, assinada pelo presidente do \u00f3rg\u00e3o, Rodrigo Agostinho, libera o corte de tr\u00eas hectares e meio de floresta que restavam no local e determina regras de compensa\u00e7\u00e3o ambiental. Veja quais.
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\nImpasse judicial e apreens\u00e3o de maquin\u00e1rios
\nDurante impasse judicial, m\u00e1quinas que faziam derrubada da vegeta\u00e7\u00e3o no aterro sanit\u00e1rio de Fazenda Rio Grande foram apreendidas
\nRPC
\nO impasse para a derrubada da vegeta\u00e7\u00e3o come\u00e7ou no fim de 2024. O Conresol e a Estre Ambiental afirmam que \u00e9 necess\u00e1ria a derrubada de cerca de 10 hectares de vegeta\u00e7\u00e3o para a amplia\u00e7\u00e3o da vida \u00fatil do espa\u00e7o em seis anos.
\nPor\u00e9m, o Ibama negou duas vezes o corte da \u00e1rea de floresta, com a justificativa de que esp\u00e9cies amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o existem na faixa de mata que separa os dois maci\u00e7os de lixo do aterro sanit\u00e1rio, al\u00e9m de duas nascentes que desembocam em curso d’\u00e1gua.
\nO documento que proibia a derrubada citava tamb\u00e9m que a vegeta\u00e7\u00e3o funcionava como um corredor entre as Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o que ficam ao redor.
\nNo dia 7 de janeiro, o Instituto \u00c1gua e Terra (IAT), que concede licen\u00e7as ambientais no Paran\u00e1, emitiu uma licen\u00e7a autorizando o corte da floresta. Com isso, a empresa respons\u00e1vel pelo local iniciou a derrubada da vegeta\u00e7\u00e3o.
\nCerca de sete hectares de floresta foram suprimidos, at\u00e9 que, no dia 24 de janeiro, o Ibama fez uma opera\u00e7\u00e3o na qual apreenderam m\u00e1quinas, escavadeiras, caminh\u00f5es ca\u00e7amba e outros equipamentos que estavam auxiliando na derrubada da floresta sem autoriza\u00e7\u00e3o do \u00f3rg\u00e3o federal.
\nDepois disso, o caso foi judicializado. Em primeira inst\u00e2ncia, a Justi\u00e7a estadual suspendeu o corte. Depois, em segunda inst\u00e2ncia, a decis\u00e3o foi derrubada pelo ent\u00e3o presidente do Tribunal de Justi\u00e7a do Paran\u00e1, o desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen.
\nNa \u00e9poca, Keppen levou em considera\u00e7\u00e3o o tempo de vida \u00fatil do aterro.
\n“Os \u00f3rg\u00e3os ambientais e empresas prestadoras de servi\u00e7o competentes possuem menos de dois meses para realizar as dilig\u00eancias necess\u00e1rias, sob a pena de n\u00e3o ter local dispon\u00edvel para aloca\u00e7\u00e3o de toneladas de lixo”, afirmava a decis\u00e3o.
\nEm seguida, a Justi\u00e7a Federal tamb\u00e9m entrou no caso e determinou que o Ibama n\u00e3o volte a impedir o corte da vegeta\u00e7\u00e3o no aterro sanit\u00e1rio.
\nA decis\u00e3o de autorizar o corte do que sobrou da floresta, dada na segunda-feira pelo Ibama, era o que faltava para a conclus\u00e3o da obra sem nenhum impedimento jur\u00eddico ou administrativo.
\nEla foi dada ap\u00f3s o prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), e a secret\u00e1ria municipal do meio ambiente, Marilza Dias, se reunirem com o presidente do Ibama em Bras\u00edlia, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendon\u00e7a.
\nCorte ainda n\u00e3o foi retomado
\nAterro sanit\u00e1rio de Fazenda Rio Grande
\nRPC
\nSegundo a Estre Ambiental, apesar da autoriza\u00e7\u00e3o, o corte ainda n\u00e3o foi retomado. A previs\u00e3o \u00e9 que os trabalhos recomecem nos pr\u00f3ximos dias.
