Operação contra Braga Netto: Exército diz colaborar com investigações

O general da reserva Walter Braga Netto ficará preso na  1ª Divisão de Exército, na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Essa divisão é subordinada ao Comando Militar do Leste, chefiado por Braga Netto de 2016 a 2019.

Por ser militar, mesmo na reserva, Braga Netto ficará sob a custódia do Exército, que acompanhou a operação de prisão na manhã deste sábado (14/12).

“O Exército vem acompanhando as diligências realizadas por determinação da Justiça e colaborando com as investigações em curso. A Força não se manifesta sobre processos conduzidos por outros órgãos procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”, diz nota do Centro de Comunicação do Exército.

Ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, Braga Netto foi preso em seu apartamento em Copacabana, zona sul do Rio. De acordo com a Polícia Federal (PF), ele foi detido por atrapalhar as investigações do inquérito do golpe.

Entenda

A base da ação deste sábado é um depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, que revelou detalhes sobre o envolvimento de Braga Netto em atos que obstruíram as investigações. Cid, que fez uma delação premiada em setembro de 2023, alegou que Braga Netto tentou descobrir detalhes do conteúdo de sua colaboração com a PF, o que caracterizaria uma tentativa de obstrução de Justiça.

No relatório final da PF que indiciou Bolsonaro e mais 36 pela trama golpista, incluindo Braga Netto, consta que os policiais encontraram na sala do coronel Flávio Peregrino, ex-assessor de Braga Netto, um documento que continha informações sobre a delação de Cid. Esse vazamento de informações confidenciais implicou diretamente o ex-ministro da Casa Civil, da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, que, segundo os investigadores, teve acesso não autorizado ao conteúdo da colaboração.

Além disso, a delação de Mauro Cid trouxe informação sobre o envolvimento de Braga Netto no financiamento de um grupo militar que monitorava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Cid revelou que o ex-ministro teria utilizado caixas de vinho para entregar dinheiro a militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, que estavam envolvidos em atividades suspeitas.

A investigação da PF também apontou a participação de Braga Netto em dois núcleos estratégicos dentro da tentativa de golpe. O primeiro, conhecido como “Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado”, e o segundo, o “Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas”.

Nesse contexto, Braga Netto foi identificado como um dos principais responsáveis por incitar e coordenar ações que visavam derrubar o governo eleito e, ao mesmo tempo, atacar aqueles que resistiam ao plano golpista.

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Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos

Núcleo de inteligência paralela
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
Núcleo Jurídico
Núcleo de Incitação Militar
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Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral

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Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos

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Núcleo de inteligência paralela

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Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas

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Núcleo Jurídico

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Núcleo de Incitação Militar

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Além da prisão de Braga Netto, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Brasília, incluindo um contra o coronel Flávio Peregrino, ex-assessor do general. A operação visa evitar que haja novas ações ilícitas que possam comprometer a produção de provas e a continuidade da investigação.

A PF continua investigando a participação de Braga Netto e outros envolvidos na tentativa de golpear a democracia brasileira, com o objetivo de preservar a integridade das instituições e garantir a responsabilização dos envolvidos.

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