Quem é Braga Netto, general vice na chapa de Bolsonaro e ex-ministro

Preso preventivamente neste sábado (14/12) no apartamento onde mora em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, Walter Souza Braga Netto é general da reserva, foi candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL) na chapa de 2022 e chefiou a Casa Civil (2020-2021) e o Ministério da Defesa (2021-2022).

Braga Netto foi preso no âmbito do inquérito que apurou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. O ex-ministro foi entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército.

Além do mandado de prisão, a Polícia Federal (PF) também cumpre dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra investigados que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal.

O coronel Flávio Peregrino, ex-assessor de Braga Netto, é alvo de busca, em Brasília. Segundo a PF, as medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas.

Quem é

O general Braga Netto ganhou o noticiário ao chefiar a intervenção federal no Rio de Janeiro entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019, no governo Michel Temer (MDB).

Nascido em Belo Horizonte (MG) em 1957, Braga Netto ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1975, na mesma turma de Luiz Eduardo Ramos, também ex-ministro de Bolsonaro. Ele alcançou o posto de general do Exército, o mais alto da hierarquia da Força em tempos de paz. Entre 2005 e 2006, foi adido militar do Brasil na Polônia.

Foi comandante Militar do Leste de 2016 a 2019, quando foi designado para assumir a chefia do Estado-Maior do Exército. Em 2016, o militar também foi um dos responsáveis pela coordenação da segurança durante as Olimpíadas do Rio.

Em fevereiro de 2020, Braga Netto ingressou no governo Bolsonaro como ministro da Casa Civil. No ano seguinte, para acomodar o Centrão no governo, foi trocado de posição e assumiu o Ministério da Defesa. Deixou o ministério em abril de 2022 para concorrer às eleições de 2022 como candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro.

Em 2023, foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico, ficando inelegível por oito anos.

Com a derrubada de sigilo do relatório final do inquérito da PF que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, constatou-se que o general participou de dois núcleos de atuação no grupo suspeito de cometer a trama golpista.

Braga Netto, segundo as investigações da PF, era integrante do Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado e do Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.

Ele era responsável por eleger alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas e por influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação.

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