\nIsso porque, conforme a empresa, uma equipe formada por bi\u00f3logos e m\u00e9dicos veterin\u00e1rios est\u00e1 no local para capturar animais que vivem no local para fazer um mapeamento, avaliar como eles est\u00e3o, e fazer a remo\u00e7\u00e3o para um local seguro.
\nPor\u00e9m, como alguns animais t\u00eam h\u00e1bitos noturnos, os profissionais v\u00e3o colocar armadilhas para fazerem a captura, avalia\u00e7\u00e3o e remo\u00e7\u00e3o deles do local.
\nO mesmo trabalho de mapeamento e cataloga\u00e7\u00e3o ser\u00e1 feito com a flora. Algumas esp\u00e9cies que podem ser movidas, como as brom\u00e9lias, por exemplo, est\u00e3o passando pelo processo.
\nA autoriza\u00e7\u00e3o do Ibama prev\u00ea tamb\u00e9m a necessidade de transloca\u00e7\u00e3o das colmeias de abelhas nativas encontradas nas \u00e1reas de desmatamento para locais seguros.
\nDe acordo com a Estre Ambiental, o prazo para a conclus\u00e3o das obras depende das condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e demais licenciamentos emitidos pelos \u00f3rg\u00e3os ambientais respons\u00e1veis.
\nCompensa\u00e7\u00e3o ambiental
\nAterro sanit\u00e1rio de Fazenda Rio Grande recebe, diariamente, 2.858,17 toneladas de lixo de Curitiba e outras 25 cidades da Regi\u00e3o Metropolitana
\nRPC
\nO documento do Ibama que autorizou a retomada do corte da faixa de floresta determina uma s\u00e9rie de regras para a compensa\u00e7\u00e3o ambiental.
\nEntre as medidas compensat\u00f3rias est\u00e1 a cria\u00e7\u00e3o de uma Reserva Particular do Patrim\u00f4nio Natural (RPPN), a recupera\u00e7\u00e3o de 31,04 hectares e a preserva\u00e7\u00e3o de 21,56 hectares de mata intocada, totalizando 52,6 hectares no bioma da Mata Atl\u00e2ntica \u2013 espa\u00e7o cinco vezes maior que a \u00e1rea a ser suprimida para a unifica\u00e7\u00e3o.
\nA empresa tamb\u00e9m ter\u00e1 que fomentar novas atividades de pesquisa e levantamentos de campo sobre a fauna local nas \u00e1reas de compensa\u00e7\u00e3o, e nas \u00e1reas remanescentes no entorno do aterro.
\nAl\u00e9m disso, precisar\u00e1 iniciar, em at\u00e9 30 dias, o plantio de esp\u00e9cies nativas nas \u00e1reas a serem recuperadas.
\nSegundo o IAT, a empresa apresentou uma \u00e1rea em Mandirituba, na Regi\u00e3o Metropolitana de Curitiba, onde executar\u00e1 as a\u00e7\u00f5es ambientais.
\nVida \u00fatil do aterro diminuiu ap\u00f3s acidente que matou trabalhador
\nHomem morre ap\u00f3s ser soterrado em deslizamento em aterro sanit\u00e1rio, no Paran\u00e1
\nDe acordo com a secret\u00e1ria municipal do meio ambiente, Marilza Dias, as dificuldades com o planejamento da destina\u00e7\u00e3o dos res\u00edduos de Curitiba e Regi\u00e3o come\u00e7aram depois que a vida \u00fatil do aterro sanit\u00e1rio de Fazenda Rio Grande diminuiu por conta de um acidente em julho de 2022.
\nNa \u00e9poca, uma montanha de lixo colapsou e dois trabalhadores terceirizados faziam um servi\u00e7o de conten\u00e7\u00e3o com escavadeiras. Um deles conseguiu fugir, mas Jo\u00e3o Cubis foi soterrado e morreu. Ele tinha 41 anos e deixou quatro filhos.
\nV\u00cdDEOS: Mais assistidos do g1 Paran\u00e1
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