Fotógrafo flagra água-viva gigante e rara no Litoral Norte de SP; veja VÍDEO


Registro foi feito pelo fotógrafo profissional Rafael Mesquita nesta semana, na Ilha do Montão de Trigo, na divisa entre São Sebastião (SP) e Bertioga (SP). Fotógrafo flagra água-viva gigante no litoral norte de SP (Créditos: Rafael Mesquita)
Uma água-viva gigante foi flagrada nesta semana no Litoral Norte de São Paulo. O registro foi feito pelo fotógrafo profissional Rafael Mesquita, na Ilha do Montão de Trigo, na divisa entre São Sebastião (SP) e Bertioga (SP).
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Na imagem é possível ver que a água-viva é rodeada por peixes. Segundo Rafael, ele havia acabado de chegar quando viu o animal.
“Nessa hora [do momento do registro], eu tinha acabado de chegar no Montão, estava preparando para ancorar o barco. Aí eu vi algo se mexendo, a pouco mais de 1 metro de profundidade, e achei que fosse uma tartaruga, mas ela não nadava, então resolvi ver”, relatou ao g1.
Fotógrafo flagra água-viva gigante no litoral norte de SP
Rafael Mesquita
Ainda de acordo com o fotógrafo, a água estava muito fria, registrando 15,5°C na superfície.
“Ela estava numa água fria, bem atípica para a época, e bem turva. Foi alguma corrente que trouxe essa água fria junto com esses animais”, contou.
Rafael explicou ainda que a água-viva encontrada tinha aproximadamente 60 centímetros de diâmetro e mais de 10 metros de tentáculos.
“Eu nunca vi água-viva desse tamanho, só morta, na areia, mas eu não sei se era da mesma espécie”, finalizou.
Ao g1, o professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Alberto Lindner, o Drymonema Gorgo, que recebe esse nome em alusão às górgonas da mitologia grega, é uma espécie muito rara.
“É uma espécie rara, uma espécie que tem pouquíssimos registros, apesar de ela ser a maior espécie encontrada no Brasil”, explicou ele, que contou que um estudo científico apontou que, desde 1857, quando a espécie foi vista pela primeira vez, foram somente 63 registros do animal.
Fotógrafo flagra água-viva gigante no litoral norte de SP
Rafael Mesquita
“A maior parte dos registros é concentrado ali na região de Cabo Frio, de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, que é uma região de ressurgência, onde vem uma água fria lá de baixo, lá do fundo, e traz esses bichos para a superfície”, disse.
A marcação da temperatura da água pelo fotógrafo durante o registro é considerada fundamental para entender o aparecimento da espécie no Litoral Norte de SP. Segundo Lindner, a água gelada pode ser um evento de ressurgência, que resultou na visualização da água-viva gigante.
“Ele não só viu, mas ele marcou a temperatura da água, então estava 15,5°C, o que indica também um possível evento de ressurgência, ou seja, muito provavelmente é uma água fria que está vindo lá do fundo”, completou.
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