{"id":1044,"date":"2025-02-01T15:27:00","date_gmt":"2025-02-01T18:27:00","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/1044"},"modified":"2025-02-01T15:27:00","modified_gmt":"2025-02-01T18:27:00","slug":"davi-alcolumbre-e-eleito-presidente-do-senado-com-73-votos-e-volta-ao-posto-apos-quatro-anos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia1.jornalfloripa.com.br\/agencia1\/1044","title":{"rendered":"Davi Alcolumbre \u00e9 eleito presidente do Senado com 73 votos e volta ao posto ap\u00f3s quatro anos"},"content":{"rendered":"

Senador era tido como favorito desde 2024 e reuniu maioria ampla de apoios. Alcolumbre \u00e9 visto como ‘conciliador’ \u2013 o que tamb\u00e9m pode significar mais espa\u00e7o para a oposi\u00e7\u00e3o a Lula. Davi Alcolumbre \u00e9 eleito presidente do Senado
\nO senador Davi Alcolumbre (Uni\u00e3o-AP), de 47 anos, se elegeu mais uma vez presidente do Senado neste s\u00e1bado (1\u00ba).
\nO n\u00famero m\u00ednimo, de 41 votos, foi atingido \u00e0s 15h12 \u2013 e o resultado, proclamado \u00e0s 15h19. Todos os 81 senadores votaram.
\nO placar final foi:
\nDavi Alcolumbre (Uni\u00e3o-AP): 73 votos \u2013 eleito
\nAstronauta Marcos Pontes (PL-SP): 4 votos
\nEduardo Gir\u00e3o (Novo-CE): 4 votos
\nCom o resultado, Davi Alcolumbre ser\u00e1 presidente da Casa pela segunda vez. Ele j\u00e1 ocupou o cargo no bi\u00eanio 2019-2020.
\nSenador Davi Alcolumbre (Uni\u00e3o-AP)
\nMarcos Oliveira\/Ag\u00eancia Senado
\nAinda em 2024, o novo presidente do Senado j\u00e1 havia formado um arco de alian\u00e7as praticamente imposs\u00edvel de ser derrotado, com partidos tanto da base do governo quanto da oposi\u00e7\u00e3o.
\nEle conseguiu reunir legendas que somam 73 congressistas: PSD (15), PL (14), MDB (11), PT (9), Uni\u00e3o (7), PP (6), PSB (4), Republicanos (4) e PDT (3), al\u00e9m de tr\u00eas senadores do Podemos e um do PSDB.
\nOu seja: 76 parlamentares, o equivalente a 94% do Senado, j\u00e1 estavam fechados com o ent\u00e3o candidato.
\nA primeira gest\u00e3o de Alcolumbre foi de 2019 a 2021. Nesta primeira ocasi\u00e3o, o parlamentar venceu ap\u00f3s a desist\u00eancia de Renan Calheiros (MDB-AL) \u2013 que j\u00e1 tinha comandado quatro vezes a Casa.
\nA disputa naquele momento foi muito tumultuada e teve at\u00e9 voto fantasma. Na contagem final, 82 votos foram registrados, embora o Senado seja composto por 81 senadores.
\n A suspeita de fraude n\u00e3o foi esclarecida at\u00e9 hoje pelo Senado. Na \u00e9poca, imagens feitas pela TV Globo revelaram que os votos dessas duas c\u00e9dulas sem envelopes eram para Calheiros. Relembre no v\u00eddeo abaixo:
\nElei\u00e7\u00e3o no Senado j\u00e1 teve mais votos que senadores
\nSem reelei\u00e7\u00e3o, mas com prest\u00edgio
\nUma regra prevista na Constitui\u00e7\u00e3o e refor\u00e7ada por decis\u00e3o do Supremo Tribunal Federal (STF) impediu Alcolumbre de se candidatar \u00e0 reelei\u00e7\u00e3o em 2020.
\nEssa norma diz que os presidentes da C\u00e2mara e do Senado podem buscar a reelei\u00e7\u00e3o logo ap\u00f3s uma elei\u00e7\u00e3o geral \u2013 ou seja, quando houver posse de novos deputados e senadores. Mas n\u00e3o podem ser reeleitos na elei\u00e7\u00e3o que acontece durante a legislatura (no meio do mandato).
