{"id":10576,"date":"2025-02-13T14:37:03","date_gmt":"2025-02-13T17:37:03","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/10576"},"modified":"2025-02-13T14:37:03","modified_gmt":"2025-02-13T17:37:03","slug":"trump-desperta-medo-e-desconfianca-na-ucrania","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/10576","title":{"rendered":"Trump desperta medo e desconfian\u00e7a na Ucr\u00e2nia"},"content":{"rendered":"
ROBERTO SCHMIDT <\/p>\n
No leste da Ucr\u00e2nia, uma regi\u00e3o devastada pelos combates, a Casa Branca parece distante, mas a posi\u00e7\u00e3o amb\u00edgua de seu inquilino Donald Trump sobre a guerra com a R\u00fassia cria uma nova dor de cabe\u00e7a para os soldados exaustos.<\/p>\n
O presidente dos Estados Unidos, cujo pa\u00eds \u00e9 o principal apoiador de Kiev, causou grande agita\u00e7\u00e3o na quarta-feira (12) ao concordar em iniciar negocia\u00e7\u00f5es “imediatas” com seu par russo, Vladimir Putin.<\/p>\n
Ap\u00f3s sua conversa, Kiev e seus aliados temem ainda mais que Washington ceda aos desejos de Moscou e deixe de oferecer sua ajuda essencial, quase tr\u00eas anos ap\u00f3s o in\u00edcio da invas\u00e3o russa.<\/p>\n
No frio cortante da regi\u00e3o de Donetsk, Artem, um comandante da 93\u00aa brigada, admite sem rodeios que uma interrup\u00e7\u00e3o da assist\u00eancia americana teria consequ\u00eancias “catastr\u00f3ficas”.<\/p>\n
“Continuaremos perdendo”, comenta o militar de 42 anos, que afirma \u00e0 AFP ter perdido “muitos amigos”.<\/p>\n
Ele supervisiona o treinamento de seus novos soldados, que em breve ter\u00e3o que enfrentar o fogo russo. <\/p>\n
“J\u00e1 estamos pagando um pre\u00e7o alto e ser\u00e1 ainda mais alto”, lamenta.<\/p>\n
O militar, cauteloso, n\u00e3o se sente confort\u00e1vel com os temas diplom\u00e1ticos, por\u00e9m, diz que a mudan\u00e7a de tom de Washington o “preocupa”.<\/p>\n
Na quarta-feira, o governo Trump considerou que a ades\u00e3o da Ucr\u00e2nia \u00e0 Otan n\u00e3o era realista, assim como o retorno do pa\u00eds \u00e0s suas fronteiras anteriores a 2014, ou seja, com a Crimeia, que Moscou anexou naquele ano.<\/p>\n
Dois golpes para Kiev que se somam \u00e0s declara\u00e7\u00f5es de Trump na segunda-feira, que mencionou que a Ucr\u00e2nia “poderia ser russa algum dia”.<\/p>\n
– “O que podemos fazer?” –<\/p>\n
Mas isso \u00e9 algo impens\u00e1vel para o soldado Sava. “N\u00e3o quero estar na R\u00fassia. Por isso estou aqui, em uma guerra”, enfatiza.<\/p>\n
Em seu grupo de soldados, no qual alguns prisioneiros escolheram o ex\u00e9rcito como alternativa \u00e0 pris\u00e3o, os olhares se tornam evasivos quando se fala de Trump.<\/p>\n
“Eles s\u00e3o pol\u00edticos, somos apenas pessoas comuns, o que podemos fazer? Lutamos, \u00e9 isso”, resume Sava.<\/p>\n
No entanto, ele diz estar disposto a ceder alguns dos territ\u00f3rios ocupados para alcan\u00e7ar a paz.<\/p>\n
Em Kiev, as autoridades pouco comentaram as recentes declara\u00e7\u00f5es do presidente americano, que, por outro lado, alegram Moscou.<\/p>\n
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, admitiu que n\u00e3o foi “muito agrad\u00e1vel” que Trump tenha falado primeiro por telefone com Putin.<\/p>\n
E pediu que Washington e Kiev alcancem juntos um plano para “deter” o l\u00edder do Kremlin, antes de qualquer negocia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Andri Kovalenko, diretor para o ex\u00e9rcito ucraniano do centro de combate \u00e0 desinforma\u00e7\u00e3o, ativo nas redes sociais, criticou a “miopia” dos “pol\u00edticos”.<\/p>\n
Segundo ele, a Ucr\u00e2nia precisa de “decis\u00f5es r\u00e1pidas por parte da Europa”.<\/p>\n
Nas ruas de Kiev, a capital, os coment\u00e1rios foram ainda mais severos.<\/p>\n
“Inaceit\u00e1vel”, “impr\u00f3prio”, acusa Sofia, uma estudante de 18 anos “indignada” pelas declara\u00e7\u00f5es americanas.<\/p>\n
Negociar unilateralmente com o “ditador” Putin \u00e9 “simplesmente uma trai\u00e7\u00e3o a n\u00f3s”, critica.<\/p>\n
Para ela, sob tais condi\u00e7\u00f5es, a paz s\u00f3 durar\u00e1 “10 anos, talvez 15”, antes que Trump “decida entregar toda a Ucr\u00e2nia \u00e0 R\u00fassia”.<\/p>\n
Sofia tamb\u00e9m insta o magnata republicano a pensar que “a separa\u00e7\u00e3o por um oceano n\u00e3o o salvar\u00e1 de uma guerra com Putin”.<\/p>\n<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
O presidente americano Donald Trump a bordo do Air Force One, com destino a Nova Orleans, em 9 de fevereiro de 2025ROBERTO SCHMIDT ROBERTO SCHMIDT No leste da Ucr\u00e2nia, uma regi\u00e3o devastada pelos combates, a Casa Branca parece distante, mas a posi\u00e7\u00e3o amb\u00edgua de seu inquilino Donald Trump sobre a… Continue lendo