\nAlcolumbre, ent\u00e3o, ajudou a eleger Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como seu sucessor. Pacheco, sim, p\u00f4de disputar a reelei\u00e7\u00e3o e ficou no cargo entre 2021 e 2025.
\nNos \u00faltimos quatro anos, Alcolumbre exerceu a Presid\u00eancia da comiss\u00e3o mais importante da Casa, a de Constitui\u00e7\u00e3o e Justi\u00e7a (CCJ).
\nEle seguiu com papel de protagonismo na Casa, foi a esp\u00e9cie de um “primeiro-ministro” \u2013 o bra\u00e7o direito de Pacheco \u2013 ao conseguir influenciar quais projetos seriam pautados e ao coordenar a distribui\u00e7\u00e3o de emendas parlamentares.
\nAs emendas s\u00e3o gastos que deputados e senadores indicam em suas bases eleitorais, na forma de projetos e obras.
\nAlcolumbre assume o Senado num momento em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Fl\u00e1vio Dino cobra mais transpar\u00eancia no processo dessas indica\u00e7\u00f5es, especialmente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s emendas de comiss\u00e3o, derivadas do chamado “or\u00e7amento secreto”.
\nEm sua primeira gest\u00e3o, Alcolumbre trabalhou para turbinar o montante das emendas e para que o Congresso tivesse poder sobre uma fatia maior do or\u00e7amento federal.
\nNo ano passado, a pedido de Dino, a Controladoria-Geral da Uni\u00e3o (CGU) mostrou que, entre 2020 e 2023, cinco das dez cidades mais beneficiadas por emendas parlamentares est\u00e3o localizadas no Amap\u00e1, estado de Alcolumbre. O levantamento \u00e9 um c\u00e1lculo feito levando em conta a propor\u00e7\u00e3o do n\u00famero de habitantes.
\nEntre base e oposi\u00e7\u00e3o
\nO senador do Amap\u00e1, que na sua primeira gest\u00e3o foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agora \u00e9 da base do governo do presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva (PT).
\nQuando Lula assumiu, h\u00e1 dois anos atr\u00e1s, Alcolumbre indicou dois nomes para ocupar minist\u00e9rios na Esplanada.
\nApesar de, na primeira gest\u00e3o, Alcolumbre ter surgido como um nome de “renova\u00e7\u00e3o” para o Senado \u2013 frente ao quadro mais tradicional que era Renan Calheiros \u2013 o senador do Amap\u00e1 adotou uma postura bastante pragm\u00e1tica.
\nEm parte, trabalhava em prol do governo Bolsonaro e ajudava o governo a pautar projetos. Ao mesmo tempo, era um cr\u00edtico vocal do ent\u00e3o presidente em temas como o negacionismo na pandemia.
\nNesta \u00e9poca, em 2020, Alcolumbre conseguiu, por exemplo, incluir bacias hidrogr\u00e1ficas do Amap\u00e1 na \u00e1rea de atua\u00e7\u00e3o da Companhia de Desenvolvimento do Vale do S\u00e3o Francisco (Codevasf).
\nMesmo fora da presid\u00eancia do Senado, Alcolumbre manteve esse estilo na primeira metade do governo Lula.
\nAtuou, por exemplo, para acelerar a vota\u00e7\u00e3o e garantir um bom placar para aprovar o economista Gabriel Gal\u00edpolo para presidir o Banco Central e despachar o pacote de corte de gastos do governo. Esse \u00faltimo foi votado em tempo recorde pelo Congresso na \u00faltima semana da agenda legislativa do ano passado.
\nO espa\u00e7o da oposi\u00e7\u00e3o
\nDiferentemente de Pacheco, Alcolumbre conseguiu reunir tamb\u00e9m o apoio da oposi\u00e7\u00e3o para a disputa atual.
\nCom isso, nos pr\u00f3ximos dois anos, deve acomodar o PL em cargos relevantes \u2013 o partido lidera a oposi\u00e7\u00e3o a Lula e tem a segunda maior bancada no Senado.
\nO primeiro vice-presidente do Senado deve ser Eduardo Gomes (PL-TO). E o senador cotado para presidir a Comiss\u00e3o de Seguran\u00e7a P\u00fablica \u00e9 Fl\u00e1vio Bolsonaro.
\nDamares Alves (Republicanos-DF) deve ser a presidente da Comiss\u00e3o dos Direitos Humanos (CDH). Ela foi foi ministra da Mulher, da Fam\u00edlia e dos Direitos Humanos, de 2019 a 2022, no governo Bolsonaro.
\nPortanto, um dos desafios de Alcolumbre ser\u00e1 equilibrar os anseios da base e da oposi\u00e7\u00e3o, que defende pautas como a anistia a presos que tentaram um golpe militar em 8 de janeiro de 2023 e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
\nChegaram a registrar candidatura, para fazer frente a Alcolumbre: Marcos do Val (Podemos-ES), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Gir\u00e3o (Novo-CE).
\nApenas a candidatura do Gir\u00e3o, \u00fanico representante do Novo no Senado, recebeu o suporte do partido. As legendas de Thronicke, do Val e Pontes apoiaram Alcolumbre.
\n2022: Natuza Nery destaca a influ\u00eancia de Davi Alcolumbre no Senado
\nPromessas
\nEm seu discurso como candidato, Alcolumbre:
\ndisse que \u00e9 “essencial respeitar as decis\u00f5es judiciais”, mas ponderou que “\u00e9 igualmente indispens\u00e1vel respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar”;
\nprometeu mais protagonismo do Senado em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 C\u00e2mara, e assumiu o compromisso de n\u00e3o permitir que a C\u00e2mara tenha a palavra final sobre projetos que t\u00eam origem no Senado;
\nafirmou que o tr\u00e2mite das medidas provis\u00f3rias (MPs) ser\u00e1 retomado. A Constitui\u00e7\u00e3o determina que, ap\u00f3s o Executivo editar uma MP, o texto passar\u00e1 por uma comiss\u00e3o mista, formada por deputados e senadores, e depois pelos plen\u00e1rios da C\u00e2mara e do Senado. Essa regra n\u00e3o foi cumprida na gest\u00e3o de Pacheco devido \u00e0 discord\u00e2ncia do presidente da C\u00e2mara, Arthur Lira (PP-AL). “As comiss\u00f5es mistas s\u00e3o obrigat\u00f3rias por mandamento constitucional. Suprimi-las ou negligenci\u00e1-las n\u00e3o \u00e9 apenas errado do ponto de vista do processo: \u00e9 uma redu\u00e7\u00e3o do papel do Senado Federal”, disse Alcolumbre;
\ndefendeu a descentraliza\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica, para fortalecer os munic\u00edpios. “A minha luta \u00e9, e ser\u00e1 sempre, para que os munic\u00edpios venham a ocupar o centro de nosso arranjo federativo”, disse;
\ndeclarou que “o discurso de \u00f3dio e as agress\u00f5es contaminam as redes sociais. Precisamos reconstruir pontes e lembrar que os advers\u00e1rios s\u00e3o parceiros no debate democr\u00e1tico.”.
\nTrajet\u00f3ria
\nCasado e pai de dois filhos, Alcolumbre nasceu em Macap\u00e1 (AP) em 19 de junho de 1977. \u00c9 o quarto filho do mec\u00e2nico Jos\u00e9 Tobelem e da empres\u00e1ria Julia Alcolumbre.
\nCome\u00e7ou a trabalhar no com\u00e9rcio da fam\u00edlia. Iniciou o curso de ci\u00eancias econ\u00f4micas no Centro de Ensino Superior do Amap\u00e1 (Ceap), mas n\u00e3o concluiu e resolveu seguir o caminho da pol\u00edtica.
\nA trajet\u00f3ria pol\u00edtica se iniciou como vereador na cidade de Macap\u00e1. Exerceu o mandato por dois anos (de 2001 a 2002), quando deixou o cargo na metade para assumir o primeiro mandato como deputado federal.
\nReelegeu-se duas vezes para a C\u00e2mara dos Deputados, totalizando tr\u00eas mandatos consecutivos.
\nNas elei\u00e7\u00f5es de 2014, foi eleito senador para um mandato de oito anos. Em 2018, concorreu ao governo de Amap\u00e1, mas ficou em terceiro lugar. Ent\u00e3o, voltou ao Senado.
\nConseguiu chegar pela primeira vez \u00e0 Presid\u00eancia do Senado em 2019 ao vencer, com 42 votos, uma elei\u00e7\u00e3o marcada por pol\u00eamicas.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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